O Brasil é mesmo um país com dimensões continentais. São 8.515.767,049 km² divididos em 26 estados e o Distrito Federal. Nesse cenário, é natural que cada região tenha problemas e demandas específicas. No DF, por exemplo, temos uma série de peculiaridades que são exclusivamente nossas, tais como a divisão por regiões administrativas, o desafio de sanar a desordem urbanística e a grilagem de terras e, agora mais recentemente, a superação da crise hídrica, mas também temos um importante instrumento para o custeio da segurança pública e de parte dos gastos com saúde e educação, que é o nosso Fundo Constitucional.
Não obstante todas essas questões, há muito mais semelhanças do que diferenças entre os entes da Federação. Neste momento em que buscamos sair de uma grave crise política e econômica, que afeta todo o Brasil, fica ainda mais claro o quanto é preciso debater os grandes temas nacionais. As reformas da previdência e política, o fortalecimento dos órgãos de controle e fiscalização, o equilíbrio fiscal, o controle da inflação, enfim, todos esses assuntos afetam diretamente a vida dos cidadãos de Norte a Sul.
Um momento de muita comoção como esse é um grande teste para todos os cidadãos, politizados ou não, que ao sentirem os efeitos da crise no próprio bolso, tendem a exercer de forma mais intensa sua cidadania, acompanhando o noticiário e se propondo a fazer o debate, ainda que de forma superficial ou leiga, expressando assim sua insatisfação com os efeitos dessa grande crise, que tem origem num outro ponto muitas vezes deixado para o segundo ou terceiro planos, a crise ética!
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Tenho refletido muito sobre o contexto atual do país e cada vez mais percebo que é preciso buscar a convergência de ideias em vez de se investir na polarização do debate. Os eleitores terão, em 2018, uma chance de ouro de buscar os melhores quadros para conduzir esse processo de retomada do crescimento do Brasil. O atual presidente carece de legitimidade e apoio popular para enfrentar esse desafio. O grande desafio é manter o equilíbrio e a serenidade, apostando que o momento possa aprimorar e consolidar nossa ainda instável democracia e que, possa também, transformar nossas instituições.
Aqui no DF, seguimos trabalhando para que a população não sofra ainda mais com a crise financeira. Recentemente, em reunião na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) da Câmara Legislativa, defendi a urgência em se propor ações viáveis para retomada do crescimento econômico. Com honestidade, criatividade e, acima de tudo, disposição para trabalhar, tenho certeza que esse momento de dificuldade será superado.
O Brasil precisa sair mais forte de todo esse processo de escancaramento dos bastidores do poder em curso deflagrado pela Lava Jato. Sim, temos diferenças entre os estados. Mas todos sairão ganhando com a superação dessa crise.
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