Os dois maiores partidos de oposição ao governo Lula, PSDB e DEM, divulgaram nota há pouco criticando a atitude do assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Ontem, ao assistir a uma reportagem do Jornal Nacional que levantava a hipótese de falha mecânica como causa do acidente do avião da TAM no Aeroporto de Congonhas, no qual mais de 200 pessoas morreram, Marco Aurélio Garcia e o assessor de imprensa do Planalto, Bruno Gaspar, comemoraram com gestos “obcenos”, de acordo com nota tucana.
“Demissão. Não há outra coisa a fazer com o ministro Marco Aurélio Garcia”, afirma a nota do PSDB, assinada pelo líder do partido na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP), e pelo deputado Paulo Abi-Ackel (MG), vice-líder da minoria. “Os gestos obscenos foram a primeira manifestação pública do governo do presidente Lula a respeito da tragédia que enlutou não só as famílias dos mortos mas todos os brasileiros”, complementa a nota tucana.
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Os parlamentares do PSDB consideram que a demissão de Marco Aurélio Garcia “é o mínimo que o presidente Lula pode fazer para mostrar que ainda temos governo”.
Por sua vez, o presidente nacional do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou ser “estarrecedor e inaceitável” a atitude do assessor de Lula. “Não é possível que o assessor do presidente Lula se julgue no direito de atingir as famílias e a memória das quase 200 vítimas do vôo 3054 comemorando a hipótese de o Airbus 320 da TAM ter voado com um defeito no reversor da turbina direita. Não há o que comemorar, Marco Aurélio”, diz o documento do DEM. (Rodolfo Torres)
Confira a íntegra da nota do líder do PSDB na Câmara
Publicidade"Demissão. Não há outra coisa a fazer com o ministro Marco Aurélio Garcia. Os gestos obscenos foram a primeira manifestação pública do governo do presidente Lula a respeito da tragédia que enlutou não só as famílias dos mortos mas todos os brasileiros, cidadãos honestos e que têm dignidade e sentimentos (à exceção parece, pelo comportamento de Marco Aurélio, de alguns habitantes eventuais do Palácio do Planalto).
O país já conhecia, desde Waldomiro Diniz, mensalão, sanguessugas, aloprados e lambaris ingênuos que comem iscas de tubarões, o jeito lulo-petista de governar (?) o país. Mas era tudo a portas-fechadas. A obscenidade do ministro Marco Aurélio Garcia escancara, numa janela que dá frente para os poderes Legislativo e Judiciário, na praça onde o povo brasileiro já comemorou tantas vitórias, todo o seu despreparo pessoal que o desqualifica como homem público e resume o comportamento do governo comandado pelo presidente Lula.
Não há desculpa que justifique a cena. Não há atitude que redima o desrespeito com uma Nação inteira. Demissão imediata do ministro é o mínimo que o presidente Lula pode fazer para mostrar que ainda temos governo.
Antonio Carlos Pannunzio
Líder do PSDB na Câmara dos Deputados
Paulo Abi-Ackel
vice-líder da Minoria na Casa
Brasília, 20 de julho de 2007"
Confira a íntegra da nota do pesidente do DEM
" É estarrecedor e inaceitável que Marco Aurélio Garcia, o assessor mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falte com o respeito ao povo brasileiro e apareça, de público, fazendo gestos obscenos no interior de uma sala da Presidência da República. Todos fomos atingidos pelos gestos desqualificados.
Não é mais possível tolerar tanta indignidade. Não é possível que o assessor do presidente Lula se julgue no direito de atingir as famílias e a memória das quase 200 vítimas do vôo 3054 comemorando a hipótese de o Airbus 320 da TAM ter voado com um defeito no reversor da turbina direita. Não há o que comemorar, Marco Aurélio.
Tudo que estamos vivendo é lamentável, deplorável e indesculpável. Em vez de ter preocupação com a dor das pessoas, ou manifestar interesse na busca de saídas para o caos aéreo, o governo, lastimavelmente, só se importa com a popularidade do presidente da República. E a Nação, além da dor, convive com o desamparo. Mas não somos obrigados e nem vamos conviver com a obscenidade. Peça desculpas, Marco Aurélio. E reze para que as pessoas tenham, em relação a você, a tolerância e o respeito que você não teve em relação a elas.
Rodrigo Maia / Presidente do Democratas"