O Estado de S. Paulo
Promotores que investigam Delta suspeitam de espionagem no MP de GO
Promotores responsáveis pelo combate ao crime organizado em Goiás entraram com uma representação na Corregedoria do Ministério Público do Estado para investigar se um software “espião” instalado em computadores do órgão foi utilizado para quebrar o sigilo de operações. O programa foi detectado também em máquinas usadas por promotores que apuram as atividades da Delta Construções em Goiás.
A representação, a que o Estado teve acesso, afirma que os computadores do órgão eram monitorados por um programa que “fotograva” a cada 30 segundos a tela. Também era possível acessar qualquer máquina a partir da sede do Ministério Público, em Goiânia, que está sob o comando do procurador-geral Benedito Torres, irmão do senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO).
A denúncia, encaminhada em 23 de maio passado, atesta que o programa é capaz de monitorar, sem autorização, o trabalho de promotores, assessores e servidores. O caso foi descoberto em Itumbiara, no interior de Goiás, e outros promotores, especialmente aqueles que atuavam na área de combate ao crime organizado, também identificaram recentemente o programa oculto. Na capital, cinco computadores e um notebook da 57.ª Promotoria de Justiça, que investiga casos envolvendo a empreiteira, também tinham o software.
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Alberto e Pantoja pagou empresa contratada por campanha tucana
Contratada pela campanha do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) em 2010, a Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado recebeu R$ 56 mil da Alberto e Pantoja, acusada de lavar dinheiro do esquema de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O valor foi depositado em duas parcelas de R$ 28 mil na conta de Ana Cardoso de Lorenzo, sócia do instituto de pesquisa, em 6 de setembro de 2010, um mês após o serviço ter sido registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O Comitê Único do PSDB pagou o trabalho de “pesquisa e testes eleitorais” em duas parcelas: R$ 23,4 mil e R$ 7,5 mil.
CPI quer convocar Bordoni e adiantar depoimento de Perillo
A CPI do Cachoeira vai convocar o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que admitiu ao Estado ter recebido da empresa Alberto e Pantoja, vinculada ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira, por serviços prestados à campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Para reduzir o desgaste do correligionário, tucanos tentam antecipar para esta semana o depoimento de Perillo à CPI, marcado para 12 de junho.
“Vamos cobrar a antecipação da vinda do Marconi porque ele é um governador, não um depoente qualquer que possa ficar sangrando”, disse o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), titular tucano na comissão.
Antecipar o depoimento para esta semana não será, porém, tarefa fácil. Devido ao feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, a comissão deverá ter apenas um dia de trabalho, a terça-feira, porque na quarta-feira o Congresso já estará esvaziado. Ainda assim, os tucanos pressionarão. “Estamos pedindo desde o início para agendar o depoimento do Marconi, que até apareceu na CPI, pondo-se à disposição”, diz o líder no Senado, Álvaro Dias (PR). Ele defende que Bordoni só seja ouvido após a CPI inquirir Marconi.
Para PT de SP, Marta erra quando mais se precisa dela
“A Marta está errando politicamente. A ausência dela materializa algo muito grave. Ela renuncia à sua liderança política no momento em que o PT mais precisa dela.” Bastante incomodado com a ausência da senadora Marta Suplicy (PT-SP) na pré-campanha de Fernando Haddad em São Paulo, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, deixa claro, em entrevista ao Estado, o desconforto que diversos líderes petistas manifestam nos bastidores há meses. No sábado, Marta, que evita a campanha desde o começo, faltou ao evento que oficializou a candidatura de Haddad. “O que a sociedade, as lideranças do PT e inclusive o (ex) presidente Lula e a presidenta Dilma esperam dela é que ela entenda o projeto político que está em disputa na capital paulista e cumpra o papel de liderança nesse processo.”
Crédito nos bancos estatais cresce 2 vezes mais que nos privados
Nos primeiros meses da ofensiva do governo para cortar juros, os bancos públicos lideraram o aumento na oferta de crédito. Dados do Banco Central mostram crescimento de 1,9% na carteira das instituições estatais em abril em relação a março, mais que o dobro dos 0,7% nos bancos privados. O avanço estatal se deu em todos os segmentos: habitação, consumo e empresas. Com isso, esses bancos seguem ganhando participação, movimento que vem sendo verificado desde a crise de 2008, mas que havia perdido força em 2011. Em relação a abril do ano passado, as instituições públicas tiveram expansão de 25% no crédito, e os bancos privados, de 13%.O fim do maior lixão
O catador Geraldo de Oliveira chora no fechamento, após 34 anos, do aterro sanitário de Gramacho, no Rio, o maior da América Latina; até o fim do ano, todos os lixões no entorno da baía de Guanabara devem ser desativados.
Mulher que fez autoaborto vai a júri popular
A Justiça acolheu recurso do Ministério Público e mandou a júri popular uma mulher que cometeu autoaborto em 2006 e havia sido absolvida em primeira instância
Folha de S. Paulo
Proibição de aluguel de programas na TV irrita evangélicos
Representantes dos evangélicos no Congresso disseram que o governo enfrentará oposição se tentar proibir o aluguel de horários na programação de rádio e TV. A Folha revelou ontem que a proibição consta da minuta de um decreto em estudo no governo, que atualiza o Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962.
Igrejas evangélicas estão entre os principais beneficiários da atual legislação, que não proíbe de forma explícita a prática do aluguel de horários na televisão. Presidente da bancada evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) classificou a proposta de “absurda”.
STF resiste à pressa de Ayres no mensalão
Pouco mais de um mês após assumir a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto já precisou entrar em campo duas vezes para apaziguar os ânimos de colegas e enfrentou resistências de alguns deles, principalmente relativas ao julgamento do mensalão.
Os ministros reagiram, por exemplo, à proposta feita por ele de separar um mês na agenda da corte para julgar o caso e decidiram que o julgamento não ocorrerá em todos os dias da semana. Assim, a análise da ação deve levar dois meses para terminar.
Para Ayres, o ideal seria o tribunal fazer uma força-tarefa e resolver a questão do mensalão em três ou quatro semanas, liberando mais tempo de seu curto mandato de sete meses para outros assuntos. Ele deixará a corte em novembro, quando completará 70 anos.
A maioria de seus colegas, porém, foi contra. O relator da ação, Joaquim Barbosa, afirmou não ter condições físicas de participar de sessões diárias e que durem o dia inteiro por conta de seus problemas de coluna.
Após boicote, PT já planeja campanha de Haddad sem Marta
Depois do boicote de Marta Suplicy à festa de lançamento da pré-candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo, anteontem, o PT revisou seus planos e passou a projetar a campanha sem a presença da senadora.
A intenção do partido era escalar a ex-prefeita para acompanhá-lo em atos na periferia, onde ela usaria sua popularidade para mobilizar militantes e tornar o pré-candidato mais conhecido.
Agora, dirigentes da campanha e o próprio Haddad, em conversas reservadas, já descartam receber a ajuda dela nas ruas e contam apenas com a hipótese de convencê-la a aparecer na propaganda de TV, nos últimos 45 dias antes do primeiro turno.
CPI vai investigar empresas-laranjas usadas pela Delta
O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), estuda pedir a quebra do sigilo fiscal de empresas abastecidas de forma atípica pela construtora Delta, além da convocação de seus responsáveis. A oposição também vai apresentar à CPI pedido semelhante.
Segundo reportagem da revista “Veja”, relatório do Coaf (órgão de inteligência financeira do governo, vinculado à Fazenda) aponta que a Delta, em movimentação anormal, depositou R$ 115 milhões para essas empresas no período entre 2006 e 2011.
A suspeita é que a Delta usava empresas de fachada para intermediar o pagamento de propina e de doações não declaradas (caixa dois) a campanhas eleitorais. Segundo a revista, o relatório do Coaf lista oito empresas e depósitos em contas de laranjas. A maior movimentação ocorreu nos anos eleitorais de 2006, 2008 e 2010.
PT quer quebrar sigilo de Perillo por omissão de bens
Dispostos a fragilizar o PSDB, os representantes do PT na CPI do Cachoeira vão explorar mais uma justificativa para a quebra de sigilo do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo: a omissão de bens em suas declarações à Justiça Eleitoral.
Segundo reportagem do jornal “O Globo” de ontem, Perillo omitiu pelo menos cinco propriedades. Uma delas é uma área de mais de um milhão de metros quadrados em Pirenópolis (GO), cuja aquisição foi dividida, entre outros, com um ex-sócio de Carlinhos Cachoeira.
Seca no Nordeste já afeta áreas urbanas
A seca que devasta lavouras e rebanhos no sertão nordestino avança sobre as áreas urbanas, provocando racionamento ou falta de água potável em 158 cidades, segundo levantamento da Folha nos nove Estados da região.
Dezenas de reservatórios que abastecem as cidades entraram em colapso. Carros-pipa, que até então atendiam apenas a zona rural, são vistos agora no centro de pequenos e médios municípios.
O Exército, que controla a distribuição de água em oito dos nove Estados nordestinos -além do norte de Minas Gerais-, socorre cerca de 2,84 milhões de pessoas. Só o Maranhão, com uma cidade em situação de emergência, não consta da lista dos militares.
Juro baixo e custo alto adiam plano de previdência privada
No menor patamar da história, os juros brasileiros podem ter como efeito colateral o adiamento da aposentadoria, especialmente para quem tem plano de previdência privada com taxas elevadas de administração -percentual cobrado pelo banco para cuidar do dinheiro do cliente.
Somente a mudança no patamar de juros ocorrida neste ano, quando as taxas do governo caíram de 11% para 8,5% ao ano, pode implicar mais de 15 anos de trabalho (e de contribuições extras ao plano de previdência), segundo simulação feita por Rafael Paschoarelli, professor de finanças da USP. Isso porque os juros do governo caíram, mas a previsão de inflação segue elevada.
Pequeno agricultor teme nova lei ambiental
As normas do novo Código Florestal já levam incerteza e preocupação à afastada comunidade rural da Ilha da Paciência, no interior gaúcho. Formado por pequenas propriedades de até 50 hectares, o local precisará ter margens de rios recompostas com vegetação, conforme estabelece a nova lei.
Os produtores afirmam que as terras foram desmatadas no início do século 20, época de seus bisavós, e que vão ter que pagar uma conta alheia. Acessível apenas por balsas, a comunidade, na cidade de Triunfo (75 km de Porto Alegre), é uma ilha fluvial com dezenas de pequenas lavouras de arroz e milho e pastos de criação de animais.
O Globo
Lojas burlam lei e vendem agrotóxicos sem receita
Apesar de a legislação exigir receituário agronômico para a venda de agrotóxicos, a regra não é obedecida em lojas especializadas, e, geralmente, são os vendedores que indicam e ensinam aos agricultores como usar os produtos. No Rio e em Teresópolis, repórteres do GLOBO compraram, sem receita, herbicidas e fungicidas de média e alta toxidade. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) admite que há venda irregular de agrotóxicos e promete aumentar a fiscalização. Regiões agrícolas do estado com forte uso de agrotóxicos têm maiores taxas de mortalidade por câncer, conforme reportagem publicada ontem.
Lixo em Gramacho agora é proibido
Corrente e cadeado fecham, 34 anos depois, os portões do Lixão de Gramacho. Ao encerrar as atividades, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o local era uma mancha para o Rio.
PF investiga novas rotas de tráfico de pessoas
Em 2010 e 2011, a Polícia Federal abriu 120 investigações contra quadrilhas cujos alvos preferenciais são adolescentes com sonhos de serem jogadores de futebol ou modelos no exterior. No caso dos meninos, eles são iludidos com promessas de contratos em clubes, e o governo já foi notificado de vítimas até no Irã e no Azerbaijão. Na CPI que investiga o tema no Senado, os trabalhos identificaram que o Brasil, além de exportar, passou a receber vítimas.
Síria: ditador reaparece e nega massacre
Sob forte pressão internacional, o ditador sírio Bashar al-Assad fez a primeira aparição pública em cinco meses. No Parlamento, ele negou a participação do regime no massacre de Houla, no qual 108 pessoas foram mortas, sendo 49 crianças. Assad se disse “horrorizado” com as cenas de Houla e pôs a culpa nos opositores.
Países perdem US$ 705 bi em crédito
Países ricos viram o crédito minguar em US$ 630 bilhões no último trimestre de 2011 por causa do temor de contágio da crise global. O relatório foi divulgado pelo BIS, o banco de compensações internacionais. Nos países emergentes, sobretudo na Ásia, o mercado de crédito encolheu em US$ 75 bilhões.
Correio Braziliense
Preso há nove dias, Brunelli é indiciado por quatro crimes
Polícia Civil considera que já tem elementos suficientes para indiciar o ex-deputado distrital Júnior Brunelli por peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e formação de quadrilha. O inquérito será enviado à Promotoria de Tutela das Fundações do MPDFT para que a denúncia e a ação de improbidade administrativa sejam elaboradas e enviadas à Justiça. Somadas, as penas variam de sete a 30 anos. A prisão provisória do ex-parlamentar vence à meia-noite de amanhã.
Demóstenes: maioria está a favor da cassação
Pelo menos 43 senadores pretendem votar pela perda de mandato do parlamentar, o bastante para afastar o goiano do Senado, mas só 29 autorizam a divulgação de seus nomes.
Os riscos dos planos de fidelidade
Sistemas de compras que oferecem vantagens a clientes fiéis geram uma obsessão por acúmulo de pontos e podem levar o consumidor a comprar acima do seu orçamento.
Crédito: BRB amplia consignado e baixa juro
Servidores federais que recebem salário pelo banco terão empréstimo com desconto em folha, a juros de 0,74% ao mês, metade do que a instituição praticava no início do ano.
Governo teme pela Rio+20
Faltando apenas nove dias para o início do evento, a ausência de governantes de peso e o risco de o encontro não resultar em um documento robusto causam apreensão na organização brasileira.