Relatório da Polícia Federal (PF) anexado aos autos da Operação Lava Jato aponta que a construtora Norberto Odebrecht tinha acesso a informações consideradas confidenciais da Petrobras e isso foi usado para interferir em licitações na estatal. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, a PF flagrou uma série de troca de e-mails entre diretores da empresa com relatos sobre encontros com dirigentes da estatal para tratar de concorrências e contratos da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Segundo O Globo, em pelo menos duas mensagens de 2007, Rogério Araújo, então diretor da Odebrecht Plantas Industriais da Odebrecht, foi flagrado traçando estratégias para a participação da empreiteira na licitação para as obras de terraplanagem da Refinaria Abreu e Lima. A estratégia, para a PF, foi montada a partir de informações obtidas de forma ilegal com “interlocutores” na estatal. Entre as informações privilegiadas, estavam dados sobre “orçamento interno” da obra. “A obtenção desse dado permite às concorrentes fraudar a competição”, informa a reportagem.
No dia 18 de junho de 2007, por exemplo, Araújo enviou um e-mail para outros dois executivos da empreiteira relatando saber que o orçamento interno da Petrobras ficaria entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões. Depois, conforme o jornal, ele também afirma em comunicação eletrônica que já trabalhava na revisão do orçamento, como queria a Odebrecht. “A revisão do orçamento vai indicar um novo número, acima dos indicados acima”, antecipa conforme trecho do e-mail obtido por O Globo.
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