Foram levados coercitivamente para prestar depoimentos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília dois executivos das redes de combustíveis Original e Auto Shopping, além de dois funcionários das mesmas redes. Outros quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta sexta-feira (6), todos em residências nas quais os policiais recolheram computadores e documentos.
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O objetivo foi colher provas sobre a disputa de preços entre dois postos em uma avenida de Ceilândia, no entorno de Brasília. Segundo a PF, empresários de redes maiores teriam intermediado um acordo para eliminar a concorrência e alinhar os preços desses postos aos praticados no restante do DF. À época, em meados de 2015, eram cobrados R$ 3,79 por litro de gasolina.
Cartel
Ao todo, mais de 30 pessoas devem ser indiciadas em breve pelo MP-DFT por formação de cartel e participação em organização criminosa, o que pode resultar em penas que, somadas, chegam a 13 anos de prisão. Além de proprietários e executivos das redes envolvidas, o presidente do sindicato de postos de combustíveis local (Sindicombustíveis-DF) também está ligado ao esquema, de acordo com os procuradores.
Na primeira fase da Operação Dubai, realizada em novembro, sete pessoas haviam sido presas. Em janeiro deste ano, o Cade interviu na maior rede de combustíveis do DF, a Cascol, com bandeira BR Distribuidora. Um gestor interventor foi nomeado e foi assinado um termo de ajustamento de condunta junto ao Ministério Público.
“Esse conjunto de medidas, a meu ver, conseguiu dar um choque grande no mercado aqui no Distrito Federal. A gente já pode ver que houve mudanças substanciais aqui no DF. Hoje a gente já vê uma variação de preços entre postos e regiões”, avaliou o superintendente-geral do Cade, Eduardo Frade, em entrevista nesta sexta-feira (6). “A gente já começa a ver pequenas guerras de preços locais.”
Preços
De acordo com o monitoramento feito pelo Cade, os preços do litro da gasolina nos postos do DF caíram de aproximadamente R$ 4,00 no início do ano para em torno de R$ 3,60, em decorrência da operação. “Há locais onde chegam até a R$ 3,49”, acrescentou Frade.
Alegando que isso poderia prejudicar as investigações, os procuradores e delegados responsáveis pelo caso não quiseram revelar se a combinação de preços persistiu após o início do inquérito.
A Agência Brasil tentou contato com as redes de postos Original e Auto Shopping, mas ninguém atendeu aos telefonemas da reportagem até o início da tarde.
Relembre:
PF desarticula cartel do combustível em Brasília
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