Segundo informações da Polícia Federal, o foco dessa nova fase da operação é o cumprimento de medidas cautelares contra um operador – no caso, Romano – que teria a atribuição de arrecadar “valores ilícitos” por meio de contratos de crédito consignado para servidores junto ao Ministério do Planejamento.
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De acordo com a investigação, um total de mais de R$ 50 milhões foi desviado das operações de empréstimo. A movimentação financeira era operada por empresas do Grupo Consist Software, que firmou contratos com o Planejamento sem licitação e repassava os valores a integrantes do esquema de corrupção na Petrobras. A Polícia Federal garante que operadores de firmas de fachada confirmaram o recebimento de propina.
Ao todo, segundo a PF, R$ 37 milhões foram arrecadados por Romano, ex-vereador de Americana entre 2001 e 2004. Desligado do PT desde 2013, ele foi preso no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e de lá deve seguir para Curitiba, onde estão presos os demais investigados da Lava Jato sem foro privilegiado. R$ 15 milhões foram para Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada e está em prisão domiciliar.
“O foco das investigações dessa fase é o cumprimento de medidas cautelares em relação ao operador identificado a partir da deflagração da fase anterior responsável por arrecadar valores relacionados a vantagens ilícitas que superam R$ 50 milhões”, informou a Polícia Federal.
Os mandados foram decretados pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução dos inquéritos da Lava Jato em primeira instância. Um dos alvos dessa nova fase é um advogado que trabalha no Centro Empresarial Brasil XXI, em Brasília, a poucos metros do posto de gasolina que abrigava um escritório onde o dinheiro do esquema era levado. O local, onde antes funcionava um lava-jato de automóveis, deu origem ao nome da operação.
No centro empresarial funciona a JD2 Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, preso há dez dias depois da deflagração da Pixuleco I, 17ª fase da Lava Jato. A empresa está no foco das investigações dessas duas mais recentes fases da Lava Jato. Ainda segundo a PF, os recursos para pagamento de propina eram provenientes dos empréstimos consignados firmados junto ao Ministério do Planejamento, por meio de uma empresa que formalizava os contratos com a pasta.