Com intenção de favorecer o então candidato Aécio Neves (PMDB-MG) na campanha presidencial de 2014, Fernando Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, afirmou em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato que pediu ao também candidato a presidente Pastor Everaldo (PSC) que ajudasse o tucano em debate no primeiro turno. A informação foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
A ideia, conforme delação do ex-diretor da Odebrecht Ambiental, era que o tucano tivesse mais tempo para expor suas ideias para conseguir chegar ao segundo turno. Conforme informações do jornal, Reis disse ainda que uma análise do debate dos presidenciáveis, no primeiro turno, é possível perceber que o Pastor “fez perguntas simples, inócuas, para que o candidato Aécio pudesse ter tempo na televisão”.
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De acordo com o delator, o Pastor Everaldo já tinha conhecimento de que não teria chance. Como a Odebrecht já havia contribuído muito para a campanha dele, o delator diz ter feito o pedido. “Como a gente se sentia de alguma forma credor por ter contribuído tanto para a campanha dele, eu sugeri a ele que usasse o tempo do debate sempre pra perguntar ao candidato Aécio”, disse Reis.
O executivo disse ter feito diversos repasses para a campanha do Pastor Everardo, com valor total aproximado em R$ 6 milhões. “Os pagamentos foram feitos a Rogério Vargas, que costumava acompanhar Pastor Everaldo nas reuniões com os executivos da Odebrecht”, diz a reportagem.
Ao jornal, o PSDB disse que “a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff foi a principal beneficiada com recursos da empresa Odebrecht em 2014. Marcelo Odebrecht informou o pagamento de pelo menos R$ 150 milhões para a campanha da ex-presidente”. Além disso afirmou que “o candidato do PSDB Aécio Neves participou de todos os debates, realizados ao vivo e testemunhados por milhões de brasileiros, respondendo a perguntas de todos os seus adversários na campanha” e que “não tinha informações sobre doações feitas pela Odebrecht a outras campanhas”.
Já o Pastor Everaldo, por meio de sua assessoria, disse que a “campanha do Pastor Everaldo foi bastante modesta, com gastos de R$ 1,4 milhão de reais, e as doações obedeceram a legislação vigente. A campanha deixou dívidas que estão sendo pagas até hoje”.
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