Massimo Manzolillo |
Somente uma ampla reforma ministerial será capaz de estancar a crise aberta com as denúncias de corrupção no governo e de pagamento de mesadas a parlamentares. A afirmação é do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, para quem o governo exauriu a capacidade de administrar o atual cenário político. "A sociedade brasileira exige do presidente Lula uma nova roupagem para o governo”, diz. Busato lembra que essa mesma reforma foi proposta por entidades representativas da sociedade civil, em 2004, quando estourou o escândalo do envolvimento de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, com a máfia dos bingos. “Há 16 meses, desde que assumimos a presidência do Conselho da Ordem, estamos pregando a necessidade de uma reforma política urgente. Temíamos uma crise como essa”, explica. Leia também Na última sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou uma proposta ao PMDB, acenando com a entrega de mais dois ministérios ao partido, na reforma que pretende anunciar nos próximos dias. Ainda na semana passada, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara aprovou alguns pontos da reforma política, como o financiamento público de campanha e a adoção do voto em lista, novidades que, segundo seus defensores, inibem a formação de “caixa dois” na disputa eleitoral. O presidente da OAB vê com reservas o anúncio dessas mudanças, já que, no ano passado, o governo tentou implementá-las e não conseguiu. “Estamos perplexos diante das denúncias de pagamento de mensalão a parlamentares e de repasse indevido de verbas para o financiamento de campanhas eleitorais", completou. |
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