O novo ministro das Relações Institucionais, José Múcio, tomou posse agora há pouco no Palácio do Planalto, em cerimônia aberta para ministros, parlamentares e imprensa. O deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE), agora líder licenciado do governo na Câmara, entra no lugar de Walfrido dos Mares Guia, acusado de participação no esquema do “mensalão mineiro”. (leia mais)
Na última sexta-feira (23), Múcio já havia sido oficialmente nomeado ministro, em solenidade fechada no terceiro andar do Palácio do Planalto, restrita apenas a ministros e assessores próximos do presidente Lula. Hoje, Lula fez um discurso rápido, em que disse que o ex-ministro Walfrido saiu da pasta “magoado”, lembrando que o antecessor de José Múcio até hoje não foi oficialmente instado a se pronunciar sobre o assunto.
“Ele foi indiciado por um processo que estava na Justiça há quase nove anos, e a mágoa dele é que ele não foi ouvido em nenhum momento. Walfrido preferiu tomar a atitude de pedir afastamento porque entendeu que é muito melhor se defender fora do governo”, defendeu Lula, voltando a afirmar que acredita na inocência de Walfrido e em sua capacidade para prová-la.
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No breve discurso, Lula, depois de elogiar a conduta de José Múcio como líder de governo na Câmara, disse que o novo ministro terá uma missão muito árdua, uma vez que o cargo requer dedicação integral à pasta. “24 horas por dia”, exagerou o presidente.
Em discurso de posse afinado com o do presidente Lula, José Múcio agradeceu pela confiança dispensada por Lula em sua capacidade e disse que aprovar a prorrogação da CPMF é responsabilidade de todos. "Todos precisamos entrar em campo. É uma matéria do país, da sociedade, não é uma matéria de partidos políticos, de quem é contra ou a favor do governo. Você pode até ser contra o governo, mas não pode ser contra o país", propugnou.
Mãos à obra
Precisando de apoio entre os senadores para conseguir aprovar a prorrogação da CPMF, Lula disse que o país tem o Parlamento mais “compreensível do mundo”, mesmo quando seus integrantes divergem em relação a temas cruciais, e que o Planalto não encontrou “dificuldades insuperáveis” para votar projetos relevantes enviados ao Congresso.
Lula anunciou também que irá cuidar, pessoalmente, dos interesses do governo na aprovação da PEC da CPMF, apostando no diálogo com senadores que hesitam em votar favoravelmente à prorrogação do tributo. A estratégia, segundo ele, é apostar nas audiências no Planalto e passar a receber os parlamentares com mais facilidade e freqüência. (Fábio Góis)
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