Roseann Kennedy*
O PSDB está preocupado em fortalecer a relação de seus integrantes no Legislativo com os governadores tucanos para tentar evitar redução da bancada no próximo ano. O partido sabe que apesar de ter sido derrotado na corrida presidencial, saiu mais forte das urnas nos estados.
Os tucanos conquistaram oito governos, incluindo os maiores colégios eleitorais: São Paulo e Minas Gerais. Agora, a legenda quer tentar usar essa força regional para tentar consolidar sua base no Congresso. A ideia é realizar reuniões entre governadores, deputados e senadores para buscar fidelidade partidária.
Na oposição, é claro que existe um temor de perder membros a partir do próximo ano, por causa da corrida eleitoral para as prefeituras em 2012. O risco de ver seus políticos migrarem para uma base governista mais sólida é grande, por isso a preocupação em garantir uma sustentação agora.
Nas entrelinhas, é certo que o trabalho político será para mostrar que, com governos estaduais fortes, os tucanos podem eleger prefeitos e os pretensos candidatos às administrações municipais não precisariam mudar de legenda para buscar mais votos.
Mas, para não se enfraquecerem até a disputa de 2012, os tucanos precisam afinar o discurso de oposição. Precisam saber que tom adotar e não patinar mais como fizeram nos últimos anos.
O PSDB avalia que, mesmo sem ganhar a Presidência da República este ano, obteve um percentual significativo de votos válidos no segundo turno, mais de 45%. Uma parcela do eleitorado que ainda não parece ter votos consolidados no partido, mas que está aberta a ser conquistada.
Em março, abril e maio, os tucanos vão eleger seus novos diretórios municipais, estaduais e nacional, e isso deverá dar um norte ao caminho que a legenda buscará seguir nos próximos anos.
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*Comentarista política da CBN, Roseann Kennedy escreve esta coluna exclusiva para o Congresso em Foco
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