FOLHA DE S. PAULO
Dados de dirigente tucano foram acessados sem motivo por gerente do BB em Maricá
Os dados bancários do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, foram acessados sem motivo por duas vezes em uma agência do Banco do Brasil em Maricá (RJ).
Em depoimento à Polícia Federal na quarta-feira, o gerente de contas do BB Márcio Vinícius Alves afirmou que no dia 26 de março deste ano consultou por engano, em dois momentos, a conta corrente do dirigente tucano. Alves contou à PF que fez os acessos às 11h29 e às 11h30.
Segundo a versão do servidor, atualmente lotado em agência do BB em Niterói (RJ), na ocasião foi feita “uma reclamação de cliente repassada pela telefonista da agência, questionando um depósito não creditado”.
Funcionário de jornal comprou passagens
Ofício enviado à Polícia Federal na quarta revela que passagens aéreas do jornalista Amaury Ribeiro Jr. foram compradas por um funcionário do “Estado de Minas” que também trabalhava de forma autônoma, vendendo serviços para viagens particulares de empregados do jornal.
Amaury, que trabalhou no jornal, foi indiciado sob suspeita de ter encomendado dados sigilosos de pessoas ligadas a José Serra. Ele nega ter pedido dados sigilosos.
Segundo a agência de viagem onde as passagens foram expedidas, Marcelo Oliveira era a pessoa credenciada pelo jornal para comprar passagens. “O mesmo comprava também passagens e serviços para alguns diretores e funcionários quando em viagens particulares.”
No último embate, Dilma e Serra evitam o confronto direto
Uma campanha marcada pela virulência e pelos ataques recíprocos no segundo turno terminou sem confronto direto e de forma anódina no décimo e último debate da eleição, ontem na TV Globo.
Com as regras engessadas pela proibição de perguntas entre eles ou de jornalistas, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (SP) optaram pela linha cautelosa e evitaram temas polêmicos e tom agressivo.
Temas como privatização, descriminalização do aborto e acusações de corrupção contra Erenice Guerra (Casa Civil), ex-braço direito de Dilma, e Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa no governo Serra, ficaram de fora.
Mesmo vazio, o Congresso custa R$ 1,9 bi a contribuinte
Mesmo vazio, o Congresso Nacional custa caro ao contribuinte. De julho a outubro, quando votações e debates são próximos de zero, houve R$ 1,9 bilhão de despesas de todos os tipos.
Chamado de “recesso branco”, a paralisia do Legislativo acontece de dois em dois anos por causa das eleições. Além deste período com pouco trabalho, o recesso constitucional continua: em julho e no final do ano. Ou seja, são cinco meses de trabalho escasso.
Na Câmara, por exemplo, não há nenhum tipo de votação desde 7 de julho. Duas tentativas de reunir deputados em Brasília durante esse período fracassaram.
Consórcio contratou família de Paulo Preto
Um dos consórcios construtores do Rodoanel contratou de forma emergencial e pagou R$ 91 mil à empresa do genro e da mãe do engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, à época em que Souza era diretor de Engenharia da estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).
A companhia contratada pelo consórcio Andrade Gutierrez/Galvão no ano de 2009 foi a Peso Positivo Transportes Comércio e Locações Ltda. -ME, que tem como sócios Fernando Cremonini, genro de Souza, e Maria Orminda Vieira de Souza, mãe do engenheiro.
Centro de SP é palco de último ato da campanha no 2º turno
Em horários diferentes, aliados de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) fizeram caminhadas ontem no centro de São Paulo, sem a presença dos presidenciáveis, que passaram o dia no Rio à espera do debate da TV Globo.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve que abandonar o tumultuado ato pró-Serra depois de perder a sola dos dois sapatos. “É bom gastar sola de sapato em campanha, né?”, brincou FHC, que saiu antes da metade do percurso de 1,5 km entre o largo São Francisco e a praça da República.
Ele deixou o calor e seguiu para o ar-condicionado em seu instituto, o iFHC, também no centro. Questionado sobre sua participação tímida na campanha, disse ter feito “tudo que Serra pediu”.
Serra finaliza , mas não registra seu plano
Após passar dois meses sendo revisado, a campanha de José Serra (PSDB) à Presidência finalizou anteontem um programa de governo que não será apresentado aos eleitores nem registrado oficialmente.
O calhamaço com 280 páginas está dividido em 20 temas e contém 118 propostas. Foi entregue para Serra no dia 1º de setembro. Desde então, o tucano vinha fazendo revisões nas propostas.
“Foi uma opção do marketing da campanha. Por mim, lançava antes”, disse Xico Graziano, ex-secretário do governo Serra em São Paulo e responsável pela coordenação do programa.
Lula minimiza fala do papa sobre aborto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou ontem a declaração do papa Bento 16, que condenou o aborto e conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar o voto dos católicos.
Em Roma, o papa reiterou a posição católica sobre o aborto, condenando o uso de projetos políticos que defendam aberta ou veladamente sua descriminalização.
“Eu não vi nenhuma novidade na declaração do papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe”, avaliou Lula, após visitar o Salão do Automóvel, na capital paulista.
Eleitores ignoram pedido de partidos para não viajar
A convocação do PSDB para que os eleitores não viajem no feriado para irem as urnas amanhã parece não ter convencido os cariocas.
As justificativas para aproveitar o feriadão criado pelo governador Sérgio
Cabral (PMDB), que adiou para segunda-feira a comemoração do Dia do Servidor Público no Estado, são variadas.
A engenheira Monique Valença, 25, vai aproveitar a folga para encontrar o namorado em Nova York. Eleitora de Serra, ela espera que sua ausência não o prejudique.
Horário eleitoral acaba com Lula e Bento 16
No último dia de propaganda no rádio e na TV, os presidenciáveis apelaram ao presidente Lula e ao papa Bento 16 para tentar conquistar eleitores indecisos.
O programa de Dilma Rousseff (PT) apostou na popularidade recorde de Lula, que passou um minuto e 27 segundos no vídeo e afirmou que votar na candidata petista é votar “um pouquinho” nele próprio.
A campanha de José Serra (PSDB) omitiu os temas religiosos na TV, mas explorou no rádio o discurso do papa contra o aborto, pedindo que o eleitor julgue a opinião dos candidatos sobre o assunto.
STF vê censura prévia em tribunal militar
Ao negar acesso da Folha ao processo relativo à atuação de Dilma Rousseff na ditadura (1964-1985), a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia disse que é possível ver “censura prévia” na conduta do STM (Superior Tribunal Militar).
O tribunal trancou os autos do processo da candidata a presidente do PT em um cofre, há sete meses, e suspendeu, por duas vezes seguidas, o julgamento de mandado de segurança protocolado pelo jornal, que tenta obter acesso à papelada.
TSE concede, pela primeira vez, direito de resposta no Twitter
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concedeu pela primeira vez um direito de resposta no microblog Twitter. Ao discutir o tema, ministros se mostraram preocupados com o efeito da decisão.
O tribunal aceitou pedido da coligação “O Brasil Pode Mais”, do tucano José Serra, contra o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), que teve de postar dois “tweets” -mensagens de no máximo 140 caracteres- escritos pela campanha de Serra, em resposta a outros dois comentários feitos por ele no dia 19.
PF apura se contas foram pagas em troca de voto no Maranhão
A Polícia Federal investiga pagamento de contas de luz e água supostamente em troca de votos no Maranhão.
As imagens de câmeras internas da casa lotérica onde ocorreram os pagamentos em São Luís foram entregues à PF pelo dono do estabelecimento na semana passada.
Segundo o empresário, que prefere não ter o nome publicado, as imagens permitem identificar a pessoa que nos dias 16 e 28 de setembro pagou cerca de R$ 29 mil em contas de moradores de bairros pobres de São Luís.
Em ato do PT, CUT faz críticas à imprensa
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, defendeu ontem o “controle social” da imprensa e acusou a Folha e outros veículos de imprensa de terem sido “cooptados” pelo PSDB paulista.
Em ato de apoio a Dilma Rousseff (PT), ele disse que a imprensa protegeria os tucanos em troca de contratos com o Estado: “Quem mora fora acha que São Paulo passou 16 anos sem absolutamente nenhuma denúncia. O problema é que a imprensa foi cooptada pelo PSDB”.
Dilma e Serra divergem sobre pré-sal
A principal divergência entre as propostas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para a política energética diz respeito à participação da Petrobras na exploração das áreas ainda não licitadas do pré-sal.
Dilma abraça o modelo de partilha e a proposta de que a estatal participe com ao menos 30% de todos os blocos. Para Serra, o governo confunde “comando sobre os processos com presença física em todas as ações”.
O tucano sugere que o modelo, em fase final de apreciação pelo Congresso, seja discutido pelos parlamentares sem pressão do Planalto.
Governador no massacre de Carajás e MST se unem pelo PT
A campanha de reeleição da governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT) conseguiu colocar do mesmo lado o MST e Almir Gabriel, governador à época do massacre de Eldorado do Carajás (PA), em 1996, quando 19 integrantes do movimento sem-terra foram mortos por policiais militares.
Mesmo guardando diferenças com a petista, tanto Gabriel (ex-tucano e hoje sem partido) quanto o MST aceitaram apoiar a candidatura da petista.
Forças Armadas vão reforçar segurança em cinco Estados
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou o envio de homens das Forças Armadas a cinco Estados para reforçar a segurança durante as eleições.
Cidades do Pará, Amazonas, Tocantins, Piauí e Paraíba vão contar com a ajuda federal no dia da votação. Os ministros do TSE decidiram autorizar o reforço em sessão realizada ontem.
A decisão foi encaminhada ao Ministério da Defesa, que é responsável por estabelecer, junto com os Tribunais Regionais Eleitorais e as Secretarias de Seguranças locais, quantos agentes serão enviados a cada Estado.
O GLOBO
O Dia D de Serra e Dilma
Para acompanhar o resultado, concentração e discrição. Tanto Dilma Rousseff (PT) quanto José Serra (PSDB) devem permanecer longe dos holofotes. A petista deve votar às 8h em Porto Alegre, e depois seguirá para um café da manhã com aliados. Por volta das 11h, a candidata deve embarcar de volta a Brasília.
Todos os coordenadores da campanha votam em seus estados e retornam a Brasília mais ou menos no mesmo horário. Dilma, assessores e petistas chegam e vão para o Hotel Naoum para os preparativos da festa. Depois se encontram com o presidente Lula no Palácio da Alvorada para acompanhar a apuração.
Com o resultado, se Dilma ganhar, ela e o séquito seguem para o Hotel Naoum onde a petista fará sua declaração. Dilma deve deixar a entrevista para o dia seguinte.
O tucano José Serra deve manter o ritual de eleições anteriores e permanecerá recolhido no domingo até que a eleição defina quem será, a partir de 2011, o novo presidente do país.
No último debate do segundo turno entre os presidenciáveis, propostas aparecem
Finalmente, um debate de propostas. Em uma clara tentativa de evitar o clima de guerra que se instalou nos debates no segundo turno, os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se concentraram em responder aos temas propostos pelos eleitores indecisos, no último debate da eleição, exibido pela TV Globo. Serra provocou sutilmente Dilma, ao falar de corrupção e de inflação. Mas, na maior parte do tempo, listaram propostas para áreas como funcionalismo, agricultura, segurança e saneamento.
Ao responder à pergunta do advogado Lucas Andrade, do Distrito Federal, sobre a sucessão de escândalos envolvendo políticos no país, Serra afirmou que a corrupção no país “chegou a níveis insuportáveis”. Na réplica sobre o tema, citou o caso dos aloprados, envolvidos na compra de dossiê contra a campanha do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006. O tucano fez também referência a escândalos que atingiram a política “nos últimos vinte anos”. Serra fez uma referência indireta aos escândalos na Casa Civil, mas, diferentemente de outros embates, sem citar o nome do PT, de Dilma ou da ex-ministra Erenice Guerra.
Realidade e utopia
A oposição chega à reta final da campanha presidencial fazendo contas de chegar que só fecham se tudo der certo para ela, e tudo der errado para a candidata oficial, o que por si só indica que é muito difícil a reversão do resultado previsto pela maioria das pesquisas eleitorais.
Nesse embate entre a utopia e a realidade, sobram esperanças que às vezes esbarram em números frios como os das pesquisas que, na sua esmagadora maioria, indicam a vitória de Dilma.
O presidente do DEM, deputado reeleito Rodrigo Maia, por exemplo, anda no seu Iphone com uma manchete do dia da eleição para Prefeito do Rio de 2000, prevendo a vitória de Conde por uma diferença de 14 pontos com base em pesquisa do Datafolha.
O ESTADO DE S. PAULO
Lula e FHC, a 2 dias da eleição, brigam por votos em SP para Dilma e Serra
Na reta final da campanha, os principais aliados dos candidatos à Presidência foram escalados para tentar conquistar votos entre os eleitores de São Paulo. Com a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra no Rio, dando prioridade à preparação para o último debate na TV, coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saírem às ruas para um último esforço a favor de seus candidatos.
Ambos se enfrentaram nas urnas em 1994 e 1998. Nas duas ocasiões, Fernando Henrique foi eleito no primeiro turno.
A opção por São Paulo não ocorreu à toa. O Estado é o maior colégio eleitoral do País, com 30,2 milhões de eleitores. É mais que o dobro, por exemplo, do total de votos disponíveis em Minas Gerais, com 14,5 milhões.
Além disso, os coordenadores das duas campanhas não escondem sua preocupação com a possibilidade de aumento no índice de abstenções amanhã, por conta do feriado. No primeiro turno, 4,9 milhões de eleitores paulistas deixaram de votar. Isso representa praticamente 20% de toda a abstenção ocorrida no território nacional. O eleitor paulista também anulou 1 milhão de votos e produziu 856 mil votos em branco.
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