Renata Camargo
Um grupo de senadores da oposição, que se reuniu na manhã de hoje (25), decidiu entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para contestar o arquivamento pelo Conselho de Ética do Senado dos recursos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os parlamentares afirmam que não foi dado à oposição o direito de realizar as investigações necessárias sobre as acusações envolvendo o presidente da Casa.
“Nosso último recurso é o poder Judiciário. Nós não confiamos na decisão do Conselho, que está contaminado, e não temos ambiente político no Senado para fazer as investigações necessárias”, considerou o senador Renato Casagrande (PSB-ES). “Vamos reclamar que não nos foi dado o direito de fazer as investigações necessárias nem o direito de levar o processo ao plenário”, acrescentou.
Além de Casagrande, participaram da reunião os senadores José Nery (Psol-PA), Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Demóstenes Torres (DEM-GO) e um representante do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Os parlamentares questionam o arquivamento de 11 pedidos de investigação contra Sarney, engavetados pelo presidente do Conselho, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que não chegou a reunir os membros para deliberar sobre o tema.
Na semana passada, a oposição recorreu à Mesa Diretora da Casa para que o recurso contra o arquivamento dos processos envolvendo Sarney fosse levado a plenário. A Mesa, no entanto, impediu que o recurso fosse avaliado pelo colegiado. O grupo de senadores entrará também com um mandado de segurança pedindo que o caso seja analisado pelo plenário.
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