A manifestação de apoio à Lava Jato e pelo fim do foro privilegiado foi marcada por protestos contra políticos dos principais partidos. O centro das atenções não foram nem a ex-presidente Dilma Rousseff nem o presidente Michel Temer. O foco estava nos políticos mais citados nas investigações da Operação Lava Jato, como os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os senadores Aécio Neves (PSDB), Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Os temas políticos também estavam presente. Cartazes e faixas diziam “não” à anistia ao caixa dois, ao voto em lista fechada e ao financiamento público de campanha – medidas que estão sendo articuladas por políticos de vários partidos, algumas delas como forma de proteção contra as investigações da Lava jato.
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Os atos tiveram até agora bem menos públicos do que as gigantescas manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no ano passado, organizadas pelos mesmos grupos que fizeram a convocação para o ato deste domingo: Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua e NasRuas. A mobilização de protesto contra a reforma da Previdência, há duas semanas, também contou com um público maior.
Um tema dividiu os organizadores: o fim do desarmamento – apoiado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo NasRuas. A reforma da Previdência apareceu de forma discreta. Alguns cartazes pediam uma “reforma justa, que elimine privilégios”. Temer levou aluguns “puxões de orelha”, com frases como “Acorda, Temer!”. Longe de expressões como “Fora, Temer!” e “Temer golpista”, muito adotadas há duas semanas.
No Rio de Janeiro, em Copacabana, a manifestações teve o apoio do ex-deputado e ex-guerrilheiro Fernando Gabeira, além do humorista Marcelo Madureira, saudados pelos manifestantes no local e nas redes sociais.
Em Brasília, que teve mobilizações com até 40 mil pessoas no ano passado, o ato durou cerca de duas horas, em frente ao Congresso Nacional. Populares carregavam bandeiras do Brasil, faixas, cartazes e adereços simulando lápides com o nomes dos políticos mais visados.
Houve também passeatas em Recife, Belém, Maceió e dezenas de cidades de porte médio em vários estados.