O senador Osmar Dias (PDT-PR) disse agora há pouco que, mesmo sob o risco de ser expulso de seu partido, pode votar pela rejeição da PEC 89/07, que prorroga por mais quatro anos a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Segundo Osmar, o governo não acenou, até o momento, com propostas “consistentes” que o levassem a mudar de idéia.
“Hoje, eu sou contra [a prorrogação]. Estou tentando até que o partido me livre para votar”, admitiu o pedetista, mesmo diante da hipótese da expulsão do PDT, partido que faz parte da base aliada e votará, em bloco, a favor da aprovação da matéria.
“Há um risco grande de expulsão. Mas já fui expulso uma vez do PSDB, por ter assinado a CPI da Corrupção. Você tem de ter posição, correr os riscos que o mandato determina”, resignou-se. “Por que não posso ter uma posição diferente da Executiva?”
Osmar Dias acredita que ainda está em tempo de o governo apresentar uma proposta que o faça votar a favor da PEC. “É fácil o governo me fazer votar a favor: é só apresentar uma confirmação, um compromisso sério”, sinalizou, apontando as razões de sua insatisfação com as concessões do Planalto.
Leia também
“O fato é que o governo poderia ter feito uma coisa mais concreta em relação ao que foi pedido”, reclamou Osmar Dias, referindo-se às “insuficientes” propostas de redução de carga tributária apresentadas até agora. “Esta questão dos gastos correntes, por exemplo, não está clara para mim.”
Ordem de "cima"
Osmar Dias concedia a entrevista no "cafezinho" do Senado quando, em tom bem-humorado, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) lhe entregou um recorte de jornal e disse que os repórteres estavam falando "com a pessoa errada".
"Vocês devem falar com o Roberto Requião [governador do Paraná, estado de Osmar Dias]. Ele é quem está mandando os senadores votarem a favor da CPMF", brincou, para a pronta resposta, também em tom de descontração, de seu colega de Senado. "O presidente Lula já respondeu, disse que o governador não é dono dos senadores", devolveu Osmar. (Fábio Góis)