Ricardo Ramos |
A CPI dos Correios ainda espera uma série de documentos para avançar nas investigações. Dos 38 contratos da estatal que passam por auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), cinco já foram concluídos. Só um, entretanto, foi entregue à CPI. Os contratos de publicidade do governo pedidos pela CPI também não chegaram. “Temos muita informação em mãos, mas falta muita coisa ainda para chegar”, afirma o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), ao exemplificar as informações relativas à origem dos recursos movimentados pelas agências de publicidade de Marcos Valério. Os deputados e senadores também aguardam as quebras de sigilo das contas do empresário nos bancos Rural e BMG, Banco do Brasil e Banco de Brasília (BRB). Boa parte das informações das quebras de sigilo chegou à comissão com dados incompletos. Por esses bancos, Marcos Valério movimentou mais de R$ 1 bilhão. “É inadmissível que informações, como o recebedor de uma transferência bancária, demorem mais de um mês para chegarem à CPI”, critica o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Segundo ele, a demora dos bancos em atender aos pedidos da comissão pode vir a ser interpretada como “manipulação de informações”. Leia também O mesmo ocorre com os dados das quebras de sigilo telefônico. Na segunda-feira, um grupo de parlamentares esteve na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para tentar apressar a liberação das informações telefônicas de pessoas e empresas. Como não foi aprovada a quebra do sigilo dos principais fundos de pensão do país, os integrantes da CPI esperam ainda o recebimento de informações da Secretaria Nacional de Previdência Complementar. “Não é possível falar em privilégio da instituição A ou B por parte de Marcos Valério”, adverte o deputado Carlos Abicalil (PT-MT). “São R$ 140 bilhões movimentados pelos fundos”, calcula, ao pedir cautela quanto às denúncias que, segundo ele, têm apenas uma ponta do suposto esquema de corrupção. |
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