Folha de S. Paulo
Serra ataca e diz que MST invadirá mais com Dilma
Disposto a associar a petista Dilma Rousseff a uma imagem de radicalismo e desrespeito aos valores democráticos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, subiu o tom de seus ataques à adversária ontem, durante almoço com empresários.
Citando uma entrevista em que o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra João Pedro Stédile declarou apoio a Dilma, Serra disse que o MST aumentará o número de invasões caso Dilma seja eleita: “Porque com ela vão poder fazer mais invasões, mais agitação”.
A disseminação da ideia de que o PT e sua candidata representam uma ameaça aos “valores democráticos” é uma estratégia da campanha. Um dos articuladores políticos de Serra, o deputado Jutahy Magalhães (BA) afirmou que essa é “uma linha mestra da campanha”.
PT questiona “legado” de Serra na saúde
Disposto a desconstruir a gestão de José Serra (PSDB) à frente do Ministério da Saúde, o comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) começou a mapear medidas do setor implementadas entre 1998 e 2002 e incorporadas ao “legado do tucano”.
A ideia é questionar o papel de Serra como responsável pelo “melhor programa de combate à Aids do mundo” e pela implantação dos remédios genéricos no país.
“Ele está capitalizando muita coisa que não é a realidade. Estão vendendo ideias que não são da forma como estão colocadas”, afirmou o ex-ministro e candidato ao Senado Humberto Costa (PT-PE), coordenador do programa de governo de Dilma na área de saúde.
Ataque tucano não dá certo, diz ministro do PT
O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, disse ontem que a estratégia do candidato tucano à Presidência, José Serra, de “agredir, atacar e reduzir o nível da campanha” não está dando certo.
Padilha usou como argumento os números do Datafolha publicados no último sábado, na Folha.
Segundo ele, a candidata do PT, Dilma Rousseff, mantém-se estável, o que mostra que a tática dos adversários de tentar relacioná-la com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e com as invasões do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) não funcionou.
Ficha Limpa provoca impugnação de Maluf
A Procuradoria Eleitoral de São Paulo vai impugnar o pedido de registro de candidatura do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) com base na Lei da Ficha Limpa.
O principal fundamento para considerar Maluf “ficha-suja” é a condenação do deputado pela suposta participação em um esquema para superfaturar uma compra de frangos da Prefeitura de São Paulo. O ex-prefeito da capital foi condenado pelo TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo em abril deste ano.
A definição sobre a impugnação da candidatura ocorreu ontem, após o TJ rejeitar um recurso de Maluf contra a condenação nesse caso.
PV atacará “empreguismo” na gestão Lula
O suposto inchaço da máquina federal na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o próximo alvo da candidatura de Marina Silva (PV) ao Palácio do Planalto.
Ela deve reforçar as críticas à ineficiência do Estado e defender uma redução drástica no número de cargos comissionados e no gasto com custeio da máquina federal.
O tema será explorado como estratégia para diferenciá-la de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), que têm prometido criar novos ministérios e órgãos federais.
PT pede que Folha retire vídeo em que Indio critica partido
A coligação Para o Brasil Seguir Mudando, da qual faz parte o PT, pediu que a Folha retire de seu site o vídeo da entrevista em que Indio da Costa (DEM), candidato a vice de José Serra (PSDB), acusa o PT de ter ligações com o narcotráfico. O jornal não atenderá à solicitação.
Com o título “Vice de Serra, Indio da Costa liga PT a narcotráfico e guerrilha”, a reportagem foi publicada pela Folha no dia 18. Na versão on-line, a reportagem traz o vídeo em que Indio afirma: “Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior”.
Eduardo Campos tem maior nota de 8 governadores, diz Datafolha
Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e candidato à reeleição, é o governador mais bem avaliado entre os oito que tiveram sua atuação medida pelo Datafolha na semana passada.
Foram ouvidos eleitores dos sete maiores colégios eleitorais e do Distrito Federal entre os dias 20 e 23.
De acordo com o instituto, Campos recebeu dos pernambucanos nota média de 7,7. Ele também tem a maior taxa de aprovação: 62% consideram seu governo ótimo ou bom, e 7% o classificam como ruim ou péssimo.
Antigo edifício Joelma muda de número por superstição
O candidato ao Senado Orestes Quércia (PMDB), Pitágoras e uma boa dose de superstição não conseguiram mover o edifício Praça da Bandeira, antigo Joelma -mas chegaram perto.
O prédio do centro de São Paulo que ficou famoso pelo incêndio que matou 188 pessoas na década de 70 mudou de número.
Na semana passada, o 184 deu lugar ao 182 na portaria do edifício que recebe diariamente o staff das campanhas de Quércia e dos tucanos José Serra, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes Ferreira.
A mudança nem precisou de apresentação de um projeto de lei. Sem maiores burocracias, a prefeitura aceitou o pedido de Quércia.
Correios ensinam candidatos a captar votos
Quais as dicas para uma campanha vitoriosa? Fale da razão de sua candidatura. Defenda bons salários para os professores. Identifique os seguimentos que quer atingir. Jovens? Aposentados? Fale diretamente com eles.
As orientações acima foram extraídas do site oficial dos Correios e fazem parte do “Espaço do Candidato”, local reservado pela estatal para tentar vender selos, aerogramas e envelopes personalizados com foto e nome dos candidatos nas eleições.
Os Correios orientam como deve ser a comunicação com o eleitor para o sucesso da campanha: “Sempre comece falando sobre a razão de ser da candidatura. Aquilo que o candidato considera o apelo mais importante”.
Sem revelar sobrenome, Ciro Moura chega a 19% ao Senado
Quando viu publicado na Folha de ontem os 19% de intenção de votos para o Senado, percentual apurado na pesquisa Datafolha, Ciro Moura, candidato ao Senado pelo PTC, ficou surpreso. O sentimento foi compartilhado por aliados e adversários.
Há quase 20 anos disputa cargos. Nunca se elegeu: “Pela minha trajetória achei que teria um bom número, mas não nesse patamar”.
A explicação para o percentual alcançado na pesquisa pode estar na estratégia adotada pelo candidato. Em registro na Justiça Eleitoral, Ciro Moura excluiu o sobrenome do cadastro de seu nome de campanha.
Folha e UOL realizam hoje sabatina com Russomanno
A Folha e o portal UOL realizam hoje com Celso Russomanno (PP) a primeira das sabatinas que farão com os candidatos ao governo de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.
Amanhã será sabatinado o petista Aloizio Mercadante, e na quinta-feira, Geraldo Alckmin (PSDB).
Para esses dois eventos, o leitor pode enviar, pelo site de eleições da Folha.com, seus vídeos e e-mails com perguntas a serem respondidas pelos candidatos nas sabatinas.
Uma página (que pode ser acessada em uol.com/sabatinasp ou em folha.com.br/poder) exibirá as contribuições enviadas pela rede, que devem ter até 20 segundos. Os eventos acontecerão às 11h, no Teatro Folha (av. Higienópolis, 618, São Paulo). A ordem em que os políticos serão sabatinados foi decidida em reunião, na Folha, com a presença de representantes das campanhas.
Empresa que publica jornal “O Dia” anuncia a sua desfiliação da ANJ
Abraji inaugura seu 5º Congresso na quinta – A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), responsável pelas publicações “O Dia”, “Brasil Econômico”, “Campeão” e “Meia Hora”, solicitou ontem sua desfiliação da ANJ (Associação Nacional de Jornais).
Por meio de uma carta enviada à instituição, a Ejesa criticou a posição da ANJ, que em abril entregou representação à Procuradoria-Geral da República na qual apontava indícios de que o controlador da Ejesa é, de fato, o grupo português Ongoing. Isso fere o artigo 222 da Constituição, que prevê que pessoas ou empresas estrangeiras só podem deter até 30% do controle de companhias de mídia no país.
Em sua carta, a Ejesa se disse prejudicada por denúncias inverídicas e afirmou que, para esclarecer sua composição acionária e sua situação legal, bastaria ver os documentos registrados na Junta Comercial. A empresa declarou apoiar de forma incondicional toda ação que vise assegurar a manifestação do pensamento e o livre fluxo informativo.
Correio Braziliense
Duro de acreditar
O balanço dos primeiros 20 dias de campanha oficial à Presidência traz uma constatação incômoda aos três principais candidatos, José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV): a pouca viabilidade de algumas propostas feitas ao eleitor. Até aqui, a trinca de postulantes ao Planalto já prometeu de enxoval para mulher grávida e desmatamento zero até a aplicação da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mesmo que a primeira ainda esteja longe de conclusão. A maior característica dessas propostas é explorar avanços na área social no país. Mas, muito do além do que deve ser feito, falta aos candidatos a explicação de como fazer.
Ainda dispersas, as propostas saíram, em sua maioria, de comícios, entrevistas e até no corpo a corpo. Exemplar típico de promessa “pontual” foi a construção de um hospital para mulheres grávidas no Rio de Janeiro, feita por Serra durante visita à capital fluminense. Em outros casos, candidatos se digladiam pela mesma benesse, caso da duplicação do Bolsa Família, alvo de disputa entre o tucano e Dilma. O custo previsto da proposta: R$ 16 bilhões.
Uma resposta repaginada
O PT apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma nova versão do texto de direito de resposta a ser veiculado na página de internet Mobiliza PSDB. A versão repaginada exclui todas as referências a Dilma Rousseff, candidata do partido ao Palácio do Planalto, e limita-se a listar as ações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de combate ao crime e em prol da segurança pública.
Os estrategistas da campanha consideraram um erro ter incluído no documento original citações elogiosas a Dilma, rejeitadas por Henrique Neves, ministro do TSE. Na avaliação de integrantes da campanha, se o texto fosse seco, a página dos tucanos já teria estampado o direito de resposta. O tropeço, no entanto, só foi contabilizado depois que Neves determinou uma nova versão do texto do direito de resposta. Apesar de o partido ter conseguido o espaço no site tucano, a decisão do tribunal está suspensa para julgamento do mérito, marcado para a próxima segunda-feira.
Na contramão da visão empresarial
São Paulo – A avaliação do atual cenário econômico e político brasileiro feita pelo candidato José Serra (PSDB), ontem, em discurso para 497 representantes do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e a opinião da plateia parecem não estar em sintonia. Enquanto Serra gastou toda a artilharia com críticas pesadas às medidas promovidas pelo atual governo Lula (PT), os empresários analisaram positivamente os temas em uma pesquisa divulgada logo após o evento.
Segundo o levantamento promovido pelo Lide e pela Faculdade Getulio Vargas (FGV), 80% dos entrevistados consideram a carga tributária um fator que impede o crescimento de sua empresa. Apenas 3% apontaram o atual cenário político como uma restrição. Críticas à parte, o candidato evitou apresentar propostas para uma reforma tributária, principal problema apontado pelos empresários na pesquisa.
Genoino canta vitória na urna
Acusado de participar do mensalão petista, réu na ação penal em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e citado nas cinco ações por improbidade administrativa que tramitam na Justiça Federal do Distrito Federal (DF), o deputado federal José Genoino (PT-SP) espera ser reeleito neste ano com mais facilidade do que em 2006, quando foi conduzido à Câmara com 98,7 mil votos. “Se em 2006, com tudo o que a mídia fez (em relação ao mensalão), eu fui eleito, estou mais otimista em 2010”, disse ontem em entrevista ao Correio.
Sempre que é questionado sobre o mensalão, o ex-presidente do PT na época do escândalo tem uma resposta pronta: “Procure o meu advogado”. Ontem, ao romper o silêncio, Genoino afirmou que o mensalão não existiu, que não fez nada de ilegal e que não é “criminoso”. “Com minha cara, minha história e meu número: é assim que faço campanha. Estou nas ruas pedindo votos.”
O Correio mostrou na edição de ontem que cinco mensaleiros entram na segunda eleição sem qualquer tipo de punição, apesar da dupla acusação, nas esferas cível e criminal. Os cinco candidatos são réus na ação penal do STF pelos crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha ou lavagem de dinheiro. Na Justiça Federal, os cinco processos por improbidade administrativa referem-se ao suposto repasse de dinheiro público a parlamentares, em troca de votos favoráveis ao governo Lula no Congresso. Cada ação refere-se a um partido (PT, PMDB, PP, PR e PTB).
Marina critica Bolsa Família eternizada
A candidata à Presidência Marina Silva (PV) aderiu à política da boa vizinhança ontem em relação a uma de suas principais concorrentes nas urnas, a petista Dilma Rousseff. Em sabatina promovida pelo portal Terra, na cidade de São Paulo, Marina defendeu Dilma e criticou o rótulo de “terrorista” muitas vezes dedicado à ex-ministra, que participou da luta armada durante o regime militar. “Acho que ela (Dilma) lutou pela democracia. Não acho correto chamá-la de terrorista.” A senadora licenciada lembrou que o caminho institucional escolhido pelo Brasil foi o do perdão tanto aos combatentes da ditadura quanto aos militares. “A anistia foi para todos.” Marina posicionou-se, contudo, favorável à instauração de uma Comissão da Verdade que esclareça os episódios que tenham acontecido durante o período militar brasileiro. “Temos que tirar esses cadáveres do armário.”
A candidata verde também minimizou os eventuais conflitos entre ela e Dilma, quando as duas integraram o governo federal. Marina ocupou o Ministério do Meio Ambiente de 2003 a 2008, enquanto Dilma foi titular das pastas de Minas e Energia e da Casa Civil. Um suposto impasse com a área desenvolvimentista, representada pelos ministérios de Dilma, e a política ambiental defendida por Marina teria sido o motivo para a saída da senadora do staff do presidente Lula. “Minhas divergências com a ministra Dilma não eram diferentes das que tinha com (Reinhold) Stephanes (ex-ministro da Agricultura), com o ministro dos Transportes”, argumentou.
O Globo
Mal da Saúde não é só falta de verba: sistema sofre com problemas de gestão
Eterna plataforma de políticos em campanha eleitoral, o resgate da saúde pública no Brasil não exige só a ampliação dos recursos públicos para o setor, revela auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). A investigação, que analisou dados de 2006 e 2007, detectou estados que cumpriam o limite mínimo de investimentos previsto pela Emenda 29 à Constituição, mas conviviam com um quadro assustador de mortes que poderiam ser facilmente evitadas com prevenção. Em outros casos, a falta de assistência básica foi agravada pelo abandono dos sistemas de vigilância epidemiológica e sanitária.
Serra critica acordo do governo Lula com país vizinho e diz que dinheiro devia ser investido no Nordeste
Para uma plateia de cerca de 500 empresários, em São Paulo, o candidato a presidente José Serra (PSDB) defendeu nesta segunda-feira que o governo federal deixe de fazer “filantropia” com países vizinhos, como Paraguai e Bolívia, e destine o dinheiro a investimentos em áreas carentes do Nordeste. O tucano criticou o acordo fechado entre o presidente Lula e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, para ampliar a remuneração do vizinho na comercialização de energia da hidrelétrica de Itaipu.
De acordo com especialista, humor na política deve ser preservado
As restrições impostas aos programas de humor pela lei eleitoral são inconstitucionais. É a opinião de Gustavo Binenbojm, professor de direito constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que considera essas limitações uma forma de silenciar e censurar humoristas. A lei eleitoral proíbe que programas de rádio e TV “degradem ou ridicularizem” candidatos, provocando mudanças em programas como “Casseta & Planeta”, “CQC” e “Pânico na TV”. Em entrevista ao GLOBO, Binenbojm lamenta que sátiras políticas estejam perdendo espaço por causa da legislação. E considera um equívoco interromper um eficiente canal de comunicação entre políticos e eleitores. “O humor é um instrumento para atrair o interesse da opinião pública para um assunto”, frisa. O professor ressalta que o eleitor tem senso crítico suficiente para saber o que é apenas uma piada. “Se não acreditamos que o cidadão tem capacidade de fazer seu próprio julgamento, estamos caminhando para um regime fascista”.
ONG contratada para capacitar assentados terá que devolver R$ 7 mi aos cofres públicos
O Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical da Agricultura Familiar Sebastião Rosa da Paz (Ifas) foi condenado pela Justiça Federal de Goiás a devolver R$ 7 milhões aos cofres públicos. O Ministério Público Federal em Goiás havia detectado irregularidades em repasses de convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O instituto tem como um dos seus criadores Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, expulso do partido por causa do escândalo do mensalão, em 2005. Na época da contratação do convênio, ele não tinha mais ligação com a entidade.
As unidades da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) no Distrito Federal e Entorno, Bahia, Pernambuco, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Mato Grosso, beneficiárias finais dos repasses, também foram condenadas por responsabilidade solidária. Elas terão que devolver R$ 330 mil dos R$ 7 milhões.
Governo federal justifica aumento de repasses
Para o governo federal, deve-se ao aumento da capacidade de investimento do país por causa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) o aumento de 238% no repasse de verba aos municípios nos primeiros sete meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2009, como mostrou O GLOBO ontem.
Para representantes da oposição, porém, os repasses têm cunho eleitoral, atendendo a interesses de prefeitos e parlamentares, sobretudo da base aliada.
De acordo com a justificativa dada ontem pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, quando o PAC foi lançado, em 2007, as prefeituras não tinham projetos e, algumas, nem capacidade para fazer licitações.
O deputado Arnaldo Madeira (PSDB), que acompanha os gastos do governo Lula, rejeita a explicação, dizendo que a execução do PAC é pífia, se forem considerados os recursos orçamentários.
Candidatos divergem sobre saneamento
Os coordenadores das campanhas dos três principais candidatos à Presidência — Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) — divergiram ontem sobre como resolver a falta de saneamento básico no Brasil, durante debate promovido em São Paulo pelo Instituto Trata Brasil.
No momento mais acirrado do debate, as principais divergências foram sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
Para João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina, o governo Lula erra ao fazer um programa de crédito para a construção de moradias sem antes regularizar a situação de clandestinidade da maioria das habitações no país.
Programa detalhado, só após eleição
O eleitor da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) só conhecerá detalhes do tratamento que seu eventual governo dará a questões polêmicas como controle de mídia, taxação de grandes fortunas, redução de jornada de trabalho e movimentos sociais depois da eleição.
Para evitar o desgaste provocado com a divulgação das duas versões de propostas da coligação, a coordenação de programa de governo conclui até 2 de agosto uma versão desidratada, com 13 pontos genéricos.
O detalhamento das diretrizes do documento “Compromisso com o povo brasileiro” será feito depois de uma eventual eleição de Dilma.
Marina diz ser contra extraditar Battisti
A presidenciável do PV, Marina Silva, disse ontem que, caso fosse presidente, não permitiria a extradição do ex-ativista Cesare Battisti para a Itália, seu país de origem.
A verde argumenta que o Brasil sempre teve uma tradição de dar abrigo político a estrangeiros.
— O Brasil já deu (abrigo), inclusive, a ditadores. Por que em relação ao Battisti seria diferente? — disse Marina, em sabatina organizada pelo portal Terra.
Condenado por quatro homicídios na Itália, Battisti cumpre prisão preventiva no Brasil desde 2007. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a sua extradição no ano passado, mas determinou que a palavra final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda não se manifestou.
MST: Serra é de ‘extrema direita’
O coordenador regional do Movimento dos Sem Terra (MST), Jaime Amorim, disse ontem que, qualquer que seja o presidente eleito, o movimento apresentará proposta impondo limite de 500 hectares para as propriedades rurais, sejam elas de empresas ou famílias.
O MST defende ainda criação de um órgão mais ágil para a reforma agrária, pois o Incra estaria “desestruturado e defasado”.
Amorim rebateu as declarações do tucano José Serra de que uma eventual eleição de Dilma Rousseff (PT), candidata apoiada pelo MST, aumentará “as invasões e a agitação”:
‘Debate é melhor que horário gratuito’
Após o terceiro empate técnico consecutivo nas recentes pesquisas de intenção de votos do Instituto Datafolha, os dois principais candidatos a presidente devem apostar na exposição no rádio e na televisão para desatar o nó.
Segundo especialistas, este será o momento propício para José Serra (PSDB) fazer dois movimentos. O primeiro, nos cinco debates — quatro deles em rede de TV aberta —, quando o tucano deve tentar a vantagem direta dizendo-se mais competente.
O segundo será tentar “desconstruir” o discurso de continuidade, encabeçado pelo presidente Lula no programa eleitoral gratuito da candidata petista, Dilma Rousseff.
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