O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lança às 10h desta segunda-feira (19), em sua sede em Brasília, a nova edição do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O lançamento, que tem o objetivo de mobilizar a população contra a adoção de práticas ilícitas nas eleições municipais de 2008, foi antecipado para coincidir com o Dia da Bandeira.
“Nossa bandeira é ver o Brasil livre da corrupção”, resume o presidente do Conselho Federal da OAB, Cezar Britto. Todas as 27 seccionais da OAB marcaram atos para promover a campanha. A entidade vai estimular a criação, em todo o país, de comitês contra a corrupção eleitoral.
A idéia é que eles recebam denúncias de irregularidades cometidas por candidatos, esclareçam a população sobre aspectos fundamentais da legislação em vigor e atuem no sentido de conscientizar o eleitorado quanto à importância de ter eleições limpas. Um dos alvos dos comitês será a compra de votos, vedada pela Leia 9.840, que impede a obtenção de votos por meio de qualquer forma de doação, oferecimento, promessa ou de entrega ao eleitor de bem ou vantagem de qualquer natureza.
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623 cassações
Várias outras instituições, além da OAB, integram o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Incluem-se entre elas a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foi a CNBB que lançou o movimento pela primeira vez, dez anos atrás. A retomada do movimento é feita agora com a expectativa de massificar sua mensagem e multiplicar os seus efeitos.
Para isso, estão sendo programadas palestras, distribuição de material impresso e realização de debates em diversas cidades brasileiras. Ao contrário do que costuma às vezes fazer crer o senso comum, os integrantes do movimento acreditam que o Brasil tem avançado no combate à corrupção. Segundo levantamento feito pelo MCCE, desde a promulgação da lei 9.840, em 1999, 623 políticos – na maioria, prefeitos e vice-prefeitos – foram cassados. Foi essa lei que tornou crime a compra de votos no país. A direção do MCCE estima que mais de 1.100 outros processos de corrupção eleitoral, referentes às eleições de 2006, ainda estão em tramitação, aguardando julgamento.
Cezar Britto também é da opinião de que iniciativas como o Prêmio Congresso em Foco ajudam a população a fazer a sua parte no trabalho para melhorar a qualidade da representação política existente no país (leia mais). Em entrevista recente a este site, ele disse: “É muito importante premiar aquele que tem ação positiva, demonstrando que é possível fazer da política uma atividade séria, e não mera politicagem. Ao se premiar o que é bom, reconhece-se a existência do mau parlamentar, separando-se o joio do trigo”. (Sylvio Costa)
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