O relator do processo de cassação do ex-ministro e deputado José Dirceu (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) avisou aos interessados na votação para não se preocuparem com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a exclusão do depoimento da presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, dos autos do processo. "As provas estão no processo", assegurou.
Delgado recomendou aos deputados que se lembrem de outros fatos que comprovam o envolvimento do deputado José Dirceu com o mensalão. "Levem em conta a relação do ex-ministro com o publicitário Marcos Valério; levem em conta a participação no esquema do assessor Roberto Marques; considerem que José Dirceu foi coordenador da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva e como tal, travou contato com Duda Mendonça e Valdemar Costa Neto (presidente do PL)", pediu Delgado. "Lembrem que falamos do capitão do time, do responsável pela formação da base aliada."
Delgado enfatizou a importância do relatório: trata-se de "material de demolição, como disse a jornalista Dora Kramer." Ele lembrou que o relatório é o primeiro documento público que caracterizou as relações promíscuas entre parlamentares e revelador do maior esquema de corrupção no Congresso, com o respaldo dos membros do Conselho de Ética, que votaram pela sua aprovação.
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O relator do pedido de cassação citou o sociólogo Max Weber para lembrar que as personalidades públicas são movidas por três qualidades fundamentais: paixão, sensação de responsabilidade e sentido das limitações. Observou que Dirceu foi impulsionado pela paixão em toda sua história política. "Mas faltou-lhe o sentido das limitações no presente", afirmou. "Ninguém pede a perda do mandato do deputado José Dirceu pela sua história, nem pelo seu passado. Mas porque suas atitudes na Casa Civil negam seu passado e sua história", concluiu Delgado.
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