"Antes das respostas, um esclarecimento inicial:
Tenho a impressão de que houve por parte dessa instituição um tratamento generalizado na identificação e abordagem de parlamentares que apresentaram emendas e que -supostamente- tenham recebido contribuições do setor em suas campanhas eleitorais.
Particularmente naquilo que me diz respeito, tenho a esclarecer que apresentei uma única emenda com o objetivo de que a isenção relativa ao PIS/COFINS, já concedida pelo atual governo ao setor de produção de listas telefônicas desde 2003, fosse renovada por um novo período pré-determinado e sob condições. Tal emenda somente foi por mim apresentada após a observância de procedimento padrão do meu gabinete parlamentar: minuciosa análise e prestação por escrito de informações por mim requisitada aos interessados, os quais apresentaram argumentos detalhados dos benefícios sociais decorrentes da isenção, tudo com vistas à preservação do interesse público. Cópia desses documentos encontram-se à disposição, caso haja interesse dessa instituição.
Logo, minha intervenção parlamentar não pode -nem de longe- ser confundida como resultado de uma ação padronizada em benefício do segmento de produção e comercialização de papel.
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1) O(A) senhor(a) enxerga algum tipo de moeda de troca na inserção de emendas benéficas ao setor de papel de imprensa por parlamentares financiados pelos produtores ou compradores desse produto ? Por quê?
Muito embora seja do conhecimento público que este tipo de coisa acontece, não tenho o hábito de fazer julgamentos subjetivos baseados apenas em suposições. Não pretendo estabelecer um nexo de causalidade generalizado, no qual se estabeleça que, havendo contribuição de campanha de um determinado setor, a atuação parlamentar estaria automaticamente condicionada a beneficiá-lo. Há parlamentares que podem ter sido financiados e não apresentarem emendas e vice-versa; logo, nem todos podem ser colocados na "vala comum". Nunca fui procurada por financiadores de campanha com o objetivo de influenciarem a minha atuação parlamentar, mesmo porque eles sabem que sequer seriam recebidos.
2) Quais são as suas relações com o setor?
Não tenho qualquer relação com o setor.
3) O(A) senhor(a) foi procurada por representantes do setor para fazer as emendas?
Sim. Pelo senhor Flávio Rauter, presidente da Associação Brasileira de Listas Telefônicas.
4) Houve algum tipo de referência a uma eventual doação à campanha?
Não, conforme resposta anterior.
5) Os representantes levaram os textos das emendas para o seu gabinete?
Sim. Apenas o esboço de uma única emenda.
6) Houve alguma modificação nos textos? Na justificativa? Por quê?
Sim. Havia problemas de forma e de conteúdo, de modo que a proposta necessitava de aperfeiçoamentos técnicos."