O candidato à reeleição para presidência da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), demonstrou irritação com a decisão do PSDB em apoiar seu adversário na disputa, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Para Aldo, os tucanos “arquivaram a oposição” realizada durante o primeiro mandato e que o posicionamento é ruim para democracia, uma fez que concentra muito poder nas mãos do PT.
"Questionei duramente meus amigos do PSDB sobre a posição adotada, que não guarda coerência com a trajetória do partido nos últimos quatro anos [durante o governo Lula], a não ser que toda a oposição que o PSDB fez ao PT tenha sido completamente arquivada em função de acordos políticos regionais", afirmou.
Aldo trabalha, agora, para tentar aumentar a dissidência interna do PSDB a fim de tentar reverter a situação. "Na democracia, tudo tem conserto", comentou o comunista.
Na avaliação do atual presidente da Casa, o apoio tucano ao petista complica a aprovação de uma reforma política. "Como vamos iniciar a próxima legislatura discutindo a reforma política se os acordos realizados não guardam relação com a distribuição de poder dentro da Casa e se subordinam a acordos regionais em Assembléias, em nome de deputados que nem sequer tomaram posse de seus mandatos?", questionou.
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A alguns aliados, Aldo tem se queixado sobre a “omissão” do presidente Lula e da interferência do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a favor de Chinaglia. Mesmo assim, Aldo evitou falar abertamente sobre o assunto.
"Não creio que o presidente Lula vá interferir [na disputa] porque é a eleição de outro Poder da República. Isso, naturalmente, criaria conseqüências indesejáveis para a relação entre os Poderes", disse o deputado.