O Globo
Petrobras foi alvo de espionagem americana
A Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) usou seu aparato de espionagem para levantar informações sobre a Petrobras. A denúncia foi feita ontem no “Fantástico” pelos repórteres Sonia Bridi e Glenn Greenwald, a partir de documentos vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden, atualmente exilado em Moscou. Os documentos — todos sigilosos — jogam por terra o argumento do governo americano de que a NSA se dedica exclusivamente a combater o terrorismo. Na semana passada, a agência declarou ao jornal americano The Washington Post que “não se engaja em espionagem econômica em qualquer área” O que se vê, a partir dos documentos inéditos — que contêm ao menos quatro vezes o nome da Petrobras — é que a alegação era falsa.
Um dos dados divulgados por Glenn Greenwald é um tutorial de Power Point do progama Royal Net, datado de maio do ano passado. Serviu para ensinar agentes da própria NSA a espionar redes privadas de computador — normalmente usadas por governos, empresas e instituições financeiras, justamente para tentar se proteger de invasões externas. O nome da Petrobras — maior empresa do país, que tem um faturamento anual de R$ 280 bilhões — aparece em um dos primeiros slides, sob o título “Muitos de nossos alvos usam redes privadas”.
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Os documentos não mostram exatamente que tipo de informações a NSA buscava, mas é possível supor que tivessem a ver com tecnologia e campos de petróleo do pré-sal. O leilão do campo de Libra, agendado para o próximo mês, na Bacia de Santos, será o maior já realizado no país. Roberto Villa, ex-diretor da Petrobras, declarou ao “Fantástico” que “se alguém dispõe dessa informação, ele vai numa posição muito melhor no leilão. Ele sabe onde carregar mais e onde nem carregar. É um segredinho bom”.
A empresa brasileira, no entanto, não foi a única a ter seus dados espionados. Curiosamente, o Google — que, assim como a Microsoft, colaborou com a agência americana — também aparece na lista como um dos alvos. Outros foram o Ministério das Relações Exteriores da França e o sistema Swift — a cooperativa que reúne mais de dez mil bancos de 212 países e regula as transações financeiras por telecomunicações. Qualquer remessa de recursos entre bancos que ultrapassa fronteiras passa pelo Swift — até então visto como um sistema inviolável.
Outros textos sobre espionagem
Em jogo, segredos estratégicos do pré-sal
A espionagem dos Estados Unidos na Petrobras coloca em risco segredos tecnológicos estratégicos da companhia na exploração do pré-sal. De acordo com especialistas, um dos interesses do governo americano decorre do fato de a Petrobras ser líder mundial na exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Além disso, os EUA estariam interessados em saber o real potencial das reservas de petróleo no pré-sal existentes tanto no Brasil como o na costa oeste da África, já que isso pode trazer mudanças na geopolítica mundial do petróleo. Os países do Oriente Médio, envolvidos em constantes conflitos, poderiam deixar de ser os principais produtores.
Clima de tensão entre Câmara e Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vem fazendo duras críticas ao comando da Câmara pela demora na aprovação de projetos da chamada agenda positiva, criada para dar uma resposta às manifestações de ma. Nos bastidores do Congresso, Renan reclama da demora do colega de partido e presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em pautar as propostas já aprovadas pelo Senado. Segundo a coluna “Panorama Político” deste domingo, Renan cobrou agilidade nas votações e disse que falta reciprocidade da Casa presidida por Henrique Alves.
De acordo com levantamento da assessoria da presidência do Senado, foram aprovados 34 dos 36 projetos que integram a agenda positiva definida após as manifestações de junho. Destas, 20 estão parados na Câmara. Renan afirmou que esta situação desequilibra o bicameralismo e deteriora a relação entre as duas casas.
Na TV, Assad ameaça retaliação
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, ameaçou, em entrevista à emissora de TV americana PBS, retaliar uma eventual operação militar ocidental no país, que seria desencadeada como uma resposta ao ataque com gás sarin que matou cerca de 1.400 pessoas no último dia 21, próximo a Damasco. A entrevista será transmitida hoje, no programa do jornalista Charlie Rose.
— Ele sugeriu que haveria, por parte de seus aliados, alguma retaliação a um possível ataque — adiantou Rose.
Assad admitiu que uma provável investida militar contra o país seria um grande triunfo de seus opositores. Mas ressaltou que a Síria está devidamente preparada para responder, com seus aliados, a qualquer ação estrangeira. O ditador, segundo Rose, não confirmou nem negou a posse de arsenal químico, mas negou o ataque. “Não há evidências de que usei este armamento contra meu próprio povo” assegurou durante o encontro com o jornalista, em Damasco.
Atos devem ter menos impacto devido à baixa adesão
Governistas e oposição avaliaram que foi baixa a adesão aos protestos ocorridos no Sete de Setembro devido à radicalização e à violência das manifestações. Na visão de aliados, o Palácio do Planalto deverá capitalizar a pouca mobilização, mas só conseguirá sucesso se mostrar firmeza ao criticar os radicais. Já a oposição diz que isso não é garantia de que a presidente Dilma Rousseff está bem junto à população. Para o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), a população continua insatisfeita.
Fúria dos protestos revolta moradores
Enquanto os jovens Black Blocs passavam pelo Largo do Machado, ao fim da jornada de protestos do Sete de Setembro, das janelas dos prédios moradores gritavam: “Atira, atira!” Era um apelo para a PM disparar balas de borracha e bombas de gás contra o grupo. Mais cedo, no tumultuado desfile militar na Avenida Presidente Vargas, famílias aplaudiram a ação repressiva da polícia. Na medida em que encolhem de tamanho e crescem em violência, as manifestações isolam-se nas ruas vazias, espalhando medo e revolta onde inicialmente colhiam solidariedade.
Violência reduziu apoio a protestos
Depois de protestos tumultuados pela violência de grupos minoritários, o dia foi de limpeza em várias capitais brasileiras. No Rio, moradores não escondiam a indignação com o quebra-quebra. Pelo menos 19 pessoas permaneciam presas no país, sendo uma no Rio.
5 anos de crise global: Emergentes são mais vulneráveis
Cinco anos após a crise global estourar, e com o fim dos estímulos à economia dos Estados Unidos, economistas alertam que hoje os mais vulneráveis às turbulências econômicas são os países emergentes. Entre eles estão Brasil, Índia, Rússia, Turquia e Indonésia.
Desaparecidos: 60% retornam
A polícia do Rio estima que mais de 60% dos desaparecidos voltam para casa, mas as estatísticas não refletem isso porque não são atualizadas. A delegada Elen Souto, da Seção de Descoberta de Paradeiros, diz que a maioria dos parentes de vítimas não comunica o reaparecimento. Em julho, 509 desaparecimentos foram registrados no estado.
Caso Amarildo tem nova reconstituição
Equipes da Divisão de Homicídios (DH) realizaram ontem a segunda reconstituição do caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, visto pela última vez na noite de 14 de julho sendo levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Desta vez, o trabalho buscou refazer o trajeto da viatura que levou Amarildo até a sede da UPP naquela noite e depois circulou por outras áreas de cidade, como a Zona Portuária. O caminho seguido pelo carro foi revelado pelo rádio que fiincionava no veículo. A reconstituição começou às 20h20m, quando o carro da UPP deixou o Largo do Boiadeiro, na Rocinha, sendo conduzido por um policial militar (cuja identidade não foi revelada), acompanhado por um perito.
Olimpíadas 2016: COI cobra melhor transporte Rio
Membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) se mostraram ontem preocupados com problemas enfrentados pelo Rio, como protestos, transportes e hospedagem, em reunião na capital argentina na qual autoridades da Rio 2016 fizeram uma apresentação sobre os Jogos. No evento, fechado para a imprensa mas transmitido por telões, o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, afirmou que “o Rio estará pronto” apesar do trabalho que ainda falta.
O Estado de S. Paulo
PF já investiga mais desvio de verba pública do que tráfico
Chega a R$ 1 bilhão o volume de recursos que a Polícia Federal suspeita ter sido desviado do Tesouro por meio de fraudes, corrupção, licitações dirigidas, convênios fictícios e compras superfaturadas de administrações municipais, autarquias e repartições estaduais em todo o País. Pela primeira vez na história, segundo o comando da corporação, as investigações de crimes do colarinho branco suplantaram as ações contra o tráfico de drogas e o contrabando.
Entre janeiro e agosto deste ano, a caça aos malfeitos com verbas públicas foi responsável por 20,7% do total de missões desencadeadas pela PF nos Estados e em Brasília – os dados não abrangem falcatruas na Previdência. Ações contra o narcotráfico somam 16,9% dos casos.
“A PF tem priorizado a atividade de combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos”, afirma Coimbra, segundo quem a corporação tem atuado em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU). Os relatórios técnicos e auditorias desses dois órgãos são usados para fortalecer as provas nas investigações.
Reforma de Código do Processo Penal faz número de presos cair
As operações especiais da Polícia Federal contra o crime organizado estão prendendo menos investigados que em outros anos. A explicação está na reforma do Código de Processo Penal, em julho de 2011, que instituiu alternativas ao encarceramento dos alvos da PF – a Justiça impõe medidas restritivas, como fianças milionárias, ao invés de mandar prender.
A redução do volume de prisões começou em 2012, com queda de 11,3% em relação a 2011. O balanço das operações da PF mostra, ainda, um aumento de 127% em 2012 dos casos de condução coercitiva, que é quando a Justiça não decreta a prisão do suspeito – exceto em casos excepcionais mas determina que ele seja levado à força para depor.
Recursos de emendas vão só para metade dos municípios
As cidades de Frei Paulo e Campo do Britto, interior de Sergipe, ficam a menos de 30 km uma da outra. Ambas têm 15 mil habitantes e economia baseada na agricultura, na pecuária e no comércio. A primeira exibe em suas mas várias placas de investimentos federais. Já a segunda comemora quando consegue pagar os funcionários em dia.
A distorção tem explicação. Nos últimos três anos, Frei Paulo foi alvo de 20 emendas parlamentares federais. Campo do Britto, de nenhuma. Essa distorção seria maior se todos os recursos fossem de fato liberados, algo que poderá ocorrer caso o projeto de Orçamento impositivo, que torna obrigatório o pagamento das emendas parlamentares, seja aprovado e passe a valer no ano que vem.
Levantamento do Estadão Dados com todas as 24.448 emendas apresentadas pòr deputados e senadores nos últimos três anos mostra que, se o Orçamento impositivo estivesse em vigor desde então, a totalidade dos repasses via emenda seria embolsada por menos da meta-; de das prefeituras do País.
Mesmo apadrinhado, prefeito diz que tem de batalhar por dinheiro
O prefeito de Frei Paulo, José Arinaldo de Oliveira Filho (DEM), afirma que tem boas relações com os deputados federais e senadores de Sergipe – e por isso consegue emendas para o município. “Estou sempre em Brasília.” A cidade, porém, tem “padrinho”. É Mendonça Prado (DEM), que em três anos destinou 16 de um total de 20 emendas que tiveram o município como alvo. Obteve, em troca, a maioria dos votos locais.
“Estou constantemente em seu gabinete reivindicando emendas”, diz o prefeito, que dá a receita para receber a verba: “Tem de acompanhar, porque se não houver um projeto, não há como firmar convênio”. “Você ganha emenda e precisa começar a luta para empenhar. Um projeto leva seis meses para ser aprovado e tem emenda que nem sequer foi empenhada,porque houve corte no Orçamento”, afirma Oliveira Filho.
Governo tenta ‘flexibilizar’ gastos na LDO
O governo federal tenta afrouxar o controle sobre custos de obras públicas em 2014, ano de eleições, No projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado ao Congresso, que valerá para o ano que vem e começa a ser votado quarta-feira, suprimiu trechos que instituem tabelas da Caixa Econômica Federal e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes como referências de preço para licitações rodoviárias e de construção civil.
As mudanças atendem ao lobby das empreiteiras, que estão entre as principais financiadoras de campanhas nos bastidores, pressionam pela flexibilização. Retiradas da proposta, as mesmas regras foram editadas num decreto presidencial de abril, que pode ser alterado pelo Planalto a qualquer momento, sem aval dos congressistas, e que só vale para as obras do Executivo.” Com a nova diretriz, o Legislativo e o Judiciário podem usar outras tabelas de preço,, a seu critério.
Obama ganha apoio europeu para uma ação militar na Síria
Se o aval do Congresso a um ataque à Síria parece cada vez mais difícil, o govemo de Barack Obama avançou na busca por apoio internacional à ofensiva. O país enfatizou ontem a parceria da Arábia Saudita e garantiu que outros árabes anunciarão adesão esta semana. Em Genebra, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, defendeu que um ataque só ocorra com a anuência do Conselho de Segurança da ONU (mais informações nesta página).
Na noite de sábado, chanceleres dos 28 países da União Europeia, incluindo a Alemanha, até então relutante, assinaram uma declaração na qual pedem uma “resposta clara e forte” contra o ataque com armamento químico na periferia de Damasco, na Síria, no dia 21.
‘Confronto chama mais atenção que demanda social’
Apesar da queda de participantes em relação a anos anteriores, organizadores do Grito dos Excluídos, marcha tradicionalmente organizada peia Igreja e por movimentos sociais no Dia da Independência, não acreditam no enfraquecimento dos protestos nem em perda de pro-tagonismo para os Black Blocs.
“Não é culpa do movimento. A questão é que os confrontos entre policiais e manifestantes chamam mais a atenção do que as demandas sociais dos grupos que protestam”, afirma Ari Alberti, membro da coordenação nacional do Grito dos Excluídos. Alberti, que é da Pastoral dos Migrantes de São Paulo, considera as reivindicações dos movimentos anarquistas corno legítimas, mas afirma que é contrário aos métodos mais agressivos, que envolvem atos de vandalismo contra símbolos do sistema capitalista. “Nossos atos costumam ser pacíficos”, diz.
Para ministro, manifestações perderam o foco
Responsável pelo diálogo do Palácio do Planalto com movimentos sociais e entidades da sociedade civil, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou ontem que os protestos de 7 de Setembro, pelo fato de terem sido violentos e esvaziados, não conseguiram impor uma reivindicação clara para que o governo federal possa tentar respondê-la.
“Eu preferiria que as manifestações tivessem sido vigorosas e pacíficas. Esvaziadas como foram, não dá nem para saber as bandeiras das reivindicações”, afirmou o ministro da presidente Dilma Rousseff.
Na avaliação preliminar do governo federal sobre os atos de anteontem, o fato de o protagonismo ter sido tomado pelos grupos radicais como os Black Blocs acabou abafando os movimentos sociais que tradicionalmente realizam, em parceria com a Igreja Católica, o Grito dos Excluídos na mesma data.
Usuário dribla regra do Minha Casa Melhor
Beneficiários do programa Minha Casa Melhor dão “jeitinho” de driblar as regras rigorosas do programa, que definem o preço máximo e o que pode ser adquirido. Com a ajuda de vendedores, compram produtos que não estão de acordo com a lista do governo.
Petrobrás é espionada por agência dos EUA
Documentos secretos em poder do ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobrás é espionada pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A informação foi dada ontem pelo Fantástico, da TV Globo.
A emissora disse ter tido acesso a documentos obtidos pelo agente – atualmente asilado na Rússia- entre os milhares vazados em junho passado. Os dados, concluiu a Globo, desmentem a alegação da NSA de que não faz espionagem com objetivos econômicos.
Para Azevêdo, da OMC, tensão mina acordos
Não haverá uma recuperação acelerada da economia mundial nos próximos anos e, diante desse cenário, o risco é de proliferação de tensões políticas em diversos países que, como consequência, minariam a capacidade de a comunidade global chegar a acordos.
Quem faz o alerta é o brasileiro Roberto Avezêdo que, na prática, assume hoje a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC). Oficialmente, ele começou a trabalhar há uma semana e, nos últimos dias, esteve na cúpula do G-20 para se apresentar aos líderes mundiais» Mas será hoje, era Genebra, que ele fará seu primeiro discurso aos 159 países sobre seu plano, de governo.
Na pauta, sua visão para o comércio e sua estratégia para recuperar a credibilidade de uma entidade cada vez mais ignorada pelas grandes potências. Azevedo fará um apelo aos países para que não abandonem o sistema multilateral, mesmo diante de sua paralisia e da proliferação de acordos bilaterais. Para muitos, porém, Azevêdo terá uma “missão impossível”.
Cidades com pior IDH não têm Mais Médicos
A distribuição dos primeiros 134 profissionais do Mais Médicos no Estado de São Paulo mostra que o programa federal lançado em julho pela presidente Dilma Rousseff até agora não beneficiou as cidades com piores índices sociais. Os locais com menor índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ficaram de fora na primeira fase, enquanto a maioria entre as 33 cidades contempladas tem altos indicadores de desenvolvimento.
O IDH das cidades é medido pelo índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), por meio da qualidade de vida, com base em indicadores de saúde, renda e educação. Segundo o Ministério da Saúde, um dos critérios para se enquadrar no programa é que o município tenha 20% ou mais da população vivendo em situação de alta vulnerabilidade social.
USP atrasa bolsa e prejudica pesquisa
A Universidade de São Paulo (USP) atrasou desde junho o pagamento de auxílios de pesquisa a 30 acadêmicos do Brasil e de outros países que fazem parte de um projeto da instituição, O Programa de Pesquisa nos Acervos da USP. Ao todo, a universidade deveria ter pago R$ 350 mil aos pesquisadores, mas até agora ninguém recebeu.
O programa é de responsabilidade das pró-reitorias de Pesquisa, de Pós-Graduação e de Cultura e Extensão da USP e os auxílios serão pagos com orçamento da própria universidade. A proposta do edital, lançado em janeiro, é que os pesquisadores de nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado pudessem realizar estudos nos cinco acervos da USP.
Do posto de gasolina a hidrelétrica
Herdeiro de um posto, Erasmo Battistella criou empresa de biodiesel e vendeu metade à Petrobrás. Agora, após outros negócios, quer construir hidrelétricas.
Folha de S. Paulo
Sul e Sudeste têm 19 das 25 melhores universidades
As regiões Sul-Sudeste concentram 19 das 25 melhores universidades do país. São Paulo aparece à frente, com cinco instituições, seguido por Rio de Janeiro (quatro), Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul (três cada) e Santa Catarina (uma). O Nordeste tem quatro (Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco) e o Centro-Oeste, duas (Goiás e Distrito Federal).
USP, UFRJ e UFMG encabeçam o ranking. A região Norte não aparece no grupo principal. A título de comparação, a nota média do grupo de elite do RUF (86,79) é 27% superior à média das 25 instituições que vêm a seguir no ranking de universidades (68,40).
Promotor quer acordo com ex-executivos da Siemens
Os seis executivos que ajudaram a multinacional alemã Siemens a expor o cartel de empresas que atuou em licitações públicas de trens em São Paulo e Brasília estão negociando um acordo com o Ministério Público de São Paulo para colaborar com as investigações e tentar evitar punições na área criminal.
Promotores envolvidos com as investigações desconfiam que funcionários públicos receberam propina das empresas para facilitar a atuação do cartel e acham que os executivos podem contar o que sabem sobre isso se tiverem a promessa de que não sofrerão punição depois.
Definição do momento da prisão divide STF
Com a aproximação do fim do julgamento do mensalão, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) começaram a traçar possíveis cenários para o desfecho do processo. Uma das principais dúvidas diz respeito ao momento em que os réus condenados terão de iniciar o cumprimento de suas penas na cadeia.
Em conversas reservadas, parte dos ministros admite que seria possível determinar o envio imediato dos condenados à prisão se o Supremo rejeitar os chamados embargos infringentes, recursos que poderão levar à realização de um novo julgamento.
Governo negocia apoio a projeto que destina verbas à saúde
O Palácio do Planalto começou a negociar com os líderes do Congresso um acordo para apoiar um projeto de lei que destina 10% das receitas da União para a saúde, medida que até recentemente enfrentava a oposição do governo por causa do seu impacto nas contas públicas.
A proposta, que chegou ao Congresso na forma de um projeto de iniciativa popular, foi encampada pelos líderes do Congresso depois dos protestos de junho, quando as mazelas do sistema de saúde do país foram um dos alvos dos manifestantes nas ruas.
A presidente Dilma Rousseff sancionará hoje a lei que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde, aprovada pelo Congresso contra a vontade do governo em agosto.
Cidade tem onda de invasões de sem-teto na gestão Haddad
A área onde há uma creche e salas de cursos culturais e profissionais para adolescentes está agora cercada de barracos de madeira e plástico. Abriga a ONG Anchieta Grajaú, fundada em 1998, mas há um mês e meio também é ocupada por grupos de sem-teto.
O espaço na zona sul é um dos mais de 90 terrenos ou prédios invadidos na cidade. E pelo menos metade dessas invasões foram neste ano –uma onda acentuada na gestão Fernando Haddad (PT), principalmente após a série de protestos por motivos variados a partir de junho.
Número de prisões cresce com violência de protestos
As manifestações de Sete de Setembro reuniram menos gente, mas registraram proporcionalmente mais detenções nas principais cidades do país, em comparação com os protestos de junho.
No feriado de sábado, 335 pessoas foram detidas em 11 capitais –o Rio registrou o maior número de casos (77), seguido por Brasília (50). Até ontem, 26 continuavam detidos: 16 em Belo Horizonte, oito em São Paulo, um em Porto Alegre e mais um no Rio.
Em 17 de junho, cerca de 215 mil pessoas saíram às ruas em 12 capitais contra o aumento nas tarifas de ônibus e houve poucas detenções.
Para escritor, atuação de ‘black blocs’ ajuda Estado
A violência dos “black blocs” ajuda o Estado ao afastar as massas de manifestações. A avaliação é do escritor e jornalista norte-americano Chris Hedges, apoiador do Occupy Wall Street, movimento crítico ao modelo atual de capitalismo que chacoalhou os EUA em 2011 e 2012.
“O poder do Occupy e, creio, dos movimentos no Brasil é que expressam as preocupações e as frustrações da maioria”, disse Hedges por telefone à Folha. “Mas entregar o movimento para o black bloc’, ou deixar que eles o sequestrem, afasta as massas e transforma o movimento em marginal, exatamente o que o Estado quer”, afirmou.
Comissões da Verdade se multiplicam sem avançar investigações
A Prefeitura de São Paulo decidiu criar sua própria Comissão da Verdade para apurar violações aos direitos humanos durante a ditadura militar (1964-85). Será mais uma entre as quase cem comissões que já funcionam no país –ao menos 75 grupos atuam em 21 Estados, segundo a Comissão Nacional da Verdade.
Em muitos deles, porém, seus próprios integrantes reconhecem a dificuldade para esclarecer as violações. Seja por baixos orçamentos, falta de dedicação exclusiva de seus membros e sobretudo limitações impostas ao trabalho, os grupos que se espalham pelo país se notabilizam por reciclar assuntos já conhecidos, sem de fato contribuir com esclarecimentos sobre o período.
Chance de fechar a Rodada Doha ainda neste ano é zero
Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da OMC (Organização Mundial de Comércio), reduz as expectativas para seu primeiro teste no cargo: a conferência de Bali, na Indonésia, em dezembro.
“Não há a menor possibilidade de finalizar a negociação em Bali. Zero”, disse à Folha. Ele se refere à moribunda Rodada Doha, negociação para liberalizar o comércio entre os 159 países da OMC, que se arrasta há 12 anos.
Azevêdo afirma que “o pacote de Bali será necessariamente parcial”, incluindo temas como redução da burocracia no comércio, e que deve haver um “entendimento político” sobre o resto.
Correio Braziliense
Entidades repudiam abuso da PM no Sete de Setembro
A segurança se preparou para o Sete de Setembro com um forte esquema na área central de Brasília. Pelo menos 4 mil PMs foram colocados nas ruas. Para garantir as comemorações do Dia da Independência, alguns cometeram excessos registrados em vídeo e fotos. Na área central, manifestantes pacíficos e jornalistas foram agredidos. A ação policial repercutiu em sites e jornais de todo o mundo e foi repudiada por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) e que representam a imprensa brasileira.
Jornalistas do Correio e de outros veículos se tornaram alvo da ação truculenta do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães). Os profissionais da imprensa, que portavam crachás de identificação, foram atingidos por bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, além spray de pimenta e balas de borracha.
Por meio de nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifestou repúdio à violência cometida contra profissionais de imprensa. “As agressões partiram tanto de policiais como de manifestantes, com a intenção de impedir o registro dos fatos pelos profissionais de imprensa. É inaceitável que se imponham limites, de qualquer ordem, à atividade jornalística”, afirma trecho da nota. Em sua página na rede social, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) também critica as ações da PM contra a imprensa.
O Sindicato de Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF) afirmou, por meio de nota, que “repudia o uso de armas que ponham em risco a vida e a integridade física dos cidadãos”. “Antes do desfile, encaminhamos uma carta à Secretaria de Segurança alertando ao fato de que os jornalistas poderiam virar alvo das confusões e o que ocorreu prova que o governo ignorou nossos apelos”, garantiu o vice-presidente da entidade, Wanderlei Pozzembom.
Blindada, Dilma acredita ter escapado de protestos
As manifestações do Sete de Setembro em várias cidades brasileiras não vão tirar a presidente Dilma Rousseff das ruas. A avaliação do governo, de um modo geral, é a de que os movimentos de massa refluíram e, em muitos locais, ficaram restritos a grupos interessados na violência. Foi o que se viu, por exemplo, em parte dos protestos no Rio de Janeiro, em Brasília, em Fortaleza e em Curitiba. Dentro do governo e no Congresso, há quem esteja disposto a chamar a Ordem dos Advogados do Brasil, o Ministério Público, governadores, prefeitos, para, em parceria com a Força Nacional, estabelecer um plano de ação para pôr um basta no vandalismo que tomou o lugar das manifestações. Na cerimônia de sábado, o Planalto reduziu o tempo de desfile e reforçou a segurança próxima ao palanque de Dilma.
As raízes do confronto
Nos protestos que tomaram o Brasil nos últimos dois meses, os manifestantes conhecidos como black blocs chamaram a atenção pela postura violenta e por atos de destruição contra propriedades privadas ou o patrimônio público. Vestidos de preto e com os rostos mascarados, os ativistas de tática ofensiva ganharam evidência a partir das manifestações de junho, mas já estão no país desde 2000. Com influências de grupos anarquistas da Alemanha e dos Estados Unidos, os black blocs de todo o mundo justificam as ações como uma performance simbólica para desafiar o governo e o sistema capitalista.
Petrobras também foi espionada
Enquanto o governo brasileiro aguarda as explicações dos Estados Unidos sobre a espionagem direta das comunicações da presidente Dilma Rousseff, novas denúncias feitas ontem pelo programa Fantástico revelaram que a maior empresa do Brasil, a Petrobras, também foi espionada. Documentos vazados pelo ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden ao programa mostraram que a rede privada de computadores da Petrobras foi alvo do serviço secreto. Os documentos foram repassados ao jornalista e ativista americano Gleen Greenwald, que vive no Rio de Janeiro. Na audiência pública no Senado em que participou no início de agosto, Greenwald já havia declarado que o interesse dos serviços secretos americanos não dizia respeito apenas à segurança, mas a disputas comerciais e industriais dos EUA.
“Marolinha” de 2008 ganha força em 2013
Durante um bom tempo, o Brasil se vangloriou de ter sido o primeiro país a sair da crise que varreu o mundo a partir de 15 de setembro de 2008, quando um dos maiores símbolos do capitalismo ruiu, o banco norte-americano Lehman Brothers. Cinco anos depois do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, que revelou ao mundo o monstro dos subprimes — créditos de péssima qualidade vendidos como o melhor negócio do planeta —, a nação comandada por Dilma Rousseff está entre as mais vulneráveis do globo, justamente no momento em que deveria tirar proveito da retomada da atividade internacional, puxada por sua maior locomotiva, os Estados Unidos.
Os próximos obstáculos de Marina Silva
Há menos de um mês do prazo final para o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, e com o número mínimo de diretórios já garantido, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva começa a focar em viabilizar politicamente sua candidatura à Presidência da República. Envolvida desde o início do ano com a criação da Rede, Marina deixou para depois dessa etapa condicionante a costura dos acordos, que já estão sendo estudados por seus prováveis adversários desde as eleições municipais do ano passado. Entre as principais preocupações, está quem será o vice que comporá sua chapa e arregimentar filiados e as alianças locais com seus respectivos palanques.
TSE decide registro do Solidariedade
Dois debates em curso no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão sacudir o Congresso Nacional a menos de um mês do prazo para filiação partidária dos interessados em disputar as eleições de 2014. Na terça, 10 de setembro, o TSE decide se concede o registro para o Solidariedade, legenda criada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, e que poderá atrair até 40 deputados e três senadores. Além disso, o tribunal precisa analisar, ainda sem data para o julgamento, se partidos nascidos da fusão de legendas já existentes poderão atrair parlamentares sem que estes percam o mandato. Até a sexta-feira, 74 deputados já tinham mudado de sigla.
Um voto nem tão aberto assim
Na tentativa de manter o texto como veio da Câmara dos Deputados, o relator da Proposta de Emenda à Constituição 43/2013, Sérgio Souza (PMDB-PR), passará o dia de hoje e o de amanhã em reunião com os líderes do Senado. A intenção é evitar fatiar a proposta de fim do voto secreto para todas as situações, o que permitiria aprovar somente nos casos de cassação de parlamentares e abriria a possibilidade de engavetar o restante. Sérgio Souza espera encontrar consenso para apreciar a proposta na íntegra, mas reconhece que terá dificuldades e que talvez o mais “responsável” seja garantir logo o tópico sobre o qual já há entendimento.
Até quando pode durar um julgamento
O cenário de incertezas que cercou a fase de recursos do processo do mensalão terá fim a partir desta semana — a mais decisiva desde o começo da segunda etapa do julgamento. Na quarta-feira, o plenário retoma a análise dos embargos infringentes apresentados pelo réu Delúbio Soares, já iniciada pelo presidente, Joaquim Barbosa, no fim da sessão de quinta-feira passada. O voto contra de Barbosa era previsível. A expectativa é em relação aos demais ministros, que terão de enfrentar uma questão que foi cozinhada pela Corte em banho-maria por 23 anos, desde quando foi editada a Lei 8.038, em novembro de 1990.
Raad perto da cassação
Sessão que analisará processo de quebra de decoro contra o distrital será na próxima quarta.
Os jornais também destacam hoje os seguintes assuntos publicados ontem pelo Congresso em Foco:
O que querem e o que pensam os manifestantes
Dilma recebe líderes para discutir votação de vetos
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