Ao abrir a cerimônia que marcou a criação da União das Nações Sul-americanas (Unasul), em Brasília, o presidente Lula voltou a criticar o protecionismo dos países ricos e a destacar que os países da região terão papel de protagonista na solução da crise de alimentos por constituírem uma tradicional fronteira agrícola.
"Temos consciência de nossas responsabilidades globais. Mas não abrimos mão de exercê-las de forma totalmente soberana", declarou. “Quando a escassez de alimentos ameaça a paz social em muitas partes do mundo, é na nossa região que muitos vêm buscar respostas”, acrescentou, referindo-se às críticas internacionais à produção do etanol no Brasil.
O presidente defendeu o estreitamento das relações econômicas entre os países sul-americanos como instrumento de combate às desigualdades sociais. “Mais de 300 milhões de homens e mulheres se beneficiam hoje de uma excepcional fase de crescimento econômico e de programas de inclusão social”, afirmou.
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Lula convidou os países caribenhos a ingressarem na Unasul e destacou aqueles pontos que, na opinião dele, devem fortalecer a integração da região: infra-estrutura, energia e indústria.
“Uma América do Sul unida mexerá com o tabuleiro do poder no mundo. Não em benefício de um ou outro de nossos países, mas em benefício de todos", disse, ao comemorar a assinatura do Tratado Constitutivo da União Sul- americana de Nações.
O presidente também defendeu a realização de um novo encontro entre os chefes de Estado da região, já no segundo semestre, para se detalhar o funcionamento do Conselho Sul-Americano de Defesa.
Lula saiu em defesa dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, ao ressaltar que a América Latina vive um momento especial com o florescimento da democracia em todos os seus países e criticou aqueles que, segundo ele, pretendem ver “instabilidade” na região.
“A instabilidade que alguns pretendem ver em nosso continente é sinal de vida, especialmente vida política. Não há democracia sem povo nas ruas”, afirmou.
Ao todo, 12 chefes de Estado participam da reunião, que está sendo realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. (Edson Sardinha)
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