O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo constatou que a Nossa Caixa gastou em apenas oito meses, entre março e novembro de 2002, os R$ 28 milhões que deveriam ser gastos em 18 meses, ou seja, até setembro de 2003. Por coincidência, esse foi o período de campanha de reeleição do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República neste ano.
O promotor de Justiça da Cidadania Sérgio Turra Sobrane, que investiga a suspeita de uso político-eleitoral dos anúncios e patrocínios da Nossa Caixa, irá intimar o presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, para explicar as despesas de publicidade. Sobrane também vai intimar o atual diretor jurídico da Nossa Caixa, Daniel Rodrigues Alves, que substituiu Monteiro no cargo.
De acordo com relatório produzido pelo TCE, houve graves irregularidades durante e depois de encerrados os prazos de vigência dos contratos, quando os serviços continuaram a ser prestados com base em "ajustes verbais".
A assessoria de Geraldo Alckmin informou que as explicações sobre os gastos de publicidade em 2002 deveriam ser dadas pelo banco. Por sua vez, a Nossa Caixa declarou que "o presidente mandará examinar as ações de marketing de 2002, já que, até o momento, vinha se concentrando no período abrangido pela sindicância interna".
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O Tribunal de Contas do Estado aponta Monteiro e o ex-diretor de infra-estrutura Odair Ziolli como "autoridades que firmaram os instrumentos", ao julgar a execução dos contratos celebrados com a Full Jazz e a Colucci. A Nossa Caixa fez pagamentos adicionais de R$ 45,4 milhões às duas agências.
Em seu voto, o conselheiro-relator, Eduardo Bittencourt Carvalho disse que não está "suficientemente esclarecido o motivo pelo qual houve essa intensa concentração de serviços de publicidade já nos primeiros oito meses de execução". Tal procedimento é "inadmissível", afirmou Bittencourt.