Rudolfo Lago, Eduardo Militão, Mário Coelho e Thomaz Pires
Em outro depoimento, também no dia 2 de outubro de 2009, os policiais militares perguntaram a Durval Barbosa Rodrigues como se dava o esquema após a eleição de José Roberto Arruda como governador do Distrito Federal. “Piorou muito”, responde Durval. Segundo ele, “a atuação do grupo chega a ser extorsiva”. O esquema, diz ele, consiste em permitir que as empresas prestem serviços sem qualquer contrato. Cria-se, então, uma situação de fato que obriga o governo a reconhecer uma dívida com a empresa e pagar a ela posteriormente.
Durval classifica esse esquema como “a forma mais esculhambada de burlar a Lei de Licitações”. Ele explica citando um caso da empresa de informática Linknet. “Como exemplo, a empresa Linknet trabalha há aproximadamente três anos sem contrato sequer emergencial e, ao fim, o governo se vê obrigado a reconhecer a prestação do serviço e a indenizá-la”. Nos cálculos de Durval, ao final, o valor que o GDF terá de pagar à Linknet será de R$ 37 milhões. “Que, da mesma forma, acredita que o valor a ser “devolvido” ao governador Arruda será de não menos que R$ 3 milhões”.
Os recursos são capitados de “prestação de serviços, venda de terrenos, mudança de destinação de imóveis”. Um dia antes do depoimento, declara Durval, por volta das 15h, ele presenciou “pacotes de dinheiro para distribuição em cima de uma mesa de reunião, dinheiro este que o declarante acredita que se destinava a pessoas com influência política e candidatos que obtiveram acima de três mil votos”.
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