A oposição criticou hoje o fato de a Polícia Federal ter se deslocado até a residência oficial do ministro da Fazenda para ouvir ontem o ex-ministro Antonio Palocci. Para o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), causou estranheza o tratamento diferenciado dispensado pela PF, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, a Palocci. "Estranho que se tratou de um depoimento VIP, mas eu tenho certeza que isso revolta cada vez mais a sociedade brasileira que não aceita mais esse tipo de privilégios", disse.
"Acho que o ministro (Palocci) teve um tratamento mais do que privilegiado. Não deveria haver diferença de tratamento entre o caseiro e o ex-ministro. Ninguém deve ser mal-tratado, mas ninguém deve ser privilegiado", disse o senador José Jorge (PFL-PE), líder da oposição.
O advogado de Palocci, José Roberto Batocchio, disse que o ex-ministro foi ouvido em sua residência por motivos de saúde. Segundo ele, Palocci está realizando exames no coração. O ex-ministro deve deixar a residência oficial nos próximos dias.
O senador Tião Viana (PT-AC) considerou normal que o depoimento tenha sido tomado na casa de Palocci. "O ministro está dentro das prerrogativas legais, tem o direito pela condição pessoal que está vivendo de ser ouvido no seu ambiente domiciliar. Isso em nada é uma novidade no Brasil, isso já ocorreu centenas de vezes e seguramente está dentro do campo da legalidade", afirmou.
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"Se houvesse algum desvio de legalidade, a crítica seria bem-vinda. Como a Polícia Federal está agindo em tempo recorde e à luz plena da legalidade, cumprindo sua função constitucional, não vejo razão para qualquer crítica", completou.
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