As empresas Bellini Eventos Culturais, Scania, Roldão, Intermédica Notre Dame, Laboratório Cristalia, KPMG, Lojas 100, Nycomed Produtos Farmacêuticos, Cecil e o escritório de advocacia Demarest estão entre as organizações citadas na investigação. A Lei 8.131/1991, conhecida como Lei Rouanet, permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. Segundo a PF, os desvios aconteciam por meio de superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços ou produtos fictícios, projetos duplicados e contrapartidas ilícitas destinadas às incentivadoras.
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O inquérito foi aberto em 2014, após a Controladoria-Geral da União encaminhar documentos com indícios de irregularidades na aplicação de recursos destinados a propostas aprovadas pela Lei Rouanet. A Polícia Federal concluiu que projetos de teatro itinerante deixaram de ser executados, bem como livros deixaram de ser doados para escolas e bibliotecas públicas. De acordo com a investigação, até uma festa de casamento foi financiada com recursos desviados, além de shows privados com artistas famosos para grandes empresas e livros institucionais.
A Justiça Federal atendeu ao pedido da PF e inabilitou, em caráter liminar, algumas pessoas jurídicas para a apresentação de projetos culturais junto ao Ministério da Cultura e à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Além disso, foram bloqueados valores e bens materiais como imóveis e carros de luxos dos envolvidos. Os presos responderão pelos crimes de organização criminosa, peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.