Não bastassem os últimos desdobramentos do caso do dossiê da Casa Civil, com governo e oposição trocando firmes acusações, surgiu hoje (3) mais um elemento que promete deixar ainda mais acirrados os ânimos no Senado. O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), adiantou há pouco que a oposição vai mesmo solicitar a leitura do requerimento para a instalação da CPI exclusiva dos senadores.
Era esse o plano dos oposicionistas antes de serem surpreendidos com a antecipação do governo que, por meio do líder Romero Jucá (PMDB-RN), colheu adesões para a instação da CPI Mista dos Cartões Corporativos, em funcionamento há menos de um mês. A "manobra" foi feita na abertura do ano legislativo (leia). A decisão da oposição se deve ao fato de que, segundo seus integrantes, a CPI mista (de ampla maioria governista) não permite a convocação de nomes-chave para as investigações – a exemplo da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
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“Estamos só esperando o Zé (Agripino-RN, líder do DEM no Senado) chegar”, adiantou o tucano, que também deve esperar a chegada ao plenário do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) – o único que, regimentalmente, pode ler o requerimento.
Dilma
Arthur Virgílio falou à reportagem sobre os três requerimentos que apresentou à Mesa, na terça-feira (1), convocando a ministra Dilma para prestar esclarecimentos no Congresso sobre o dossiê. Segundo o requerimento, Virgílio quer que a ministra seja ouvida no plenário do Senado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e na Comissão de Fiscalização e Controle. Para o tucano, Dilma, como chefe da Casa Civil, tem a responsabilidade por todas as atividades oficiais realizadas sob seu comando.
A ministra já declarou que "tem mais o que fazer" para justificar o fato de não ir ao Senado, referindo-se aos lançamentos de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Virgílio disse que é pior se ela se negar a comparecer ao Parlamento.
"Fica chocante do ponto de vista da relação dela com o Parlamento. É uma confissão antecipada [da suposta culpa pela produção e pelo vazamento do dossiê sobre gastos de Fernando Henrique Cardoso com cartão corporativo e suprimento de fundos) que eu não gostaria de jogar nas costas dela", advertiu o senador. (Fábio Góis)
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