Outubro: depois de Lula, a vez de Dilma lá

Edson Sardinha

O mês de outubro de 2010 ficará registrado na história do país: pela primeira vez, o eleitorado brasileiro escolheu uma mulher para a Presidência da República, a mineira Dilma Vana Rousseff. Após uma aparente frustração por não conseguir vencer já no primeiro turno (dia 3), quando obteve 47 milhões de votos, a petista saiu consagrada das urnas no dia 31 ao receber 55 milhões de votos na primeira eleição que disputou. O intervalo entre a primeira e a segunda rodada de votações foi marcado por troca de artilharia pesada entre ela e seu adversário, o tucano José Serra, o que fez outubro parecer ainda mais longo que seus 31 dias.

De um lado, polêmicas sobre a posição da candidata em relação ao aborto, denúncias contra sua sucessora na Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra. De outro, denúncias contra um engenheiro, ex-auxiliar de Serra no governo de São Paulo, conhecido como Paulo Preto. No meio de tudo isso, um objeto voador não identificado (seria uma bolinha ou um rolo de fita crepe?) atinge a cabeça do tucano, que leva as mãos à cabeça e corre ao hospital. O episódio tem versões diferentes na TV. E, para completar o quadro, um jornalista e servidores da Receita Federal são indiciados pela Polícia Federal, acusados de violarem dados sigilosos de pessoas ligadas a Serra. Mas de quem partiu a iniciativa para a montagem do dossiê? A resposta a essa pergunta até hoje não está clara, embora respingue nos dois lados, como mostrou este site. Estava instalada definitivamente a confusão.

O desenrolar de toda essa novela pela sucessão do presidente Lula foi acompanhado de perto pelo Congresso em Foco:

Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente

O primeiro discurso: Dilma adota tom conciliador para refazer pontes

Serra diz receber “com respeito voz do povo nas ruas”

Uma eleição presidencial em capítulos

Serra e Dilma, as denúncias contra cada um

Entenda toda a história da quebra de sigilo dos tucanos

Serra e Dilma se defendem de acusações

PF indicia sete no caso da quebra de sigilo

Lula compara Serra ao goleiro chileno Rojas

Dilma nega ter pedido elaboração de dossiês

Ficha Limpa e sinal amarelo

As eleições de outubro de 2010 também serão lembradas por elevar o debate ético ao primeiro plano, com a aplicação inédita da Lei da Ficha Limpa, que vedou a candidatura de políticos com condenações na Justiça ou que renunciaram ao mandato para escapar da cassação.

Como o Congresso em Foco mostrou, apesar das indefinições da Justiça, o eleitor condenou nas urnas muitos políticos de passado suspeito. Preocupado com a indefinição sobre o resultado da eleição do Congresso, este site propôs um abaixo-assinado pedindo uma decisão imediata do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a aplicação da lei já nestas eleições. Ainda em outubro, o Supremo decidiu ao menos que a norma valeria para este nos casos em que o político renunciou ao mandato para fugir da cassação.

Nem tudo está decidido sobre a Lei da Ficha Limpa

Duas leis diferentes para contar os mesmos votos

Resultado já! Assine o abaixo-assinado!

Lula defende posse de barrados pela Ficha Limpa

Acaba impasse: vale a Lei da Ficha Limpa

E a eleição não vai terminar no domingo…

Resultado está nas mãos do STF, diz Lewandowski

Candidatos barrados receberam 8,9 milhões de votos

Uma eleição sem resultado, e não se sabe até quando

Maioria dos barrados pela Ficha Limpa foi mal nas urnas

Veja quem não teria e quem teria voto para se eleger

Este site também tentou auxiliar o eleitor na hora do voto, prestando um serviço de utilidade pública ao recomendar muita, muita atenção em relação a um grupo de candidatos enrolados. O eleitor mostrou-se atento: apenas 44 dos 331 relacionados se elegeram.