Acabou esvaziado o depoimento da ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cicco à CPI dos Correios, devido à concorrência com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que participa, simultaneamente, de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A executiva depôs de meio-dia até aproximadamente as 17h.
Ao longo do depoimento, Carla Cico confirmou a contratação da empresa Kroll para investigar a Telecom Itália. Justificou o ato alegando que a prática é comum nos Estados Unidos. A executiva também afirmou que a Telecom Itália e os fundos de pensão prejudicavam o desenvolvimento tecnológico da Brasil Telecom. Questionada pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), disse não ter conhecimento de pressões dos fundos de pensão para que a Brasil Telecom comprasse a Companhia Riograndense de Telefonia (CRT) por um preço superfaturado.
Carla Cico foi convocada pela CPI por ter assinado, em abril deste ano, contratos de publicidade no valor de R$ 25 milhões com as agências SMP&B e DNA, do empresário Marcos Valério de Souza, apontado como um dos operadores do mensalão. Indicada para a presidência pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, deixou o cargo há dois meses, depois que o grupo de Dantas foi afastado do controle da Brasil Telecom.
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No final do depoimento, Carla Cico frisou que a Kroll não foi contratada para espionar nenhum membro do alto escalão do governo federal. No entanto, a investigação teria atingido funcionários do primeiro escalão do governo, como o ex-ministro Luiz Gushiken e o ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb. Ela também reafirmou a validade dos contratos firmados entre a Brasil Telecom e as agências de publicidade DNA e SMP&B, do empresário Marcos Valério de Souza, informando que foram avalizados por auditorias externas.