O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), informou nesta quarta-feira (9) que o partido vai recorrer à Justiça caso o ex-presidente Lula seja nomeado ministro. Segundo ele, a articulação de aliados para que o ex-presidente tenha foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) e escape de uma eventual prisão na Operação Lava Jato representa uma “fraude”. Segundo os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, Dilma aceita entregar uma pasta ao seu antecessor, que ainda resiste à ideia.
“A intenção é entrar em todos os estados com medidas de ação popular para derrubarmos esse ato que, além de imoral, é, sem dúvida nenhuma, um ato de apoio à criminalidade e de desrespeito às instituições. Vamos provar que se trata de uma fraude”, afirmou.
De acordo com Caiado, a movimentação do governo federal representa uma tentativa de driblar a Justiça e derruba o argumento de Dilma de que não interfere nas investigações da Lava Jato. “Ficou claro que o objeto único é esconder o ex-presidente Lula de toda a Operação Lava Jato. O que estamos assistindo é inaceitável. Caso aconteça, vamos pedir o apoio de toda a população e vamos entrar em todos os estados. O Brasil não é um sindicato do ABC”, disse o senador.
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Na semana passada, por decisão de Moro, Lula foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento em São Paulo sobre a suspeita de que recebeu um apartamento e um sítio de empreiteiras acusadas de participar do esquema de corrupção na Petrobras. A condução coercitiva do ex-presidente causou polêmica. Alguns juristas consideraram abusiva e midiática a ação. Associações de magistrados, no entanto, defenderam a posição de Sérgio Moro.
Na última segunda-feira (7), Dilma voltou a criticar a condução coercitiva de Lula. “Justiça seja feita: sempre o presidente Lula aceitou, ao ser convidado para prestar esclarecimentos, ele sempre foi. Não tem o menor sentido conduzi-lo ‘sob vara’ para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir. Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho”, afirmou a presidente, que já havia classificado como “desnecessária” a ação comandada por Moro e pela Polícia Federal.
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