O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, recomendou hoje que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se afaste da presidência do Senado enquanto estiver sendo investigado pelo Conselho de Ética da Casa. Renan é acusado de aceitar que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, pagasse a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso.
Para o advogado, o senador tem se utilizado dos poderes de presidente do Congresso para impedir os colegas que tentam investigá-lo. "O fato de termos três relatores e não mais um demonstra que houve um constrangimento claro no âmbito da atuação individual", afirmou, ao sair de uma reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro.
"Além disso, nós não podemos ter dúvidas sobre aquele que ocupa um dos cargos mais importantes da República. O correto seria determinar o afastamento de Renan para que tenhamos uma investigação livre. E essa liberdade pode dizer com clareza se há ou não inocência do senador. Mas da forma como está hoje, sem permitir um processo correto, tem preocupado a República", completou o presidente da OAB.
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Amanhã, Cezar Britto discutirá os rumos da representação contra Renan com o Psol, autor o requerimento de abertura do processo. Participarão da reunião a presidente do partido, Heloísa Helena, o senador José Nery (PA) e os deputados Chico Alencar (RJ), Luciana Genro (RS) e Ivan Valente (SP). (Carol Ferrare)