Fábio Góis
Depois da agenda cheia cumprida nas quase 12 horas em que esteve em Brasília, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acaba de encerrar a visita à Cidade de Deus, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em esquema de segurança que mobiliza cerca de 800 militares brasileiros, sem contar as dezenas de agentes norte-americanos da comitiva presidencial, Obama foi a uma Unidade de Polícia Pacificadora ? a comunidade foi a primeira do estado a receber um desses núcleos de segurança, projeto iniciado no governo Sérgio Cabral.
Acompanhado de Cabral e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além da mulher, Michelle Obama, e das filhas, Sasha e Malia, Obama ficou menos de uma hora na comunidade. Visitou uma escola municipal, onde assistiu a apresentações de música e capoeira preparada por alunos, e conheceu o trabalho de grafiteiros da Central Única das Favelas.
O cancelamento do discurso aberto que Obama faria para a população no bairro da Cinelândia, no centro do Rio, foi visto com decepção pelos cariocas, mas não diminuiu o entusiasmo dos populares. Em diversos pontos da cidade, muitos esperam a passagem do comboio presidencial fantasiados ? há até um ?homem natureza? pedindo paz na Terra ? e com faixas de saudação.
Um dos populares, o ?Obama carioca? Rinaldo Américo, chegou a ser barrado na Cidade de Deus quando, acompanhado de seus dois ?seguranças?, solicitou passagem para além da área demarcada pelas equipes de contenção. Mas não perdeu a esportiva: ?Eles estão cumprindo ordens. Você sabe que o militarismo tem aquela coisa rígida?, disse o sósia, saudado por onde passa, à repórter Livia Torres, do portal G1. Rinaldo queria entregar a Obama uma bandeirola brasileira, e lamentou que, ?no máximo?, teria de se contentar com ?200, 300 metros? de distância para o presidente.
A visita de Obama ao Cristo Redentor, inicialmente prevista para a manhã deste domingo (20), foi cancelada. O local já está devidamente isolado e preparado para a eventual chegada do presidente, uma vez que há a possibilidade de que isso possa ocorrer à tarde, depois do discurso restrito que o chefe de Estado fará para convidados e autoridades no Theatro Municipal, no centro do Rio.
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