O GLOBO
Serra muda rumo e defende legado de FH na campanha
Depois de esconder Fernando Henrique, o tucano José Serra iniciou o segundo turno defendendo o legado do ex-presidente. Em reunião com governadores e senadores eleitos, Serra elogiou as privatizações. A defesa mais enfática de FH foi feita pelo senador eleito Aécio Neves (MG): “Se querer condenar as privatizações, estão dizendo a cada brasileiro que pegue o celular e jogue na lata de lixo.” Dilma fez carreata na Baixada Fluminense. A campanha petista divulgará um programa de governo para deixar claro que, se eleita, Dilma não defenderá aborto.
No primeiro grande ato de campanha do segundo turno, que reuniu ontem os principais governadores e parlamentares eleitos por PSDB, DEM, PPS e até dissidentes do PMDB, o presidenciável tucano, José Serra, tentou mostrar otimismo e disposição para mudanças de discurso. A começar pelo resgate do legado do governo Fernando Henrique, incluindo o Plano Real e até as privatizações. A estratégia atende a sugestões do senador eleito por Minas e ex-governador Aécio Neves, que tem reforçado a ideia de que o governo Lula não teria o sucesso que teve sem as conquistas deixadas pelos antecessores.
Itamar Franco deu a cobertura para o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique, lançar as bases do Plano Real. O Real é do Itamar e do Fernando Henrique. O Real eliminou nuvem de poeira quente que sufocava o país. Porque a gente sabe que quem paga o pato pela inflação são os pobres discursou Serra.
Após esconder FH no primeiro turno, Serra destacou a privatização nas telecomunicações e lembrou o tempo em que os brasileiros eram obrigados a declarar as linhas telefônicas no Imposto de Renda. Disse que o governo Lula deu prosseguimento à política, ao vender entre 2004 e 2005 os bancos do Ceará e do Maranhão: — Dizem que vão voltar com privatização (na campanha do PT). O governo Lula continuou privatizando dois bancos. E não é um problema de número, é de ideologia. Se privatizou, é que não era tão contra. Eu elogio a privatização, a abertura de telecomunicações. Não venham com trololó de factoides dessa natureza.
Agora, programa do PT será contra aborto
Contrariando decisão anterior, de que o programa de governo da candidata do PT, Dilma Rousseff, só seria divulgado depois da eleição, caso ela seja eleita, a coordenação da campanha voltou atrás. Uma peça com os planos da coligação deverá ser divulgada nos próximos dias. A ideia foi retomada para deixar claro, entre outras coisas, que a candidata petista, se vitoriosa, não defenderá a legalização do aborto ou outras questões polêmicas para a Igreja, como o casamento gay.
O coordenador do programa de governo da campanha de Dilma, Marco Aurélio Garcia, informou ontem que será lançado também um manifesto de apoio à candidata petista, assinado pelos partidos da coligação e representantes da sociedade civil, confrontando os projetos defendidos por Dilma e pelo candidato tucano José Serra.
— Estamos fechando o programa de governo centrado no tripé saúde, educação e segurança. E será divulgado antes do segundo turno, nos programas de rádio e TV, disse Marco Aurélio Garcia.
Serra se confunde ao falar sobre aborto
Depois de quase meia hora de discurso para aliados ontem, em Brasília, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se confundiu e se atrapalhou ao tratar do assunto mais polêmico da campanha nos últimos dias: a legalização do aborto no país.
Serra se enganou e disse, primeiro, que era a favor do aborto, mas depois se corrigiu e disse que sempre foi contra a legalização do aborto por convicção.
Quando ministro da Saúde, em 1998, ele normatizou o atendimento na rede pública para casos permitidos em lei estupro e risco de vida para a mãe.
Mal na Bolsa, Petrobras sobe ao palanque com Lula
Em meio ao segundo turno da campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda hoje a cerimônia de batismo da plataforma P-57 da Petrobras, em Angra dos Reis, Sul Fluminense. A solenidade foi antecipada em dois meses e marca a entrada da estatal na campanha política nesta segunda fase das eleições presidenciais.
Desde o primeiro mandato, Lula usa inaugurações da Petrobras como palanque. Foi assim em abril de 2006, quando a estatal iniciou a operação da P-50, marcando simbolicamente a autossuficiência em petróleo no país. E em setembro de 2008, quando foi extraído o primeiro óleo do pré-sal, no litoral capixaba.
Em ambas as ocasiões, Lula sujou as mãos com petróleo, repetindo o gesto de Getúlio Vargas nos anos 50. Em 2008, o presidente estava acompanhado da atual candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na época à frente da Casa Civil.
Tucanos planejam unir propostas ambientais de Marina e de Serra
Atento à movimentação pelo apoio do PV de Marina Silva, o comando da campanha de José Serra (PSDB) está debruçado sobre propostas em meio ambiente do programa da candidata verde. A ideia é agrupar num único documento os principais pontos do setor, criando convergência maior entre os planos dos dois partidos.
Há uma avaliação no ninho tucano de que a campanha de Serra sai na frente, pois tem como pano de fundo a política ambiental adotada quando ele era governador de São Paulo, tida como uma das mais avançadas no país.
PMDB incomodado com Ciro
O PMDB do vice na chapa governista, Michel Temer, não quer esperar a eventual vitória de Dilma Rousseff para saber qual o tamanho de sua fatia na divisão do poder. A petista já começou a administrar o clima de insatisfação geral no PMDB.
Ela mesma conversou ontem com o ex-ministro e candidato derrotado ao governo da Bahia, Geddel Vieira Lima, que ameaçava dissidência e marcou evento em Salvador, na sexta-feira, para lançar a campanha do segundo turno em favor da petista.
Outro fator que motivou a cobrança do PMDB foi a indicação do deputado Ciro Gomes (PSBCE) para ser um dos quatro coordenadores da campanha de Dilma Rousseff. Causou mal-estar dentro do PMDB e foi motivo até de chacota nas reuniões reservadas do PMDB ontem.
Integrantes da cúpula do partido avaliaram que Ciro tem um discurso muito radical, especialmente contra o PMDB ele já chamou Temer de chefe de um ajuntamento de assaltantes , e que pode não atrair mais apoios, e sim afastar pessoas.
PTB deve optar pela neutralidade
Mesmo integrando a chapa do candidato tucano à Presidência, José Serra, o PTB deverá manifestar, na próxima semana, que a questão ficará em aberto no segundo turno, com cada estado decidindo se apoia Serra ou a petista Dilma Rousseff.
O presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), que começou a campanha empolgado com Serra, a duas semanas da eleição declarou que votaria em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). Agora, disse que votará no 14, número da legenda: O Serra, o tempo todo, recebeu constrangido o meu apoio. Não estou aqui para ser rejeitado.
Ministro pede férias para dar apoio a Dilma
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, está de férias a partir de hoje para reforçar a campanha de Dilma Rousseff (PT). A liberação foi pedida ao presidente Lula pelo comando da campanha. Com a experiência de três anos no Palácio do Planalto, ele cuidará da articulação da campanha com prefeitos, governadores e parlamentares aliados.
Antes de assumir o ministério, ele era o subchefe de Assuntos Federativos e tratava diretamente com os prefeitos e os governadores do país. Foi Padilha que, em 2009, promoveu o polêmico encontro de prefeitos, com a participação de todos os ministros, do presidente e de Dilma, quando foram anunciadas medidas de ajuda aos municípios.
Dilma estreia campanha do 2º turno
A carreata que abriu a campanha para o segundo turno da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, terminou ontem antes do esperado, no Rio. A previsão era de que ela passasse por Caxias e São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Mas logo após deixar o centro da primeira cidade, às 16h, ela interrompeu o percurso. Segundo aliados, Dilma teria outros compromissos em Brasília e não podia estender a agenda. Em São João de Meriti, porém, onde cabos eleitorais a esperavam, chegou a ser informado por carro de som que, por motivos de saúde, a parte final da carreata tinha sido cancelada.
Dilma percorreu as ruas de Caxias por cerca de uma hora e meia, acenando para eleitores de cima de um jipe, ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB) e dos senadores eleitos Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT). Antes, ao chegar à concentração da carreata, no Jardim Gramacho, ela deu uma entrevista com promessas: Começo por aqui porque quero priorizar duas questões importantes: o tratamento de água e o esgotamento sanitário (…). E vamos levar para a Baixada as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que estão dando tão certo no Rio.
Aborto ofusca debate sobre questões femininas
Enquanto os presidenciáveis se esforçam para explicar o que pensam sobre o aborto, estão deixando de responder sobre mercado de trabalho para a mulher, equiparação salarial entre homens e mulheres, rede de creches…
Para cientistas políticas, pesquisadoras de políticas para a população feminina e artistas, o debate moral em torno do aborto que tem ocorrido na campanha presidencial nos últimos dias tem deixado de lado problemas crônicos vividos pelas mulheres brasileiras.
Questão enfrentada pela mulher de baixa renda que está entre as mais citadas como fora da discussão presidencial é a falta de creches públicas para as mães pobres.
Marina admite seguir rumo diferente do PV no 2º turno.
A verde Marina Silva que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, com 19,6 milhões de votos admitiu ontem a possibilidade de tomar um caminho diferente do PV neste segundo turno.
Em duas entrevistas, ela lembrou que as divergências dentro do partido podem inviabilizar uma posição única: Obviamente, quando se vai para uma discussão democrática, sempre há a possibilidade de diferenças, e há a possibilidade de convergências afirmou, no final da tarde.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan, ao ser perguntada se seguirá obrigatoriamente o rumo decidido pelo partido, ela disse que não se pode dizer que será uma posição única. Marina disse considerar natural que ocorram divergências dentro da legenda: Em um partido como o PV não tem como imaginar, até pela diversidade, um processo unânime. Temos posições diversificadas.
Uso eleitoral da internet foi aquém do esperado
Na estreia da internet como grande espaço do embate político brasileiro, a influência da rede no processo eleitoral ficou aquém da expectativa gerada principalmente após o fenômeno digital da eleição de Barack Obama nos EUA, em termos de arrecadação e debate político na rede. Esta é a avaliação de especialistas e de responsáveis pelas campanhas digitais dos principais postulantes à Presidência.
Passado o primeiro turno, o fortalecimento, no meio digital, da onda verde pró-Marina Silva (PV) nos dias que antecederam o pleito, e um desgaste de Dilma Rousseff (PT), com correntes de emails sobre sua posição em relação ao aborto, foram os fatos mais relevantes, com efeito eleitoral, produzidos na internet na última semana.
Durante a campanha, em vez de disputa ideológica entre os simpatizantes da petista e de José Serra (PSDB), prevaleceu a troca surda de acusações, como a marcha para o autoritarismo, no caso de vitória de Dilma, ou a volta das privatizações neoliberais, em eventual sucesso tucano, numa guerrilha virutal que deve se intensificar.
FOLHA DE S. PAULO
Marina critica apetite do PV por ministérios
Em reunião fechada com aliados, a candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, atacou ontem a gula de dirigentes do partido por cargos e afirmou que não vai “se apequenar” nas negociações do segundo turno.
Ela se mostrou irritada com a intenção do núcleo da campanha de José Serra (PSDB) de oferecer quatro ministérios em troca do apoio do PV, como noticiou ontem o Painel.
Em tom de ironia, Marina criticou o fisiologismo de parte da cúpula verde, sugerindo que a oferta seria alta demais para alguns dirigentes de seu partido.
“Quatro ministérios pro PV… Caramba! Do jeito que tem gente aí, basta pensar num conselho de estatal, já estaria muito bom. Certo? Tem esse tipo de mentalidade”, disse ela.
A senadora reclamou do assédio a aliados e prometeu não se curvar à “velha política”, referindo-se à oferta de espaço no futuro governo. Segundo ela, seus eleitores cobram “postura e valores” diferentes. “Quem estiver oferecendo cargo não entendeu nada do que as urnas disseram”, afirmou.
Marina insistiu que ela e seus apoiadores não podem “se apequenar” nas conversas com PT e PSDB. “Nós sabemos que esse movimento [sua candidatura] é maior que nós. Não podemos nos apequenar como vão querer que nos apequenemos.”
Ela também demonstrou incômodo com a sugestão de que apoiaria Dilma Rousseff (PT) por gratidão ou amizade ao presidente Lula, indicando que não cederá a um apelo emocional do ex-chefe.
“Não pode […] achar que é uma discussão de amizades históricas, por mais viscerais, umbilicais, cardíacas que elas possam ser.”
Serra diz que Lula privatizou; Aécio defende governo FHC
Em seu primeiro discurso desde que chegou ao segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deu mostra de que apostará no confronto direto com a adversária Dilma Rousseff (PT) ao investir na discussão sobre aborto e privatizações.
Ao falar no ato político que reuniu a oposição numa nova largada de sua candidatura, em Brasília, Serra disse que o segundo turno “é a ocasião para identificar se o candidato tem duas caras”, numa crítica indireta a Dilma.
Ao citar o aborto, Serra cometeu um deslize. “Pode ser um defeito em política, mas só tenho uma cara. Nunca disse que sou contra o aborto porque sou a favor. Ou melhor, eu nunca disse que era a favor do aborto porque sou contra o aborto. Sou contra.”
Serra lembrou que o PT já puniu parlamentares contrários ao aborto. “Não acho errado ter convicções na vida. Errado é querer enrolar. Diz uma coisa. Depois diz o contrário”, afirmou.
“Ninguém nunca ouviu falar de uma sujeirinha na minha vida. Sou candidato de vida limpa. Mãos limpas. Na minha vida, não tem nenhum cofrezinho fechado.”
O tucano recorreu a uma vacina. Certo de que o PT pretende investir na comparação dos governos Lula com o de Fernando Henrique Cardoso, Serra antecipou-se e falou do ex-presidente.
Disse que o governo Lula deu continuidade à política de privatizações. No primeiro turno, FHC não apareceu nos programas de Serra.
Planalto evita que Erenice e Dilma falem de lobby ao Senado
Senadores aliados ao presidente Lula foram orientados a não comparecer à reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que votaria convites à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e à ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra para explicar indícios de tráfico de influência na pasta.
Segundo o senador Eduardo Suplicy (PT), o pedido partiu do ministro Alexandre Padilha. “Houve, da parte do ministério [de Relações Institucionais], a orientação para que não houvesse a presença hoje”, afirmou Suplicy.
Uma reunião da CCJ do Senado foi convocada ontem pelo presidente da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), para discutir os requerimentos de autoria de seu colega Alvaro Dias (PSDB-PR). A sessão não foi aberta por falta de quorum.
Dias afirmou que os governistas poderiam ter usado a maioria para rejeitar os requerimentos, mas preferiram evitar “desgaste político”.
Programa de petista agora vai abranger o tema ambiental
A campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência lança na próxima semana o programa de governo da candidata, deixado de lado no primeiro turno. Além de defender a democracia, liberdade de expressão e religiosa e o direito a vida, o documento terá ênfase na sustentabilidade e no meio ambiente.
A divulgação, quatro meses após o início da campanha, de um programa com ênfase ambiental tem por objetivo atrair o voto dos eleitores de Marina Silva (PV).
Agora prioritária, a questão ambiental aparecia de forma genérica nos dois programas apresentados no registro da candidatura.
Segundo a avaliação de aliados, o destaque para questões ambientais no documento evitaria que o debate fosse pautado pelo PV e pelos “marineiros”.
Dilma debate homofobia com evangélico
Em seu primeiro evento de campanha após o primeiro turno, a candidata Dilma Rousseff (PT) evitou falar em público sobre temas religiosos, mas encontrou-se reservadamente por quase uma hora com líder evangélico.
Afirmou ser contra a legalização do aborto e disse ter restrições à lei de criminalização da homofobia, segundo relato de participantes.
Dilma reuniu-se com o ex-pagodeiro Waguinho (PT do B), candidato ao Senado no Rio com 1,3 milhão de votos e missionário da evangélica Assembleia de Deus dos Últimos Dias, após cancelar parte da carreata de ontem na Baixada Fluminense.
Partido é oportunista sobre aborto, diz bispo
O bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, disse que não vai recuar em seu posicionamento contra a candidata Dilma Rousseff (PT) e que o partido está sendo “oportunista” ao estudar voltar atrás na defesa da descriminalização do aborto.
O religioso foi o primeiro nesta eleição a se manifestar publicamente contra a presidenciável do PT -em julho, escreveu um artigo recomendando que os católicos não votassem em Dilma.
Durante a campanha, outros líderes católicos e evangélicos pregaram votos contra ela. Para Bergonzini, 74, a mobilização foi decisiva na votação e deve ter grande influência no segundo turno.
PT não levará polêmica ao horário eleitoral
Políticos evangélicos que apoiam a candidata Dilma Rousseff (PT) sugeriram ontem ao comando da campanha que a resposta aos boatos que circulam contra a petista ocorram nos templos.
A ideia é que, após os cultos, pastores e lideranças façam um “esclarecimento” para informar que a petista é contra o aborto e que não teria dito que nem Jesus tiraria dela essa eleição. O discurso para os fiéis seria para mostrar que a candidata defende a vida, mas foi vítima de uma campanha caluniosa.
A recomendação é que a campanha também use a internet, mas evite levar o assunto para a propaganda eleitoral, o que poderia, segundo eles, ampliar a polêmica. “Para que mais problema?”, questionou o senador Magno Malta (PR-ES).
Para o senador eleito Walter Pinheiro (PT-BA), essa questão de aborto é complexa para ser discutida.
Weslian afirma que não perderá votos sem tucano em palanque
Na primeira aparição pública ao lado de José Serra (PSDB) depois de lançar sua candidatura ao governo do Distrito Federal, Weslian Roriz (PSC) disse que não perderá votos se o tucano não subir em seu palanque.
“Se ele vier, tudo bem. Se não vier, eu também não vou me preocupar. Os votos dele já estão garantidos”, disse.
No primeiro turno, enquanto seu marido Joaquim Roriz (PSC) era candidato ao governo, Serra não participou de nenhum ato político no Distrito Federal.
Apesar de negarem que tenham escondido Roriz na campanha, os tucanos evitaram aproximá-lo de Serra -já que Roriz teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
Para FHC, Dilma lida com os temas ambientais como Geisel
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, considera os “temas ambientais um obstáculo” para alcançar metas econômicas e isso deve beneficiar José Serra (PSDB) no segundo turno das eleições, segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Em entrevista concedida anteontem ao jornal argentino “La Nación”, FHC disse que Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva são desenvolvimentistas com uma visão parecida à do general Ernesto Geisel (1974-1979), presidente do regime militar.
Ambos consideram prioridade o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), segundo FHC, e veem “temas ambientais” como entraves ao desenvolvimento.
Rússia entregará papéis inéditos de Prestes ao Brasil
O governo russo vai entregar amanhã ao Brasil um conjunto de documentos inéditos sobre o líder comunista brasileiro Luiz Carlos Prestes (1898-1990).
São cópias de manuscritos de Prestes, de artigos de jornais soviéticos e de fotografias que serão encaminhadas ao Arquivo Nacional.
A maior parte deles é do período entre 1931 e 1934, quando Prestes viveu exilado na então União Soviética de Josef Stálin (1878-1953).
O teor dos arquivos não foi detalhado pelas autoridades russas. A liberação do material foi decidida durante uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dmitri Medvedev.
TCU poupa senador do DEM de explicar pagamento irregular
O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) poupou o senador Efraim Morais (DEM-PB) de dar explicações sobre o pagamento irregular de horas extras para servidores do Senado.
Reportagem de ontem da Folha revelou que auditoria na folha de pagamento da instituição apontou que foi “totalmente irregular” a autorização de pagamento de hora extra para 3.883 servidores em pleno recesso de janeiro, o que custou R$ 6,2 milhões aos cofres públicos.
Como primeiro-secretário da Casa, Efraim foi quem autorizou os pagamentos.
Os ministros seguiram o relator do caso, Raimundo Carreiro, que decidiu cobrar explicações de apenas quatro servidores que já deixaram os cargos de direção na Casa: Alexandre Gazineo, Agaciel Maia, ambos dirigiram o Senado, Ralph Siqueira e João Carlos Zoghbi, que foram diretores de Recursos Humanos da Casa.
Carreiro, o relator do caso, trabalhou como secretário-geral do Senado por 12 anos e foi indicado para o TCU pelo atual presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
Lula ouvirá sucessor sobre compra de caça
A decisão sobre a compra do futuro avião de caça da Força Aérea Brasileira, o projeto FX-2, vai ser tomada conjuntamente entre o presidente Lula e seu sucessor, declarou ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante seminário na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
É a segunda vez que um presidente em exercício evita tomar a decisão sobre a compra dos aviões e a deixa para o sucessor. A decisão sobre o programa FX original, que poderia ter sido do então presidente Fernando Henrique Cardoso, também foi deixada para o sucessor. Que agora também adia a decisão.
O ESTADO DE S. PAULO
Serra enfrenta PT e defende privatizações da era FHC
No dia seguinte ao anúncio de integrantes da campanha petista de que vão usar as privatizações para atacar a candidatura tucana, o presidenciável do PSDB, José Serra, partiu para o confronto e defendeu as medidas tomadas na era Fernando Henrique Cardoso. “Eles poderiam refazer as privatizações, mas não refizeram. Não venham com trololó de factoide dessa maneira. Isso não vão levar”, afirmou ontem o tucano.
Durante encontro em Brasília com líderes do PSDB e de partidos aliados, para dar largada ao segundo turno da campanha, Serra adotou um tom de confronto com o PT. “Eles falam em privatização. O governo Lula continuou a privatizar”, disse, ao lembrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva privatizou dois bancos durante seu primeiro mandato – o Banco do Estado do Maranhão e o Banco do Estado do Ceará. “Aí não é um problema de número. É um problema de ideologia. Se privatizou, não era tão contra.”
Em encontro para traçar a estratégia da campanha de Dilma Rousseff (PT), na terça-feira, petistas defenderam a comparação entre as gestões Lula e FHC e avaliaram ser importante colar em Serra a pecha de privatista, por ele ter participado do governo FHC, durante o qual setores da economia, como a telefonia, foram privatizados.
Polêmica sobre aborto é ‘calhordice’, diz Ciro
Convidado para ser um dos coordenadores da campanha da petista Dilma Rousseff à Presidência da República, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) considera uma “calhordice” a mistificação religiosa em torno do debate do aborto. Apesar de ter sido afastado da corrida presidencial por decisão do PSB, a mando do Planalto, Ciro garante não ter guardado ressentimento. “Eu sou um dos eleitores que potencialmente poderia ter votado na Marina por tudo que aconteceu. Não votei porque sou militante, meu partido tomou alinhamento”, afirma. Reconheceu ainda que a mudança de seu título de eleitor do Ceará para São Paulo foi o “maior erro” que cometeu na vida.
A Marina Silva surpreendeu ao obter 20 milhões de voto, acabando com eleição plebiscitária desejada pelo presidente Lula. Em sua opinião, de onde vieram esses votos?
A substância desse voto é ideológica, é progressista, é um voto exigente, que vota comigo. Eu disse várias vezes: se eu não for candidato, a Marina vai ficar com os meus votos. Ela ficou com parte importante deles, que é essa classe média, com escolarização alta, que percebe que o PT e o PSDB são iguais nas mazelas. São pessoas que não aceitam a redução da política a esse falso maniqueísmo. Percebem a contradição de um PSDB, que prometeu uma coisa e fez outra. E também que percebem a contradição de um PT que falava pela goela num moralismo exacerbado e agora, de vez em quando, manda uma notícia de um escândalo.
Dilma volta à campanha sem falar sobre aborto
Petista faz carreata em Duque de Caxias, reduto evangélico, e promete trazer UPPs para a região
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, evitou falar sobre aborto e a crise com parte do eleitorado evangélico em seu primeiro evento de campanha neste segundo turno. Antes de seguir em carreata pelas ruas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a petista participou de rápida coletiva de imprensa, na qual prometeu investir em saneamento, implantar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na área e até reduzir os juros básicos da economia.
Ao ser questionada sobre a polêmica em relação ao aborto, a petista não respondeu e iniciou a carreata. Dilma obteve ampla vantagem em Caxias no primeiro turno, com 54,38% dos votos válidos. Marina Silva (PV) também obteve boa votação na cidade (27,91%), que tem forte presença de evangélicos. Marina ficou bem à frente de José Serra (PSDB), que, apesar de contar com o apoio do prefeito local, José Camilo Zito (PSDB), e de ter visitado a cidade duas vezes, somou 15,81% dos votos válidos.
PT testa aproximação de candidata com eleitores
A carreata em Duque de Caxias foi considerada pelos aliados de Dilma Rousseff como “laboratório” para estratégia de maior proximidade com o eleitor. Em vez das caminhadas, curtas por causa de confusões, as carreatas permitem que a candidata seja vista por mais pessoas em menos tempo. Em conversa por telefone com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT-MG), a petista pediu atividade semelhante, hoje, na capital mineira.
Em Caxias, prefeitos e parlamentares foram unânimes na avaliação de que os ataques na internet serão mais intensos no segundo turno. Deputada eleita, Jandira Feghali (PC do B-RJ), que em 2006 enfrentou campanha negativa de grupos religiosos e perdeu eleição para o Senado, foi abordada na segunda-feira por uma eleitora que queria saber se era verdade que a candidata, caso eleita, fecharia igrejas. O prefeito de São João de Meriti, Sandro Mattos (PR), contou que a mulher dele perguntou se Dilma realmente havia dito que nem Cristo impediria sua eleição. “Isso é muito difícil de controlar”, disse Jandira. “A Dilma tem que se aproximar dessas pessoas e mostrar que é uma campanha sórdida.”
Dirigentes do PT pedem posição clara sobre aborto
Coordenadores estaduais da campanha de Dilma Rousseff cobraram ontem uma posição clara da candidata em relação ao aborto para encerrar a polêmica. Reunidos com o secretário-geral do PT, José Eduardo Martins Cardozo, dirigentes petistas avaliaram que Dilma precisa sair dessa “encruzilhada”, mesmo se tiver de desagradar a setores do PT que pregam a legalização do aborto.
“Esse não é o tema mais importante dessa campanha, nem vamos dizer quem vai para o céu ou para o inferno. Não se trata de uma eleição para escolher líder religioso, mas, sim, quem vai ser presidente da República.”, afirmou o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT.
Calendário de Marina já tem o foco em 2014
Com dez dias para definir qual dos dois candidatos o PV vai apoiar no segundo turno das eleições ao Planalto – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) ou, ainda, optar pela neutralidade -, o calendário de Marina Silva está pautado por questões de longo prazo e tem, desde já, foco nas eleições de 2014.
A regra do jogo a ser jogado com os candidatos é consolidar um projeto político que inexistia pouco mais de um ano atrás e que será levado a voto novamente daqui a quatro anos, com Marina Silva à frente. Amanhã, Dilma e Serra receberão o ponto de partida para a discussão do apoio do Partido Verde, sem compromisso prévio de que Marina subirá no palanque de um deles.
A conversa começará com uma lista das principais propostas a serem consideradas como compromissos de campanha pelo tucano e pela petista, detalhada a partir do programa de governo do PV. Marina não esconde a intenção: mais do que declarar apoio a um ou a outro candidato, quer ver a maior parte dos compromissos assumidos por ambos.
PT define temas ambientais para segundo turno
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, já afirmou a interlocutores que vai incorporar, no segundo turno, discussões de pelo menos três grandes temas ambientais com intuito de atrair eleitores que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno.
Os assuntos que passam a ter destaque nesta segunda fase da campanha são redução do desmatamento da Amazônia, aprovação do marco regulatório de resíduos sólidos e os compromissos do governo federal com a redução da emissão de gases do efeito estufa feitos na Conferência de Copenhague, em 2009
Nem mesmo igrejas cristãs têm unidade de posição sobre aborto
Nem mesmo entre os cristãos o aborto é uma questão resolvida. Entre as correntes que formam o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) há os que condenam qualquer tipo de aborto – como a Igreja Católica Apostólica Romana -, os que aceitam os dois únicos casos legais previstos no Código Penal (risco de morte da mãe e estupro), os que o admitem apenas a primeira possibilidade e ainda os que permitem outras hipóteses.
O Estado ouviu ontem os representantes de todas as cinco igrejas que compõem o Conic: Apostólica Romana, Anglicana do Brasil, Confissão Luterana, Síria Ortodoxa da Antioquia e Presbiteriana Unida. À exceção da Católica Romana, falaram pelas igrejas seus representantes máximos no Brasil. Pela Igreja Católica respondeu Daniel Veitel, secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Aborto repete efeito da discussão de 2006 sobre privatizações
Há pelo menos duas semanas, a campanha da petista Dilma Rousseff não consegue se livrar dos efeitos políticos provocados pela discussão da legalização do aborto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou mensagens em que Dilma defendia a família. Dirigentes petistas deram declarações de que a candidata era contra a proposta.
Ela própria afirmou que valoriza a vida em todas as suas dimensões. Pouco importa. Nada funcionou até agora e Dilma segue sangrando por conta do tema. Simplesmente porque a versão não convence. Historicamente, setores expressivos do PT defendem a legalização e isso chegou ao conhecimento do conservador eleitorado cristão.
Trata-se, rigorosamente, do mesmo problema enfrentado pelo tucano Geraldo Alckmin em 2006, quando disputou a eleição presidencial contra Lula.
Na ocasião, os petistas divulgaram que Alckmin e o PSDB privatizariam todas as grandes empresas do País, incluindo Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Marina teve mais votos em redutos evangélicos, indica mapa eleitoral
Concentração acima da média na Região Sudeste, nas capitais e arredores e nos municípios com mais de 100 mil habitantes. Essas características se aplicam tanto ao mapa do eleitorado de Marina Silva (PV) quanto ao dos evangélicos brasileiros.
As manchas formadas pelos 1.003 municípios onde Marina teve mais de 15% dos votos válidos (veja mapa ao lado) mostram que, no segundo turno, os principais palcos da batalha por seu eleitorado serão cidades grandes e médias dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Romeu Tuma recebe coração artificial
Sem alarde, Romeu Tuma passou sábado por uma cirurgia de implante de coração. Ao que consta, o procedimento correu bem.
Operado por Fabio Jatene, o senador foi o primeiro paciente a receber no Brasil o Berlin Heart. Trata-se de um modelo sofisticado de Biopump, conhecido como coração artificial, que exigiu a vinda de “engenheiros” alemães para ensinar à equipe do Sírio-Libanês seu funcionamento.
Tiririca tem até dia 14 para apresentar defesa
Tiririca, o palhaço que 1.353.820 brasileiros elegeram deputado federal, foi citado para apresentar defesa preliminar dia 14 à Justiça Eleitoral no processo em que é acusado de crime de falsidade ideológica. A informação é do Ministério Público. Na audiência, marcada pelo juiz Aloisio Sérgio Rezende Silveira, da 1.ª Zona Eleitoral de São Paulo, Tiririca terá de colher material gráfico para confronto com a declaração que ele diz ter feito de punho próprio na qual afirma ser alfabetizado.
Nascido Francisco Everardo Oliveira Silva, Tiririca é alvo de denúncia do promotor Maurício Antônio Ribeiro Lopes. “Eu não tenho nada contra o sr. Tiririca, mas contra o estelionato eleitoral que marca o episódio. A Constituição, artigo 14, parágrafo 4.º, é categórica: analfabeto é inelegível.”
CORREIO BRAZILIENSE
Tucanos preparam cruzada antiaborto
A campanha de José Serra (PSDB) decidiu incorporar de vez o discurso religioso a respeito do aborto na corrida eleitoral. Durante o encontro de lideranças do partido, promovido ontem para dar largada à corrida eleitoral no segundo turno, praticamente todos os aliados do tucano colocaram o tema sobre a mesa. A avaliação dos estrategistas do candidato é de que a “guerra santa eleitoral” tirou votos preciosos da adversária Dilma Rousseff (PT) e ainda deve sangrar mais a campanha petista. Aliado ao ambientalismo, a questão também ajudaria a cooptar parte do eleitorado de Marina Silva (PV) e seria uma porta de entrada para tentar diminuir a vantagem petista no Nordeste.
Do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, ao presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, passando por senadores e governadores eleitos pelas legendas oposicionistas (PPS-DEM-PSDB), a palavra de ordem é explorar a polêmica religiosa. “Quem tem esse problema para resolver não somos nós, é a Dilma. Não temos problema em ser a favor ou contra isso. Quem tem de explicar isso é uma ex-ministra que diz quatro coisas a respeito do assunto e normalmente não fala a verdade”, provocou Guerra. “Aborto já pesou na campanha e vai continuar pesando”, afirmou Bornhausen.
O próprio candidato tucano à Presidência decidiu explorar o assunto durante o seu discurso de mobilização para os aliados, mas acabou cometendo um ato falho. “Eu nunca disse que sou contra o aborto, porque sou a favor. Quer dizer, eu nunca disse que sou a favor porque sou contra”, emendou Serra. Os analistas do PSDB, no entanto, ainda não têm uma ideia exata de quanto o assunto pode influenciar a escolha do eleitorado. O próprio candidato não anunciou como será sua política sobre a descriminalização — ele apenas diz ser contra a prática. Questionado, o candidato a vice de Serra, Índio da Costa (DEM-RJ), preferiu tergiversar: “Sou a favor de manter a legislação como está e acabou o assunto.”
Governo planeja enxurrada de verbas às prefeituras na reta final das eleições
O governo se ajusta para reabrir os cofres na reta final da eleição. Ontem, o Ministério de Relações Institucionais e a Casa Civil enviaram a todos os demais ministérios uma ordem para que informem a necessidade financeira de tudo o que está pronto para ser pago. Em especial, as pequenas obras nos municípios: leia-se emendas parlamentares.
A determinação ocorre um dia depois da série de reuniões em que o presidente Lula, governadores e senadores da base aliada traçaram o diagnóstico do que precisa ser feito para garantir a vitória de Dilma Rousseff em 31 de outubro. A questão das emendas parlamentares que destinam recursos aos pequenos municípios foi abordada por governadores. Ao longo da campanha, eles ouviram insistentes reclamações dos prefeitos sobre a falta de liberações para quitar a parte de obras concluídas.
Desvios de R$ 150 milhões no Senado
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ontem, em sessão plenária, que o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi prestem esclarecimentos sobre o suposto pagamento irregular de horas extras a servidores da Casa. As irregularidades teriam ocorrido entre julho de 2008 e agosto de 2009.
Os dois ex-diretores deverão dar explicações ao TCU dentro de 15 dias, com a possibilidade de prorrogação do prazo por igual período. Ambos são acusados de improbidade administrativa por esconderem, por mais de 10 anos, decisões administrativas da Casa, como nomeação de parentes de senadores, aumentos salariais e movimentação de servidores.
Um empurrão presidenciável rumo ao Buriti
Os dois grupos adversários no segundo turno no Distrito Federal adotaram posturas opostas em relação às campanhas rumo ao Palácio do Planalto. Enquanto Agnelo Queiroz (PT) fez tudo para associar a sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à da petista Dilma Rousseff (PT), Joaquim Roriz (PSC) não teve um único compromisso ao lado do tucano José Serra, embora o partido do ex-governador estivesse coligado com o PSDB. Nesta segunda fase, a expectativa é de que o petista reforce ainda mais essa relação. No núcleo rorizista, cresce uma tendência de aproximação com a candidatura de Serra, numa estratégia para buscar aliados onde for necessário.
Na próxima segunda-feira, Lula, Dilma e Agnelo promoverão um comício em Ceilândia Sul, na praça da Administração Regional. O comando petista escolheu o maior colégio eleitoral do DF para o principal evento de campanha no segundo turno. Lula voltará a gravar participações no programa eleitoral de Agnelo e os projetos sociais do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida, serão explorados como realizações a serem mantidas e reforçadas em caso de vitória dos candidatos do PT.
Weslian retoma a campanha sem Roriz ao lado. “Meus eleitores virão por conta própria”, afirma
O presidenciável José Serra (PSDB) e a candidata ao Governo do Distrito Federal Weslian Roriz (PSC), uniram-se em prol da vitória no segundo turno das eleições. A mulher do ex-governador Joaquim Roriz passou a tarde de ontem em uma reunião de partidos políticos coligados à Serra. Aplaudiu os discursos de pé e se emocionou em alguns momentos. Serra e Joaquim Roriz firmaram aliança no início das eleições deste ano. Ao longo dos últimos três meses, no entanto, não houve interesse de nenhuma das partes em fazer campanha conjunta. Pela primeira vez, o ex-governador não acompanhou a mulher durante os compromissos — inclusive na demonstração de apoio ao tucano. A partir de agora, Weslian sairá às ruas enquanto Roriz articulará alianças nos bastidores. Ainda assim, é o nome e a foto do ex-candidato que aparecerão na urna eletrônica(1) no próximo dia 31.
Weslian, que completa hoje 68 anos e vai comemorar a data com uma missa (leia Agenda), saiu de casa em direção ao Centro de Convenções Brasil 21, onde foi realizado o encontro, por volta das 15h. Alguns deputados distritais e federais eleitos no último domingo permaneceram na residência do casal, no Park Way, em reunião com Roriz para traçar as metas da segunda fase da campanha. Como a candidata ao GDF chegou cedo à reunião dos aliados tucanos, escolheu uma cadeira próxima à mesa em que Serra e os governadores eleitos em primeiro turno discursaram. Weslian estava acompanhada da ex-governadora do Distrito Federal Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e da filha eleita deputada federal, Jaqueline Roriz (PMN). “Vim dar apoio ao candidato. Se ele quiser vir fazer comício comigo, vai ser bom. Mas se não quiser, não vou me preocupar. Os votos dele já estão garantidos”, avaliou.