Renata Camargo
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, determinou nesta sexta-feira (1º) apuração das denúncias envolvendo o advogado Adriano Borges, genro do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. A entidade quer esclarecer o caso e saber se o advogado incidiu em conduta incompatível com o exercício ético da profissão.
De acordo com as denúncias, o ex-governador Roriz negociou com o advogado Adriano Borges um contrato que, na prática, impediria o ministro de julgar o caso da Lei da Ficha Limpa. Se o genro assumisse a causa, Ayres Britto teria de se declarar impedido de julgar um recurso de Roriz contra a lei que torna inelegíveis candidatos condenados por órgão colegiado ou que renunciaram para fugir da cassação. Em 2007, Roriz renunciou ao cargo de senador para evitar ser cassado.
Na nota divulgada nesta manhã, o presidente da OAB manifestou solidariedade ao ministro Carlos Ayres Britto e reiterou que o ministro é “um dos maiores defensores da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano”. A apuração será feita pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional da OAB do Distrito Federal. Também serão investigados advogados ligados ao ex-governador Roriz.
“Pela forma como tem se posicionado ao longo de sua trajetória no Judiciário, estou convencido que o ministro Ayres Britto não teve conhecimento das negociações”, disse Ophir.
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