Os controladores de tráfego aéreo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília, esperam para hoje (5) mais um dia de caos nos aeroportos de todo o país. Segundo profissionais ouvidos pela Folha Online, a situação está tranqüila desde sexta (3) unicamente devido à queda no número de vôos, e não à eficácia da força-tarefa organizada pela Aeronáutica na manhã de quinta (2), feriado de Finados.
De acordo com os controladores, a confiança da Aeronáutica na calmaria provocada pela diminuição de vôos é tanta que parte da equipe convocada no feriado teve folga ontem.
O caos no tráfego aéreo nacional começou há mais de uma semana, na sexta-feira passada (27), quando os controladores e vôo decidiram restabelecer padrões internacionais de segurança. Na chamada operação-padrão, os controladores elevaram a distância entre as aeronaves e reduziram para 14 o número de aeronaves monitoradas por cada profissional.
O resultado foi uma série de atrasos e cancelamentos de vôos. Na madrugada do feriado de Finados, o sistema entrou em colapso e milhares de passageiros esperaram até 20 horas para embarcar nos vôos.
FAB e Ministério da Defesa
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O presidente Lula interveio pessoalmente ontem (4) para conter a crise entre a Força Aérea e o Ministério da Defesa, agravada pela decisão do ministro Waldir Pires de se reunir na quinta-feira (2), dia de Finados, com dirigentes do sindicato dos controladores de vôo civis e anunciar a possibilidade do governo conceder uma gratificação salarial de até 40%.
Horas antes, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, havia convocado todos os controladores, aquartelando-os nas torres de controle de vôo do Aeroporto de Brasília. O brigadeiro, segundo a Agência Estado, teria até ameaçado os profissionais com a Corte Marcial em caso de desobediência.
Lula, que descansa na Bahia, determinou à ministra Dilma Rousseff que conversasse com Waldir Pires e Bueno, chamando-os a acabar com as rusgas que podem até provocar uma crise militar. Bueno tem acusado o ministro de incentivar a anarquia e abrir graves precedentes na Força Aérea, alegando que a atitude de Pires de oferecer aumento de salário para os controladores de vôo e de negociar com um grupo de sargentos poderia romper com a hierarquia militar.
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