“Trata-se de ação movida no estado de Goiás, elevada ao Supremo pelo fato de envolver Senador da República, em que um adversário político (ex-prefeito do município de Pontalina – ligado ao então ex-governador e candidato derrotado na disputa eleitoral contra Marconi Perillo), provocou o Ministério Público com denúncia segundo a qual a Secretaria de Fazenda do Estado de Goiás estaria adotando prática de cobrar “propina” de empresários para liberação de pagamentos devidos a fornecedores do Estado.
A prática envolveu um grupo de funcionários do Estado que se reuniu para extorquir dinheiro de empresários. Alegavam que representavam o secretário de Fazenda com suposta ordem do governador do Estado para arrumar dinheiro destinado a pagamento de dívidas de campanha. Para provar que tinham tais credenciais, ligaram para o secretário Jalles Fontoura (consta nos autos a confissão posterior de que era uma simulação) informando que estavam com os empresários tais, mas sem mencionar os motivos. Acontece que os empresários gravaram tudo por câmera escondida e levaram a fita para a oposição. Estava armado o escândalo.
Quando soube do inquérito, o próprio governador solicitou a apuração da trama, abriu seu sigilo bancário e de seus parentes e insistiu para que fosse ouvido no caso. Declarou-se indignado com a armação de funcionários espertalhões e demonstrou que não tinha dívida de campanha para pagar e muito menos adotaria tal prática se fosse o caso.
A denúncia, que em tese envolveria somente os funcionários da Secretaria de Fazenda, onde respondia o então secretário Jalles Fontoura, acabou arrolando o ex-governador Marconi Perillo pelo fato de o denunciante afirmar quer “o governador sabia de tudo”, o que era apenas uma tese em declaração de adversário político.
Depois de já estar protocolado e na fila de avaliação do STF, a promotoria pediu novas diligências para tentar dar mais consistência para a denúncia. O processo ainda não foi devolvido ao STF. Somente no último dia 11 de julho o senador deu depoimento à Polícia Federal. Ele se mostrou indignado de ver seu nome publicado em matérias que denigrem sua imagem por causa de um processo sem consistência, que se arrasta há dez anos na Justiça. O senador enfatizou que é o maior interessado em ver o processo transitado em julgado para que fique demonstrado que se trata de ação política criada sob deslize de funcionários corruptos.
Marconi Perillo foi enfático em afirmar que não tem conhecimento e jamais permitiria tal prática em seu governo. “Sempre tive uma vida pública limpa e não posso permitir que meu nome seja jogado na lama por atos que não cometi e por processos que já deveriam ter sido resolvidos pela Justiça.”