Na expectativa de ser confirmado até a próxima quarta-feira (16) como novo ministro de Minas e Energia, assim que o presidente Lula voltar de uma viagem à América Central, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) viveu um verdadeiro calvário no último fim de semana. Ele é o escolhido do PMDB para substituir Silas Rondeau, acusado pela Polícia Federal de receber R$ 100 mil de propina da construtora Gautama, motivo pelo qual foi afastado do cargo no ano passado.
O fim de semana foi recheado de denúncias contra a família Lobão. Seu filho e suplente – futuro senador caso o pai assuma a pasta das Minas e Energia – admitiu à revista Veja ter usado uma empregada doméstica como laranja de empresas enroladas com o fisco. A Folha de S.Paulo noticiou que Edison Lobão foi aos EUA para uma missão oficial do Senado, mas aproveitou a estadia paga pela Casa para ir a um médico especialista em osteoporose. "Não fiz nada que não fosse dentro das regras. Isso é uma coisa normal, das normas do Senado", justificou o senador.
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As denúncias de fim de semana contra Lobão podem ameaçá-lo. Ontem (13), a colunista Dora Kramer, do jornal O Estado de S.Paulo, disse que o senador e candidato a ministro passava pelo teste do “sereno” – período em que se avalia se o cotado a um cargo do governo tem condições de se manter no posto em virtude de sua, digamos, “ficha político-policial”.
No ano passado, o PMDB tentou emplacar o deputado Odílio Balbinotti (PR) no Ministério da Agricultura. Ele foi sondado, conversou com o presidente Lula, mas não sobreviveu à saraivada de notícias sobre os processos a que responde na Justiça.
Em tese, o mesmo pode acontecer com Lobão. Entretanto, o maranhense conta com um apoio importante, o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Fiel ao clã político de Sarney no Maranhão, Lobão tem ótima relação com o presidente. No ano passado, ele deixou o DEM para se integrar ao PMDB, assim como fizera a senadora Roseana Sarney.
A bênção de Sarney é importante para ficar no Ministério das Minas e Energia. O próprio Silas Rondeau, ex-dono do cargo, estava lá justamente por indicação do ex-presidente que comandou o Plano Cruzado.
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