Ao destacar a frase “tudo e todos” por mais de três vezes, Bueno afirmou que todas as pessoas que tiveram ordem de prisão decretada pela Polícia Federal pelas investigações da Operação Lava-Jato serão incluídas em um único requerimento de convocação. Segundo ele, se houver qualquer manifestação de falta de tempo, o grupo proporá um mutirão de trabalho. “Todo dia da semana estaremos aqui, interrogando de manhã, à tarde e à noite, para que CPMI cumpra seu papel de investigar o escândalo”, disse.
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Diante de um tempo apertado, considerando que só restam mais cinco dias de validade da comissão, Bueno aposta que até amanhã será possível reunir o número mínimo de assinaturas – 171 de deputados e 27 de senadores – para prorrogar por mais 30 dias o trabalho da CPMI.
“O primeiro item [na reunião de hoje] é votar os que ficaram pendentes: [ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato] Duque, Sérgio Machado, [ex-diretor da Área Internacional da Petrobras] Nestor Cerveró e o tesoureiro do PT [João Vaccari Neto]”, disse. Explicou que Cerveró – que já depôs em setembro deste ano no colegiado – deve ser novamente ouvido para esclarecer novas informações sobre o esquema.
Duque foi acusado pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, durante a delação premiada, de receber propinas de contratos firmados pela empresa pública, e Vaccari é suspeito de mediar contatos entre operadores do doleiro Alberto Youssef e o Fundo de Pensão dos Empregados da Petrobras, o Petros.
Indagado sobre a possibilidade de os convocados não responderem às perguntas, como ocorreu com o depoimento de Costa – que se manteve em silêncio durante toda a audiência no colegiado -, Bueno, que falou pelo grupo de líderes reunidos na manhã de hoje, disse: “Inócuo é nós não tomarmos a providência de convocá-los. Quem não quer convocá-los é a base do governo. Estamos insistindo desde abril com a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico das empreiteiras, na convocação deles”, disse.
PublicidadeA oposição também tentará aprovar outro pedido para que uma comissão formada entre os integrantes da CPMI vá até a Holanda para estudar o acordo feito entre o Ministério Público e a empresa SBM Offshore, depois da divulgação de que a empresa holandesa pagou propinas a empregados da Petrobras em troca de contratos. “[O objetivo é] investigar o que de fato aconteceu com as propinas de US$ 139 milhões que a SBM pagou a funcionários da Petrobras”.
O último item a ser discutido na reunião é a coleta de outro grupo de assinaturas para que seja criada uma nova CPMI, que vai atuar a partir do próximo ano, com a abertura de outra legislatura com novos parlamentares eleitos. No esforço para alcançar os objetivos na comissão hoje, a oposição ainda prometeu obstruir a sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) prevista para a tarde de hoje.