Rodolfo Torres
Convidado a participar de uma audiência na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 (CORio 2016), Carlos Arthur Nuzman, acabou tendo que responder sobre a reportagem do Congresso em Foco, que mostra seu empenho em restringir a possibilidade de uso de termos relacionados aos Jogos, chegando ao cúmulo de incluir na lista de classificação palavras como “Rio” e “medalhas”. Evitando entrar em detalhes, Nuzman disse que a sua ação ao pedir a ampliação das restrições ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é uma demanda do Comitê Olímpico Internacional.
“Faz parte da Carta Olímpica. É um compromisso assumido pelas autoridades brasileiras. Da mesma forma que Pequim fez nos seus Jogos Olímpicos, que Atenas fez, que Sydney, que Barcelona… Isso é igual é para todas as cidades. Iguais à Copa do Mundo, que tem as suas exigências especiais”, afirmou Nuzman ao sair de uma audiência da Comissão de Infra-Estrutura do Senado.
“Nós temos de seguir o que estabelece o Comitê Olímpico Internacional, e é o que nos vamos seguir”, complementou.
Palavras que já estão sob controle e palavras que Nuzman quer incluir
De acordo com matéria publicada pelo Congresso em Foco nesta segunda-feira (19), Nuzman enviou no final do ano passado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sugestões para alterar duas leis que regularão os jogos para assegurar direitos de exclusividade para todas as expressões diretamente relacionadas com as Olimpíadas de 2016.
A restrição vai além. Atinge até o numeral “2016”. Mais do que isso: poderá ser necessária a aprovação de Nuzman para usar o nome da cidade do Rio de Janeiro – sob pena de responder a processo judicial por perdas e danos e concorrência desleal –, já que a palavra “Rio” também consta na lista de restrições do COB. Até mesmo o termo “patrocinador”, usado por um sem número de diferentes atividades comerciais, está na lista.
Questionado por que não enviou as propostas de alteração à Comissão de Educação e Desporto do Senado, que é onde se apreciam temas ligados à política esportiva, Nuzman declarou: “Porque o Ato Olímpico foi feito pelo Congresso Nacional. Aprovado pelo Congresso Nacional, e o Congresso aprovou o Ato Olímpico e foi entregue pelo presidente Lula ao presidente do COB e ao presidente do Comitê Olímpico Internacional”.
Leia também