Fábio Góis
O Conselho Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) decidiu, em reunião realizada na noite desta quinta-feira (3), pedir o impeachment do governador do DF, José Roberto Arruda, e de seu vice, Paulo Otávio, depois das imagens e áudios revelados pela operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Deflagrada na última sexta-feira (27), a ação da PF trouxe a público um esquema ilegal de repasse de dinheiro público, tendo como pivôs o ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa (que aceitou fazer delação premiada) e o próprio Arruda.
Saiba mais sobre o escândalo
Por 31 votos a um, os conselheiros decidiram que a ação será formalizada na próxima segunda-feira (7), quando já estarão definidos os termos do pedido – por exemplo, se as peças serão apresentadas de maneira unificada ou individual.
Trata-se do oitavo pedido de impeachment apresentado contra Arruda, alvo de partidos e entidades de classe. O governador é apontado no inquérito em curso no Superior Tribunal de Justiça de chefiar a distribuição de verba pública em troca de apoio na base aliada e entre empresas ligadas ao governo local.
Durante as discussões, alguns conselheiros alegaram que, ao apresentar mais um pedido de impeachment, ficaria comprometido o preceito da ampla defesa a Arruda e Paulo Otávio.
O argumento foi derrubado com a opinião de que não caberia à OAB-DF assegurar a ampla defesa, tarefa que ficaria a cargo da Câmara Legislativa. A seccional teria apenas a responsabilidade, alegaram os defensores da ação, de fundamentar juridicamente a orientação de impeachment. A ação foi aceita por ampla maioria ao obter 31 votos entre os 45 integrantes, tendo recebido apenas uma objeção.
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