O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), presidente da Câmara e candidato à reeleição, e o deputado Arlindo Chinalglia (PT-SP), líder do governo na Câmara e também candidato ao cargo, disputaram espaço hoje (5) durante cerimônia no Palácio do Planalto de sanção da lei que estabelece diretrizes para o saneamento básico. Os dois candidatos da base aliada do governo à presidência da Casa posaram para fotos e deram publicamente um abraço, buscando desta forma passar uma imagem de união da base governista, apesar das duas candidaturas.
Questionado se o abraço representava o fim da disputa entre ele e Chinaglia, Aldo declarou: "Não pode ser abraço de conciliação porque nunca houve briga. Isso é uma disputa na democracia que comporta várias candidaturas".
O presidente da Câmara também afirmou que tanto a disputa quanto o acordo são "próprios da democracia". No entanto, Aldo evitou comentar sobre a possibilidade de abrir mão da disputa em favor do candidato petista. "Não há porque estranhar na democracia nem a disputa nem o acordo. A minha candidatura não é partidária nem um projeto pessoal, pertence a um grupo de deputados", disse.
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Aldo sentou-se ao lado do presidente Lula na cerimônia, tendo em vista que é o presidente da Câmara e o projeto com diretrizes para o saneamento básico foi aprovado pela Casa. Chinaglia acompanhou a sanção da lei na platéia, ao lado dos outros convidados. "Temos uma ótima relação, respeito o deputado Aldo. Ele está em campanha e eu também", disse o petista.
Alternativos não preocupam
Aldo demonstrou que não tem preocupação com o lançamento de candidaturas alternativas para a presidência da Casa. De acordo com Aldo, o fato de aparecer "a terceira, a quarta, a quinta ou a décima primeira candidatura demonstra a existência de um ambiente democrático no país e na Câmara".
Segundo Aldo, qualquer candidatura é válida. "Seria arrogante de minha parte reconhecer legitimidade na minha candidatura e dizer que a dos outros não tem", afirmou.
Chinaglia diz que prazo para disputa é até fevereiro
O prazo estabelecido pelo presidente Lula para que a base governista chegue a um consenso sobre o candidato que disputará a presidência da Câmara não deve ser respeitado pelo candidato do PT ao cargo, Arlindo Chinaglia (SP).
Hoje (5), ele declarou que o seu prazo limite termina no dia 1º de fevereiro, dia da eleição que escolherá o novo presidente da Casa, e não no dia 20 de janeiro como quer o presidente.
"Meu limite é o dia 1º, pois lá é que vão acontecer as eleições. O ministro [das Relações Institucionais] Tarso trabalha por candidatura única na base, eu respeito e apóio. Mas estou fazendo campanha e espero ganhar", afirmou. Ontem (4), Tarso Genro anunciou o dia 20 de janeiro como prazo determinado por Lula para encerrar as negociações. Leia mais
Aldo e Chinaglia querem evitar atritos
Os dois principais candidatos da base aliada à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), presidente da Câmara; e Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Casa, se reuniram no gabinete de Aldo durante uma hora e meia, no início da tarde de hoje (5), a portas fechadas.
Apesar do encontro, nenhum dos dois deixou a candidatura e ambos negaram qualquer tipo de acordo em torno da unidade. Segundo Chinaglia, eles apenas procuraram afinar o relacionamento para evitar grandes desgastes. "Trocamos idéias como sempre fizemos e falamos da nossa responsabilidade de manter o nível de absoluto respeito entre nós", disse o petista.
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Valverde critica candidatura "avulsa"
O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) disse hoje (5) que tem medo do surgimento de um “novo Serverino”, com o lançamento de uma candidatura alternativa na disputa pela presidência da Câmara. Valverde mostrou-se contrário ao lançamento de outros nomes como Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungman (PPS-PE).
"Quando surgem candidatos avulsos, surgem também incertezas, um país como o Brasil não pode correr tamanho risco", afirmou Valverde. Segundo o deputado, essas candidaturas podem inviabilizar projetos da própria Casa.
O parlamentar afirmou temer uma repetição da eleição de 2005, quando o candidato do "baixo-clero", Serverino Cavalcanti (PP-PE), derrotou os candidatos do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG).
Sucessão na Câmara: Prefeito do Rio critica Lula
Por intermédio do seu “Ex-Blog”, boletim diário de análise política, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), declarou que os novos presidentes da Câmara e do Senado, que serão eleitos no início de fevereiro, serão "meras extensões do Poder Executivo". Na opinião de Maia, a decisão do presidente Lula de condicionar a formação de seu ministério com a eleição das Mesas do Congresso mostra os riscos que a democracia brasileira corre.
“Vamos ter dois presidentes que passam a ser meras extensões do poder executivo, como se na escolha do ministério eles fizessem parte – ministro presidente da câmara e ministro presidente do senado?”
O prefeito do Rio aproveita a oportunidade para fazer críticas ao atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). “O atual presidente do Senado negocia abertamente com o presidente Lula a ocupação de cargos na administração, com todos os registros feitos pela mídia. Sem nenhum pejo. O candidato do PT a presidente da Câmara (Arlindo Chinaglia) declara isso com orgulho, garantindo que será mera extensão do poder executivo”.
Ao final, Cesar Maia diz que os deputados e senadores precisam defender a autonomia entre os Poderes e denunciar este atropelamento constitucional. “Nesse sentido devem propor outro tipo de disjuntiva: quem será o presidente da Câmara e do Senado que garanta a impessoalidade da presidência e a independência entre os Poderes. Esta deve ser a base da escolha dos presidentes no Congresso", afirmou Maia.
Leia o texto na íntegra:
“ELEIÇÕES NA CÂMARA E NO SENADO!
Joga-se muito mais que presidências e mesas!
1. A inconseqüência institucional de Lula chegou ao limite do democraticamente suportável. Sua decisão de combinar a formação de seu ministério com a eleição das mesas da Câmara e do Sen
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