Correio Braziliense
Para auditores, Roriz deu início à farra de contratos
As 48 auditorias elaboradas pelo Tribunal de Contas do DF comprovam que o esquema de corrupção no governo Arruda, detonado pela Operação Caixa de Pandora, começou nas gestões de Joaquim Roriz. A fraude tem origem nos contratos sem licitação entre o GDF e empresas de informática. Os técnicos do tribunal relatam desvios a partir de 1999 no Instituto Candango de Solidariedade (ICS), que chegou a receber R$ 600 milhões de recursos públicos para o pagamento de prestadoras de serviço escolhidas sem licitação. A mesma atribuição cabia à Codeplan, presidida por Durval Barbosa na administração Roriz. Em apenas um caso, o TCDF detectou um prejuízo de R$ 24 milhões. Segundo a análise do tribunal, o modelo de Arruda suprimiu o ICS do esquema de irregularidades, mas seguiu o padrão: gastos volumosos por meio de contratos firmados ao arrepio da lei. A prática passou a ser mantida pelas secretarias do GDF.
Loteamento de cargos tinha até planilha
A mesada era apenas uma parte do estímulo oferecido aos políticos no Distrito Federal. Deputados distritais, federais e senadores tinham direito a manter pendurado na estrutura do governo um exército de cabos eleitorais. Todos os detalhes do fatiamento da administração pública entre os apadrinhados de aliados do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) eram controlados em planilhas sob a responsabilidade do então chefe da Casa Civil, José Geraldo Maciel, escalado para a missão de manter uma boa relação com a base política. O Correio teve acesso com exclusividade aos registros dos dados armazenados no computador de Maciel apreendido durante a Operação Caixa de Pandora. Mantidos em sigilo no Inquérito nº 650 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os documentos esmiuçam um esquema de partilha do poder com base em critérios inventados para atender a uma hierarquia que estabelece gradações entre os aliados.
Os critérios técnicos da farra
A barganha no governo era organizada. Tão minuciosamente sistematizada que havia até pontuação para definir quem tinha direito a mais espaço na administração pública. De acordo com o núcleo de poder na gestão de José Roberto Arruda, os servidores de carreira, aqueles contratados por meio de concurso público, valiam 0,2. Menos que os técnicos, cujo peso atribuído e registrado nas planilhas a que o Correio teve acesso com exclusividade era de 0,5. No organograma oficial, os cargos mais valiosos eram os comissionados, aqueles de livre indicação dos políticos, nos quais ficam abrigados os cabos eleitorais.
Caiu a ficha nos tucanos
As declarações do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves reforçando a decisão de concorrer ao Senado deixaram o PSDB dividido sobre datas e nomes para a escolha de um candidato a vice na chapa de José Serra à Presidência da República. Ao mesmo tempo em que o presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), cita o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como um bom nome, o próprio Aécio se desdobra em elogios a Itamar Franco — o que levou muitos a entender que Aécio, nas entrelinhas, estaria apresentando o nome do ex-presidente para a campanha ao Palácio do Planalto. Guerra vai conversar com Serra na próxima semana, para começar a tratar do assunto. “Há seis meses, sabemos que Aécio não seria (vice). Mas muita gente no partido achou que ele era o melhor nome”, disse Guerra, para justificar o fato de o partido não ter tratado seriamente de outros nomes até agora.
O contra-ataque do DEM
O programa de rádio e televisão do Democratas foi ao ar ontem num tom de reação à superexposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no vídeo que divulgou Dilma Rousseff (PT) como pré-candidata à sucessão presidencial. Em 10 minutos, o DEM apresentou o tucano José Serra em 10 oportunidades. O lema do presidenciável do PSDB, “o Brasil pode mais”, foi citado por integrantes do partido e entrevistados, assim como os feitos do ex-governador de São Paulo. Entre eles, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, seguro-desemprego, Rodoanel, escolas técnicas e hospitais. As imagens utilizadas foram feitas na pré-convenção do PSDB, em Brasília, que lançou o nome de Serra. O DEM chamou o evento de “encontro de partidos”.
A saúde por Serra e Dilma
Separados por uma diferença de duas horas, os pré-candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) defenderam a transferência de mais recursos para a saúde, sem apontar de forma clara de onde viria o aporte financeiro. Serra e Dilma falaram para uma plateia de duas mil pessoas, composta por secretários municipais de saúde, gestores e trabalhadores da área, ontem, durante o 26º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em Gramado (RS). Os dois presidenciáveis desviaram da ideia de criar um novo imposto para reforçar o caixa do setor. Hoje, será a vez da pré-candidata Marina Silva (PV) apresentar propostas para a saúde, no mesmo encontro.
Hora de ser transparente
Pelo menos 20% dos municípios brasileiros com população superior a 100 mil habitantes ainda não se adequaram à Lei da Transparência, que estabelece a data de hoje como prazo para que União, DF, estados e as 273 cidades mais populosas do país divulguem na internet, em tempo real, informações detalhadas sobre gastos públicos. Os dados foram apresentados ontem pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). A entidade identificou 56 prefeituras que ainda não têm a ferramenta de discriminação dos gastos. Quarenta e uma delas estariam desenvolvendo.
Mais dias para Lula
Pressionado para tomar uma decisão difícil, especialmente em ano eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou mais tempo para escolher se vai desagradar aos aposentados ou à cúpula da área econômica do governo. Diferentemente do que foi divulgado por integrantes do Planalto anteriormente, o chefe de Estado tem até 15 de junho para sancionar ou vetar o reajuste de 7,7% para os inativos que ganham acima de um salário mínimo. A justificativa para o novo prazo é de que o texto do projeto só chegou à Casa Civil na quarta-feira e, seguindo os trâmites legislativos, o mandatário brasileiro tem até 15 dias úteis para despachar o documento.
Mais indícios de fraudes
A Polícia Legislativa do Senado encontrou indícios de fraude na assinatura da folha de ponto em nome de Kelriany Nascimento da Silva, 32 anos, estudante que denunciou com a irmã Kelly Janaína Nascimento da Silva, 28 anos, o suposto esquema de recrutamento de funcionários fantasmas por servidores do senador Efraim Morais (DEM-PB). Kelly é lotada no gabinete de Efraim e tem regime especial de frequência, mas Kelriany, paga como funcionária do Serviço Central de Atendimento ao Usuário, tem a obrigação de bater ponto. Como a estudante não teve descontos no salário apesar de não comparecer no Senado, a Polícia Legislativa foi atrás da folha de ponto para descobrir quem atestava as faltas da funcionária fantasma. Em vez de encontrar ponto abonado por outro funcionário do gabinete de Efraim, os investigadores receberam folha preenchida a mão com o nome de Kelriany.
O Globo
Tribunal cassa Rosinha e torna Garotinho inelegível
Uma decisão de ontem do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pode mudar o quadro da disputa pelo governo do Estado do Rio. Por quatro votos a três, o tribunal tornou inelegíveis, por três anos, a contar das eleições de 2008, o ex-governador e pré-candidato ao governo Anthony Garotinho (PR) e a prefeita de Campos e mulher dele, Rosinha Garotinho (PR), que também teve o mandato cassado. O casal foi condenado por abuso de poder econômico. Ele teria feito propaganda extemporânea para ela no programa “Fala, Garotinho”, em 2008. A prefeita pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e continuar no cargo até o julgamento final – se perder, o TRE convocará novas eleições em Campos. Garotinho fica inelegível, a não ser que o TSE mude a decisão do tribunal regional. O desembargador Namatela Jorge, presidente do TRE, considerou “os fatos inadmissíveis”. Em seu blog, Garotinho se disse vítima de perseguição.
DEM faz na TV o mesmo que condenou no PT
Contrariando seus discursos e ações na Justiça Eleitoral contra a prática do PT de fazer campanha antecipada, o DEM fez o mesmo em seu programa partidário exibido ontem em cadeia nacional de rádio e TV. O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, foi a principal estrela, ocupando cerca de 80% dos dez minutos da propaganda. Dilma Rousseff e Lula foram as estrelas do programa do PT, exibido dia 13. O DEM insistiu no formato mesmo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter determinado, durante a semana, a suspensão das inserções regionais do partido com o mesmo conteúdo na Bahia e no Ceará, salientando que a sigla não poderia fazer propaganda de uma pessoa que não é filiada à legenda – no caso, Serra. Essa prática será permitida a partir da formalização da coligação para a disputa presidencial.
Comissão de Ética no DF aprova cassação do mandato de Eurides Brito
A Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou ontem, por unanimidade, a cassação do mandato da deputada distrital Eurides Brito (PMDB). Ela aparece recebendo e guardando dinheiro na bolsa, em vídeo gravado por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais que denunciou o chamado mensalão do DEM em Brasília. O processo contra Eurides será analisado agora pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de seguir a plenário, onde são necessários pelo menos 13 dos 24 votos para a cassação.
Lula se defende no TSE em ações do DEM
O presidente Lula apresentou ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua defesa em três representações apresentadas pelo DEM. O partido pede a aplicação de multas ao presidente por propaganda eleitoral antecipada em favor da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. A defesa foi preparada pela Advocacia Geral da União (AGU). Para os advogados, não há provas de propaganda eleitoral antecipada nos eventos de 1º de Maio, nem de pedido expresso de votos, como alega o DEM. Segundo a Lei Eleitoral, não é considerada propaganda antecipada a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates em rádio, TV ou internet, “desde que não haja pedido de votos”.
Aécio descarta ser vice e nega antipatriotismo
O governador Aécio Neves (PSDB) voltou à cena para reafirmar que descarta a possibilidade de ser vice na chapa encabeçada pelo também tucano José Serra. Num momento em que Serra caiu nas pesquisas e aparece empatado com a petista Dilma Rousseff, Aécio disse que não aceita pressões e repetiu que é candidato ao Senado.
– Minha decisão tem de ser tomada através de análise muito profunda do cenário político. Estou absolutamente convencido de que a melhor forma de ajudar a dar a vitória ao governador Anastasia e ao companheiro e amigo Serra é estando em Minas como candidato ao Senado. Não houve modificação no cenário. É preciso que essas ansiedades sejam contidas – disse Aécio, ao lado do ex-presidente Itamar Franco (PPS) e do atual governador de Minas, Antônio Anastasia, candidato à reeleição.
Oposição procura nome para chapa
Se não bastassem as preocupações suscitadas pelo resultado das últimas pesquisas de intenção de votos, que apontam o empate técnico entre o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff na disputa presidencial, a oposição agora enfrenta um novo problema: encontrar um vice para a chapa tucana até a convenção nacional do partido, marcada para o próximo dia 12 de junho. Já sem esperanças de ter o ex-governador mineiro Aécio Neves no posto, PSDB, DEM e PPS começam a discutir internamente outras alternativas ao seu nome, como, por exemplo, o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Tucano reafirma críticas sobre omissão da Bolívia
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, sustentou ontem as afirmações, feitas anteontem no Rio, de que o governo boliviano é conivente com a entrada de cocaína no Brasil, já que de 80% a 90% da droga viriam do país vizinho. Ele disse que é “impossível” que o governo boliviano não saiba das remessas de drogas feitas para o Brasil.
– Não há nada para reavaliar. A maior parte da cocaína no Brasil vem da Bolívia. Vocês já ouviram falar de algum controle do governo boliviano em relação ao contrabando? Eu nunca ouvi falar – disse ontem Serra.
O ex-governador paulista afirmou ainda que reconhece a soberania da Bolívia, mas que o Brasil precisa de uma “ação diplomática decidida e pública” para estancar o tráfico de drogas via Bolívia.
Serra diz que já sabia que Aécio não seria vice
“Como é que se pode mudar o que nunca mudou?”, reagiu o pré-candidato do PSDB, José Serra, ao ser perguntado sobre o anúncio do ex-governador Aécio Neves, de Minas, de que não vai mesmo integrar a chapa tucana como vice. O ex-governador participava do 26º Congresso Nacional de Secretarias de Saúde, em Gramado, no Rio Grande do Sul:
– Eu já sabia disso há muitos meses – disse Serra, que chegou a convidar Aécio para vice, antes de lançar sua candidatura, e já tinha ouvido de Aécio que ele preferia disputar o Senado.
Perguntado se havia perdido um bom candidato a vice, Serra se limitou a dizer:
– Você só perde o que tem. Ele não era candidato.
Impasse sobre aposentados persiste
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, repetiram ontem que não há espaço fiscal para garantir o reajuste de 7,7% autorizado pelo Congresso para aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo. Mantega negou que Lula tenha pedido aos técnicos que estudem uma forma de garantir o aumento dado pelo Congresso:
– Continua tudo na mesma situação. O presidente Lula tem até o dia 15 de junho para se decidir.
A sugestão da equipe econômica para Lula é que o reajuste de 7,7% seja vetado. Para garantir que aposentados e pensionistas recebam algum benefício, poderia ser editada uma medida provisória dando um abono de 6,14% para 2010.
Senado: plano de cargos de servidores em discussão
Um dia depois de o Senado ter confirmado que a Fundação Getulio Vargas (FGV) receberá mais R$250 mil para complementar o projeto de reforma administrativa que foi entregue ano passado, mas ainda não saiu do papel, a principal preocupação levantada ontem por parlamentares em plenário foi com a demora na votação do plano de cargos e salários dos servidores da Casa. Essa proposta, que está sendo guardada a sete chaves pela Diretoria Geral do Senado, poderá ter um impacto de 30% na folha salarial da Casa, que ano passado foi de R$2,9 bilhões.
– Nossos servidores precisam de ter aumento e, se não votarmos isso até junho, não poderemos proporcionar a adequação dos salários dos nossos funcionários – disse o senador Jayme Campos (DEM-MT).
Portal da Transparência traz nova ferramenta
Para atender às exigências da lei complementar 131 de maio de 2009, que trata da transparência nas finanças públicas, o governo lançou ontem uma nova ferramenta que permite ao cidadão acompanhar pela internet, em tempo real, as receitas e despesas realizadas por todas as unidades gestoras do Poder Executivo. Os dados estarão disponíveis no Portal da Transparência (www.portaltransparencia.gov.br), desenvolvido pela Controladoria Geral da União (CGU). Pelo portal, será possível acompanhar todas as fases de execução de uma despesa, da contratação até o pagamento.
Visto dos EUA para brasileiros passa para 10 anos
Os governos do Brasil e dos Estados Unidos anunciaram ontem a ampliação de cinco para dez anos do prazo de validade do visto para os dois países. A medida entra em vigência hoje e vale para viagens de turismo e também de negócios. A ampliação do prazo faz parte do esforço para intensificar a viagem de turistas aos Estados Unidos. Há pelo menos dois anos o governo americano manifestou o desejo de dobrar o tempo de validade dos vistos, mas somente agora o acordo foi fechado, após aprovação do Senado, em fevereiro.
Folha de S. Paulo
Aécio vê “piada” em apelo e repete que tentará Senado
O ex-governador de Minas Aécio Neves classificou de “piada” o fato de alguns empresários paulistas considerarem “falta de patriotismo” dele não ser vice na chapa de José Serra à Presidência. Na primeira aparição pública depois das férias, ele reafirmou ontem que será candidato ao Senado. “Chega a ser uma piada. Ninguém teve mais gesto de generosidade dentro do PSDB e em torno do nosso projeto do que eu”, disse, referindo-se ao fato de ter desistido em dezembro de tentar a candidatura presidencial dentro do PSDB.
Sem plano B, PSDB corre para encontrar um vice em 15 dias
Quem conhece bem Aécio Neves leu a última negativa do ex-governador mineiro aos apelos para ser vice de José Serra como quase definitiva. Realmente, a 15 dias da convenção que oficializará a candidatura tucana, há pouco tempo para convencê-lo. O que leva a novela do vice de novo à questão: qual é o plano B? Com o agravante de que, se há algumas semanas a resposta imediata seria Francisco Dornelles (PP), por pelo menos dois fatores isso não é mais tão certo.
Candidatos têm promessa igual para saúde
Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) prometeram, em Gramado (RS), regulamentar a emenda 29, trecho da Constituição que fixa percentuais mínimos a serem aplicados em saúde. Um projeto de lei que regulamenta a emenda 29 se arrasta há quase dez anos no Congresso e recentemente passou a incluir a criação de um tributo para financiar o consequente aumento dos recursos destinados à saúde.
Tesoureiro petista é condenado em SP
O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o futuro tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff e ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Junior, a devolver valores que podem chegar a R$ 2,1 milhões para os cofres da prefeitura daquela cidade. A decisão ocorreu pela contratação sem licitação do escritório do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Filippi Jr. e Greenhalgh são do PT. O escritório de Greenhalgh foi contratado pela Prefeitura de Diadema entre 1983 e 1996. Defendeu só duas causas, segundo o Ministério Público, e ganhou cerca de R$ 2,1 milhões pela tarefa. A prefeitura contava com 51 procuradores para defender os interesses da cidade, de acordo com a Promotoria.
Não há sobra para reajuste de 7,7%, afirma Mantega
Apesar do superavit primário de R$ 19,8 bilhões em abril, o segundo melhor da história para o mês, os ministros da área econômica reafirmaram ontem que o governo não possui recursos para conceder 7,7% de reajuste aos aposentados. Mesmo com a pressão da área econômica, caberá ao presidente Lula decidir se veta ou não o reajuste. Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), o desempenho da economia para o pagamento dos juros é apenas suficiente para que o esforço fiscal alcance a meta para este ano, de 3,3% do PIB (soma dos bens e serviços produzidos pelo país).
Órgãos públicos desrespeitam lei que exige transparência de gastos
Desde ontem, todos os órgãos públicos da União, dos Estados e dos 273 municípios com mais de 100 mil habitantes deveriam publicar na internet seus gastos e receitas de forma pormenorizada e em tempo real.
Até ontem, porém, nenhum dos órgãos superiores da Justiça e do Legislativo cumpriam a lei, de 26 de maio de 2009. Os sites do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Procuradoria-Geral da República, Senado, Câmara e Tribunal de Contas da União não atendem à medida, que deu um ano para adequação.
Decisão da Justiça suspende 91 mandados de prisão de ação da PF
O juiz Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, concedeu habeas corpus a todos os 91 indiciados pela Polícia Federal na Operação Jurupari, deflagrada em Mato Grosso na semana passada para desmontar um suposto esquema de fraudes em licenças ambientais. Tourinho Neto fez críticas ao juiz Julier Sebastião da Silva, que decretou a prisão preventiva dos suspeitos. Segundo ele, a decisão não tem “consistência” , é “genérica” e pode ser entendida como um “abuso de autoridade”.
O Estado de S. Paulo
PSDB quer definir vice até 12 de junho
O PSDB quer tentar definir até a convenção do partido, marcada para 12 de junho, o nome do vice que irá compor a chapa com José Serra. A cúpula do partido entende que a demora na escolha do nome e a pressão, até ontem, para que o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) aceitasse o posto estão prejudicando a campanha ao Palácio do Planalto. Antes mesmo que Aécio dissesse ontem, que não vai disputar a vice, integrantes do partido já consideravam, no Congresso, praticamente nulas as chances de ele compor a chapa. O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), coordenador político da campanha de José Serra, disse ontem que pretende discutir a vice com o presidenciável em reunião na segunda-feira, em São Paulo.
Mineiro continua nos planos da oposição
A negativa solene de Aécio Neves sobre a hipótese de aceitar a vice na chapa presidencial do PSDB deve pôr um ponto final no debate público do tema. Mas a oposição não considera o assunto encerrado. Setores do PSDB e de partidos aliados ainda enxergam espaço político e tempo hábil para um recuo e avaliam que a negativa pode ser até estratégica para “o grande gesto” que faria dele “o salvador” mais adiante. É neste contexto que o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, se recusa a falar em alternativas de vice com a recomendação de deixar o assunto decantar. “Já que não decidimos até hoje, não tenho por que antecipar. Meu prazo é o da lei”, diz o deputado. “Definitivo na política é só a morte”, completa, repetindo frase dita pelo próprio Aécio.
Para Dilma, Serra demoniza Bolívia
A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, criticou o que qualificou como “demonização” o que seu concorrente José Serra (PSDB) fez da Bolívia ao acusar o governo daquele país de cumplicidade com o tráfico de drogas para o Brasil. “Não é possível de forma atabalhoada a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo, não se faz isso em relações internacionais, não é papel de um estadista, de quem quer ser um estadista”, afirmou ontem a petista em entrevista coletiva em Gramado, onde participou do 26.° Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Dilma esteve no evento entre 11h e 14h e não encontrou o adversário tucano, que chegou ao local após a saída da petista.
Tucano é o exterminador do futuro, diz Garcia
Assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia chamou ontem o presidenciável José Serra (PSDB) de “exterminador do futuro” da política externa brasileira. O motivo foi a declaração de Serra no dia anterior, acusando o governo da Bolívia de ser “cúmplice” dos traficantes de cocaína para o Brasil. O assessor participou do III Fórum Brasil-União Europeia, no Rio. Segundo ele, um aspirante a “primeiro funcionário de governo” deveria ter “muita serenidade” ao analisar a situação internacional, porque envolve relacionamento com países “com os quais temos sólidas relações”.
Tucano reitera críticas feitas ao país vizinho
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, repetiu críticas à Bolívia durante visita ao 26.º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ontem em Gramado, no nordeste do Rio Grande do Sul. O tucano justificou as afirmações que fez no Rio na quarta-feira, quando acusou o governo de La Paz de cumplicidade com o tráfico de drogas, dizendo que 90% da cocaína consumida no Brasil vem do país vizinho.
Portal atualiza gastos da União diariamente
O Portal da Transparência disponibiliza desde ontem informações sobre receitas e despesas efetuadas diariamente pelo governo federal. Os Estados e os 273 municípios com mais de 100 mil habitantes também terão de divulgar esses dados na web. Quem não seguir a determinação pode ter suspensas as chamadas transferências voluntárias da União ? que chegou a R$ 8,7 bilhões no ano passado. A iniciativa atende o previsto na Lei Complementar 131, acréscimo à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Barbosa liga Rodrigo Maia a esquema de Arruda
O delator do “mensalão do DEM” do Distrito Federal, Durval Barbosa, afirmou ao Estado que o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), era um dos beneficiários do esquema montado pelo governador cassado José Roberto Arruda. “O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda”, disse Barbosa. Autor dos vídeos que levaram à queda de Arruda, de quem foi secretário de Relações Institucionais, Barbosa afirmou que a participação do presidente nacional do DEM é uma das vertentes da nova fase das investigações, com as quais colabora por meio de um acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal. “O Ministério Público vai pegar”, afirmou, referindo-se à suposta participação de Rodrigo Maia no desvio de dinheiro do governo do Distrito Federal. O ex-secretário também acusou o PMDB de receber pagamentos mensais do esquema de Arruda.
Presidente do DEM não comenta acusações
Procurado pelo Estado, o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, disse, por meio de sua assessoria, que não comentaria as afirmações de Durval Barbosa. O deputado Filipelli também se recusou a responder. “Ao Durval, só respondo via Justiça. Já entrei com uma queixa-crime e um processo por danos morais. A esse elemento, só posso responder assim”, afirmou.
‘Ele disse que, não seria vice há 6 meses’
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) , disse ontem que há seis meses o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves havia comunicado que não seria vice na chapa do pré-candidato tucano José Serra para a Presidência da República e que não aceitaria pressões. “Há seis meses o governador Aécio Neves disse a mim e ao senador Tasso Jereissati que não seria vice, e não gostaria de ser pressionado a sê-lo, masque iria ajudar na campanha de José Serra”” disse Guerra. Ontem, em Minas Gerais, Aécio Neves foi categórico ao afirmar que não formará a sonhada chapa puro-sangue com Serra na disputa à Presidência.
Leia também