Roseann Kennedy*
Cotado para continuar no Governo na gestão Dilma Rousseff, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, está totalmente empenhado em agradar a presidente eleita e apresentar propostas que garantam crescimento econômico durante os próximos quatro anos.
A idéia de Paulo Bernardo é convencê-la a adotar medidas que permitam impulsionar os investimentos no país e que elevem o Brasil à condição de 6ª economia no mundo. Atualmente, o país está na sétima colocação.
Diminuir a meta de inflação é uma das propostas. Isso facilitaria a queda da taxa básica de juros, desejo já manifestado por Dilma, que fala em ver o país com juro real de 2% em 2014.
Outra idéia é controlar o gasto público corrente, para que esse seja menor que o ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos anos. A fórmula, no entanto, não é fácil. Cortar custeio numa máquina inchada como Dilma vai herdar só se resolvesse demitir e eliminar ministérios.
Paulo Bernardo, então, sugere controlar os próximos reajustes salariais. Falar em aumento de 50% para servidores, por exemplo, é considerado “delírio”. E convenhamos, é mesmo, se verificarmos a realidade da maioria dos trabalhadores brasileiros.
O ministro defende, por exemplo, a aprovação de projeto, já em tramitação no Congresso, que limita o reajuste do funcionalismo a 2,5% acima da inflação.
Mas, todo o esforço não é apenas uma conta numérica. Paulo Bernardo, que tem experiência política, certamente sabe que gerando esse ambiente, poderá facilitar a popularidade do próximo Governo.
Não sei se o ponto entrou em alguma pesquisa especificamente, mas nas ruas é fácil identificar que quanto maior é o poder de compra da população maior é a aprovação do Governo.
É simples entender. Se a pessoa pode comprar mais é porque está com mais facilidade de créditos e/ou melhores salários. Se pode comprar mais, consegue satisfazer alguns desejos e fica mais feliz. Se pode comprar mais, passa a ter acesso a outros tipos de lazer. E por aí vai…
Apesar de tudo, o ministro jura que ainda não foi chamado para ficar no Governo Dilma Rousseff. Mas, brincando, diz que está atento nos encontros com ela para ver se recebe pelo menos uma piscada de olho que sinalize o convite.
* Comentarista política da CBN, Roseann Kennedy escreve esta coluna exclusiva para o Congresso em Foco