O último programa eleitoral da campanha de 2014 foi para a presidente Dilma Rousseff (PT) de explicações. Ela usou seu programa de despedida para rebater a denúncia da Revista Veja de que ela e o ex-presidente Lula sabiam antecipadamente dos desvios na Petrobras.
Dilma classificou como terrorismo eleitoral a divulgação da reportagem a três dias da eleição alegando que a publicação não traz nenhuma prova do envolvimento dela e de seu antecessor nos escândalos da Petrobras.
“Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela Revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que agride a imprensa e envergonha a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula”, disse.
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A presidente disse acreditar trata-se de uma tentativa de reverter sua vantagem nas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira pelos institutos Datafolha e Ibope. “É mais do que clara a intenção malévola de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições. Hoje a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética”, disse a petista lembrando que as edições de Veja chegam às bancas sempre aos domingos e que desta vez a publicação foi antecipada para esta sexta-feira.
O programa mostrou capas da revista em anos eleitorais na tentativa de comprovar que a Veja atua de maneira sistemática para evitar a eleição de petistas. O texto cita as campanhas desde 1998 enquanto mostra as capas publicadas por Veja.
“A mesma tática do medo foi usada na eleição de 2002. Denúncias que nunca foram comprovadas sempre fizeram parte do cardápio da Veja com ataques gratuitos e preconceituosos contra o PT e o governo. A tática do medo voltou com força total na campanha de 2006. Em 2010, ano de eleição de Dilma, o velho truque de amedrontar os eleitores foi repetido várias e várias vezes. Nenhuma dessas supostas denúncias foi capaz de reverter o resultado das urnas”, diz o locutor.
PublicidadeAntes de encerrar sua fala, Dilma diz acreditar que os brasileiros não se deixarão influenciar pela publicação ao mesmo tempo que garante acionar judicialmente a revista. “Sou uma defensora intransigente da liberdade de imprensa, mas a consciência da nação não pode aceitar que mais uma vez se divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil. Os brasileiros darão sua resposta a Veja e aos seus cúmplices nas urnas e eu darei a minha resposta a eles na Justiça”, concluiu.
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