A operação de hoje foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, e é baseada nas informações das delações premiadas do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, e do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello. Nos dois depoimentos o nome de Funaro foi mencionado.
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Os investigadores suspeitam que a JBS pagou propina à Fabio Cleto por intermédio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos FI-FGTS. Cleto, que foi indicado por Cunha para assumir o cargo na Caixa, integrava o conselho responsável pela aprovação de repasses de recursos para empresas. Segundo o depoente, com o pagamento de propinas, ele partia para o convencimento dos demais conselheiros em favor da aprovação de projetos apresentados.
O delator informou que nunca pediu propina às empresas, e que esta tarefa cabia sempre a Eduardo Cunha ou a Funaro, e que, ao todo, o deputado recebeu recursos ilícitos em 12 operações de grupos empresarias que obtiveram recursos do fundo de investimento. Na época da divulgação de informações da delação de Fabio Cleto, Eduardo Cunha negou as acusações e disse que “desconhece a delação”. “Desminto a informação e desafio a provar”, disse o deputado por meio de sua assessoria.
O lobista Milton Lira também é um dos alvos da operação de hoje. Agentes da PF cumpriram um mandado de busca e apreensão em sua residência, em Brasília. Na delação de Nelson Mello, Lira e Funaro foram citados como responsáveis pela distribuição de propinas milionárias para senadores do PMDB, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).