Um comitê pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff será criado para reforçar as mobilizações contra o governo da petista. O anúncio foi feito pelo líder do DEM da Câmara, Pauderney Avelino (AM), durante reunião da oposição na liderança do PPS nesta terça-feira (23). O comitê será suprapartidário e reunirá inclusive políticos de partidos que compõem a base aliada do governo, além de representantes de organizações civis e de movimentos que lutam pela derrubada da presidente Dilma.
Um manifesto será lido amanhã no Salão Verde detalhando as ações que serão tomadas pelo comitê. “Trata-se de um movimento nacional da sociedade”, definiu Pauderney. O objetivo do grupo é fortalecer a mobilização em defesa do impeachment de Dilma, marcada para o próximo dia 13 em várias cidades do país. Bottons, adesivos, bandeirolas e camisetas serão produzidos pelo comitê especialmente para a manifestação. Para financiar a produção desses itens, o grupo será formalizado e contará com CNPJ próprio para receber doações.
Para Heráclito Fortes (PSB-PI), a mobilização nacional pelo impeachment da presidente começa hoje mesmo, com o panelaço previsto para ocorrer durante a veiculação do programa do PT em rede nacional de TV, às 20h30. O programa fará uma defesa do ex-presidente Lula, destacando a trajetória política do petista e afirmando que as investigações contra ele são decorrentes do preconceito sobre sua origem pobre. “Não podemos nos afastar da sociedade”, afirma Heráclito, justificando a criação do comitê em parceria com movimentos de rua.
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“Vamos fazer mobilizações pontuais sem prejuízo das ações neste sentido que já temos aqui no Congresso”, disse Pauderney. O deputado considera “especialmente graves” os desdobramentos da nova fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, que resultou na prisão temporária do publicitário João Santana, e de sua esposa e sócia, Mônica Moura. Santana foi responsável pelas últimas campanhas de Lula e Dilma e trabalhava, atualmente, na reeleição do presidente dominicano Danilo Medina.
Para os membros da oposição, a prisão do publicitário complica a situação de Dilma nas ações que pedem a cassação do mandato da petista no Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. “A Lava Jato chegou ao Palácio do Planalto”, avalia o líder do DEM.
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