Folha de S. Paulo
PV de SP cobra “pedágio” de candidatos a deputado
O PV impôs um pedágio aos filiados que vão disputar vagas de deputado estadual ou federal pelo partido em São Paulo. Homens têm de pagar R$ 5.000, e mulheres, R$ 2.500 para concorrer.
Segundo relatos feitos à Folha, a taxa foi exigida aos 240 candidatos oficializados ontem, na convenção estadual do partido. A presidenciável Marina Silva foi a estrela da festa.
Pagamento não é obrigatório, diz dirigente verde
O presidente estadual do PV, Maurício Brusadin, confirmou a existência de taxas de R$ 5.000 para homens e R$ 2.500 para mulheres que vão se candidatar a deputado, mas disse que a cobrança não teria caráter obrigatório.
Ele afirmou tratar-se de uma “vaquinha” para cobrir gastos dos filiados. Entre as despesas, citou a encomenda de material gráfico, como santinhos, e serviços de assistência jurídica e contábil.
PSDB recua e confirma apoio a Gabeira
Após o recuo do Diretório Nacional do PSDB, o deputado Fernando Gabeira (PV) recebeu ontem o apoio formal dos tucanos, bem como de DEM e PPS, à sua candidatura ao governo do Rio.
Solucionado o impasse, o verde teve de conciliar o apoio público dos presidenciáveis Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB). Gabeira participou de duas entrevistas coletivas, uma com cada candidato, que evitaram se encontrar. Ouviu reivindicação de apoio dos dois lados.
Lula triplica número de carreiras no Executivo
A administração Luiz Inácio Lula da Silva deixará uma herança na máquina pública mais duradoura, embora menos visível, que os aumentos do quadro de pessoal e dos salários do funcionalismo: sob pressão das corporações, foi triplicada nos últimos anos a quantidade de carreiras no Poder Executivo, o que gera críticas na área de gestão do próprio governo.
No passado só criadas para as categorias da elite do serviço público, como auditores-fiscais, diplomatas ou advogados da União, as carreiras passaram a contemplar as demandas de órgãos em particular e seus funcionários de escalões mais baixos. No caso mais radical, um único hospital, o das Forças Armadas, reúne hoje três carreiras exclusivas.
De 2002 para cá, saltou de 31 para 108 o número de carreiras civis listadas na Tabela de Remuneração dos Servidores Federais, publicada periodicamente pelo Ministério do Planejamento.
Governo diz que serviço público estava elitizado
O governo Lula buscou reduzir as diferenças entre o topo e a base da pirâmide salarial do funcionalismo, afirma Marcela Tapajós, diretora de Relações de Trabalho. “O serviço público estava extremamente elitizado.”
Por esse raciocínio, as carreiras de nível superior proporcionavam aos servidores vantagens muito superiores às dos demais. Hoje, aponta ela, cargos e carreiras de níveis intermediário e auxiliar têm salários bem superiores aos da iniciativa privada.
Vazamento é com a Receita, diz Dilma
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse ontem que cabe à Receita Federal explicar como vazaram dados fiscais de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente nacional do PSDB.
A Folha revelou ontem que dados levantados pelo “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma saíram do sistema da Receita. A petista voltou a negar envolvimento de seu comitê eleitoral com os documentos.
PSDB quer ouvir secretário da Receita Federal
A bancada do PSDB no Senado vai pedir aconvocação do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, para explicar o vazamento de dados fiscais de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice presidente do partido.
A Folha revelou na edição de ontem que saíram diretamente dos sistemas da Receita as declarações de bens e renda de Eduardo Jorge que fazem parte do dossiê levantado pelo “grupo de inteligência” da pré campanha de Dilma Rousseff (PT) contra tucanos.
“Auxílio-paletó” gera rebelião no Senado
Em nome da manutenção de benefícios que compõem os salários do Senado desde 1993, servidores da Casa iniciaram um movimento para modificar o plano de carreira que irá ao plenário para votação até dia 29. A regalia seria extinta pela proposta que está em tramitação.
O projeto já prevê um aumento médio de cerca de 40% dos salários a um custo de R$ 380 milhões anuais.
Os servidores reivindicam, porém, a manutenção do pagamento de uma parcela da ajuda de custo recebida pelos parlamentares -benefício conhecido como “auxílio-paletó”-, incorporada desde 1993 nas gratificações que compõem seus vencimentos.
Igreja Universal dá viagem a pastor que mais arrecada
Novos vídeos que documentam encontros da cúpula da Igreja Universal revelam que foi estabelecido um prêmio -uma viagem internacional- aos sete pastores que mais arrecadassem dízimos dos seus fiéis.
As imagens demonstram a pressão exercida sobre os pastores para que aumentem a coleta de recursos. Revelam ainda que as punições por “falhas” como adultério ou furto são públicas e definidas em ritos sumários.
Universal é alvo de investigação da Promotoria
A Igreja Universal é investigada pelo Ministério Público desde 2009 sob suspeita de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
No final do ano passado, os promotores de Justiça formularam um pedido de cooperação internacional para pedir o bloqueio de bens e contas bancárias da igreja nos Estados Unidos.
Correio Braziliense
Com tumulto, PMDB confirma apoio ao PT
Num clima de confronto, com militantes em carros de som trocando palavras de ordem, cabos eleitorais com camisetas caracterizadas e lanches distribuídos em caixas de panetone, a convenção regional do PMDB confirmou ontem com larga maioria a aliança com o PT. Entre os 122 convencionais, houve 97 votos a favor da chapa em que o deputado Tadeu Filippelli (PMDB) será o vice do petista Agnelo Queiroz. A candidatura própria, com o lançamento do atual governador do DF, Rogério Rosso, à reeleição teve 22 votos. Houve dois votos em branco e um nulo. Às vésperas do início da campanha, no entanto, o PMDB está em guerra refletida numa troca de agressões entre os manifestantes.
Nos bastidores, Rosso anuncia que sua administração será outra a partir de amanhã, sinalizando que poderá mudar a equipe. A postura do governador de enfrentar os caciques nacionais e regionais do partido, como os presidentes da Câmara, Michel Temer (SP), e do Senado, José Sarney (AP), favoráveis à composição com o PT aos moldes do arranjo nacional, vai render a Rosso um processo na Comissão de Ética do PMDB, que pode até provocar a sua expulsão. Aliados do governador apostam que, como sinal do clima beligerante, haverá mudanças na área de obras, onde Filippelli exerce ainda certa ingerência. A expectativa também é de que Rosso, ao não se sentir mais obrigado a manter lealdade com o partido, exonere até o início de julho comissionados indicados por peemedebistas que apoiaram a aliança com o PT. O governador nega: “Não haverá perseguição”.
Em sua terra sem água Lula é o “rei
Na pequena cidade em que nasceu o Luiz mais famoso do Brasil, o clima ameno de inverno e a névoa que cobre ruas e casas todas as manhãs não escondem a ansiedade dos moradores com a chegada de mais uma eleição presidencial. Em Caetés, no interior pernambucano, os moradores não têm água encanada, falta esgoto, asfalto e ônibus escolares, mas ninguém tem dúvida de que a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT), vai ganhar de lavada na região. Para a oposição, só resta evitar o confronto direto a fim de tentar roubar alguns votos para o tucano José Serra. O lema que vem sendo repetido na cidade diz tudo: “Agora é Dilma contra Serra. Lula não é candidato”.
Com 26 mil habitantes, Caetés fica localizada ao lado de Garanhuns, considerada a Suíça pernambucana. O trajeto de uma cidade a outra pode ser cumprido em menos de 15 minutos. E é nesse tempo que se vê uma mudança brusca de paisagens e realidades. A cidade das flores dá lugar a campos branquinhos, semelhantes às dunas do litoral — o detalhe é que a praia mais próxima está a pelo menos 200 quilômetros. Dizem que o solo peculiar de Caetés é o culpado pela pobreza na cidade. “No frio, vira lama. No verão, deserto. E nada pega. Só mesmo feijão e mandioca”, explicam os moradores.
R$ 56 mi para a terrinha
A vizinha rica da terra do presidente recebeu aporte signficativo de recursos durante o governo Lula. Desde 1996, mais de R$ 56,4 milhões foram liberados para o município de 131 mil habitantes, erguido entre sete colinas e que recebeu o curioso título de “cidade do clima maravilhoso”. Só na atual gestão, foram R$ 49,3 milhões.
A temperatura média de 20 graus atrai turistas do Nordeste para tomar chocolate quente e comer fondue em meio ao agreste. Com a justificativa de promover a cidade, o Ministério do Turismo foi o campeão nos repasses, por meio de convênios, para a cidade. Foram R$ 22,5 milhões. Desses, R$ 5,2 milhões foram parar no caixa da Associação do Comércio da Indústria e Agroindustrial de Garanhuns e Agreste Meridional (Aciagam), ligada ao deputado estadual Izaias Régis (PTB).
A importância do vice
Um mergulho na História do Brasil é suficiente para dar a dimensão do impacto de uma das tarefas mais complicadas que candidatos a cargos no Poder Executivo nas próximas eleições, como José Serra (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) e Hélio Costa (PMDB), estão enfrentando: a busca por um vice. Alguns, por forças naturais ou políticas, assumiram o comando da Nação, estados ou prefeituras. Outros apenas serviram para compor uma chapa e terminaram o mandato do mesmo jeito que começaram, com pouca expressão política. Um terceiro grupo, não satisfeito com o papel secundário, não perdia a oportunidade de dar declarações públicas sobre a condução do país, demonstrando posições que nem sempre estavam de acordo com as adotadas pelo governo.
O mais famoso integrante deste grupo foi Aureliano Chaves, vice do último presidente da ditadura militar, João Baptista Figueiredo (1979-1985). Também ex-governador indireto de Minas Gerais, foi um dos primeiros integrantes do governo federal a admitir publicamente apoio à emenda constitucional que recriava a eleição direta no país. A declaração foi dada em um dos vários períodos em que Aureliano ocupou interinamente a presidência, desagradando aos militares, mesmo com o regime em seu epílogo.
Só depois da festa
O cabo de guerra que se tornou a disputa pelo palanque de Fernando Gabeira (PV) no Rio de Janeiro entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) levou à ausência de ambos durante a convenção que aprovou o nome do deputado federal como candidato ao governo fluminense pela aliança PV-PSDB-DEM-PPS. Um providencial atraso dos dois candidatos, que chegaram à convenção quando o evento já havia acabado, evitou o constrangimento de colocar no mesmo evento partidário dois adversários em disputa aberta pelo palanque de Gabeira no Rio.
A recusa do candidato verde ao Palácio das Laranjeiras em apoiar Serra já no primeiro turno quase implodiu a aliança no Rio de Janeiro durante a semana. O PSDB chegou a cogitar lançar um nome próprio ao governo local caso o deputado não revisse a decisão de anunciar o voto a Marina. Um armistício entre os aliados foi decidido somente na véspera da convenção. Por isso, o atraso dos presidenciáveis, que haviam anunciado presença na convenção, acabou sendo estratégico para evitar faíscas. Embora Gabeira apoie Marina, a maior parte do palanque reforçará a campanha de Serra. “Em vez de olhar o que divide, vou olhar o que está unindo o Gabeira. Não é a primeira vez que isso ocorre”, minimizou Marina.
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