Em carta encaminhada hoje à CPI dos Bingos, o ministro da Fazenda Antonio Palocci esclareceu que o PT colocou à disposição um jatinho para uma viagem a Ribeirão Preto (SP), mas não pagou o aluguel ao empresário José Roberto Colnaghi, o proprietário da aeronave. Durante seu primeiro depoimento à comissão, no último dia 26, Palocci disse que o PT iria arcar com os custos do aluguel do avião. Ontem, Colnaghi desmentiu o ministro, confirmando a viagem mas não o pagamento pelo partido.
Palocci alegou não haver "contradição essencial" entre seu depoimento e a negativa de Colnaghi. "Após examinar atentamente as notas taquigráficas de minha declaração nessa CPI a respeito do assunto, e ler a correspondência do empresário José Roberto Colnaghi, reafirmo integralmente o que disse em meu depoimento: utilizei os meios disponibilizados pelo PT para comparecer àquele evento político”, diz.
“Reconheço, porém, uma imprecisão terminológica em resposta a uma segunda pergunta do ilustre senador Demóstenes Torres [PFL-GO]. Ao reafirmar que o PT disponibilizara um avião para o meu transporte, recorri inadvertidamente à expressão ‘alugou’, sem me apegar à acepção estrita do termo", prossegue Palocci na carta.
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O ministro viajou no jatinho particular em 2003, quando já fazia parte da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso se confirme a versão de Colnaghi, o ministro, em tese, teria desrespeitado o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que proíbe autoridades públicas a aceitar favores de particulares "de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade".