Pela segunda vez, a leitura do relatório da CPI do Cachoeira foi adiada. Ela será feita na próxima quarta-feira (28). Desta vez, o próprio relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), pediu a mudança de data para ter mais tempo de dialogar com os parlamentares membros do colegiado sobre o conteúdo do documento.
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O pedido foi aceito pela presidência da CPI. O relatório seria lido ontem (21), mas diante das reclamações de diversos parlamentares, a sessão foi adiada para esta manhã. Vários deputados e senadores reclamaram que o relatório foi divulgado apenas de madrugada, o que inviabilizava a análise prévia do documento por parte dos integrantes da comissão.
Odair Cunha admite alterar o relatório final
Diante do novo adiamento, eles voltaram a criticar o relatório, apontando possíveis falhas nas conclusões do relator. “A investigação foi pessoal, direcionada e restrita. Só foram poupados os aliados e atacados com veemência aqueles que a sanha persecutória do ex-presidente Lula determinou”, criticou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Entre as 46 pessoas que o relator pede o indiciamento ou a responsabilização criminal, está o governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, suspeito de ter ligações estreitas com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Marconi nega ter favorecido Cachoeira.
Os parlamentares da comissão terão até 22 de dezembro para analisar o documento, apresentar contribuições e votar o relatório final. Caso isso não aconteça, a CPI pode ser encerrada sem a aprovação do documento final. O parecer apresentado tem quase cinco mil páginas. Segundo Odair, o texto foi construído com base na análise de mais de 69.694 páginas referentes a sigilos bancários, 11.333 folhas relativas a quebras de sigilo fiscal de 75 pessoas físicas e jurídicas e 45.594 páginas de extratos de ligações telefônicas, somando entre documentos, planilhas, fotos, vídeos, extratos, áudios e relatórios analíticos, um total de 1,1 terabyte de informação recebida.