Reportagem da Folha de S. Paulo revela que as primeiras informações da auditoria realizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na TAM mostram que houve um erro de gestão da companhia ao operar próximo do limite de sua capacidade.
De acordo com a matéria de Janaína Lage, os primeiros indícios apontam para a prática de overbooking (venda de passagens acima do número de assentos), “excesso de ousadia” da companhia aérea por eficiência e margem de erro pouco realista.
A empresa não teria trabalhado com a margem de erro adequada em razão de tudo que se verificou nos últimos meses, como problemas com controladores de vôo, questões climáticas e gestão aeroportuária.
Procurada pela Folha, a TAM informou que só irá se pronunciar após a apresentação do relatório final da agência, que deverá ser concluído nos próximos dias. Em nota, a empresa afirmou que recebeu ontem em sua sede a equipe da Anac e que os técnicos responsáveis pela auditoria no sistema de reserva da empresa tiveram acesso total a todas as informações.
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A companhia retomou ontem a venda de passagens, que estava suspensa para vôos domésticos realizados do dia 22 até o dia 25. Em compensação, segundo a reportagem, a empresa respeitou a norma que permite aos tripulantes permanecer no avião por oito horas no máximo. Com isso, cada vez que ocorria um atraso no vôo e o período de trabalho da tripulação era ultrapassado, uma nova equipe era convocada.
Dos 1.206 vôos previstos ontem no país até as 17h, 281 (23%) tiveram atraso superior a uma hora. Outros 37 vôos foram cancelados. Além da TAM, outras companhias terão seus dados verificados pela Anac. O objetivo da agência na investigação, segundo a agência reguladora, não é o de incriminar alguma empresa, mas de descobrir as causas do caos no Natal e evitar que ele se repita na virada para o ano novo.